Pov Daniela:
Eu não percebi o quão faminta eu estava até o Capitão Nascimento me trazer comida, meu estômago até doeu quando vi comida. Tinham horas que eu não comia nada, além de eu ter bebido até passar mal na noite passada.
Eu estava cansada, doida para tomar um banho, deitar na minha cama e pensar em como contar pros meus colegas de faculdade sobre Davi ter sido morto no baile. Estava doida para ir embora e estava cansada de enrolar aquele capitãozinho. Estava observando o capitão dando ordens e recebendo as atualizações de um soldado. Eu não sabia bem dizer o quê. Mas havia algo nele que despertava um interrese formidável, ele havia um charme inerente na sua linguagem corporal que era impossível passar despercebido de meus olhos. Ele era absurdamente bonito, a farda ressaltava sua postura de autoridade e seus músculos marcavam na roupa, e ficava muito bem vestido de uniforme para um homem da sua idade e carisma.
O homem definitivamente era o que se chamava de um cara atrente, suas costas eram musculosas, entrentanto, não ao ponto de extrapolar como quem tomava bomba. Procurei por uma aliança em seu dedo, não havia nenhuma. Será que ele tinha filhos? Pior, se os tratava da mesma maneira que me tratou naquele barração? Ele tinha nascido agressivo, violento e incontrolável assim ou era somente no trabalho?
Por um momento ele se levantou e fiquei imaginando sua estatura, ele era muito mais alto que eu. Ele precisaria se abaixar se fosse me beijar ou olhar nós meus olhos... Ainda podia sentir o peso e a força de suas mãos nos meus pulsos me imobilizando contra a parede. Aquele homem tinha uma força surreal, podia-se ver as veias saltando de seus braços enquanto estava tenso. Tinha um olhar penetrante, vibrante, cheia de ódio e raiva que cortava como uma corrente elétrica para quem quer que ele olhasse.
De repente, vejo uma movimentação enorme através das persianas da janela, um aglomerado de pessoas. Vozes falando alto e Capitão Nascimento olha preocupado, me aproximo do vidro e abro a persiana. Era o governador, essa era minha deixa. Hora de sumir dessa delegacia . Homens de preto entram na sala e informam:
" Permissão para adentrar o recinto, capitão?"
" Permissão concedida, sub-tenente."
" O governador chegou, senhor."
Aproveito o momento de distração de ambos e dou 3 batidas no vidro o mais forte possível a fim de chamar a atenção do meu pai. Ele estava falando com os mil acessores e funcionários dele e os soldados que estavam o aguardando o rodeavam. Não foi alto o suficiente. Bato mais forte e o sub-tenente revirando os olhos já de saco cheio do meu comportamento. Meu pai ignora a batida no vidro, exceto quando ele coloca os olhos na janela e me ve acenando animadamente para ele.
Ele rapidamente sai cortando os soldados do Bope que o rodiavam e vem com sua multidão entrando na porta da sala, fazendo um barulho insuportavelmente alto e pergunta enquanto segurava no celular, esperando alguém do outro lado da linha atender:
" O que você está fazendo, aqui?"
O maxilar do capitão estava tenso e rígido, seus olhos se alternavam entre mim e meu pai analisando a possibilidade de onde nos conheciamos e como isto era possível. Ele passava o peso do corpo de uma perna para a outra segurando com força seu rádio na mão. Podia sentir o peso de seu olhar sobre mim aguardando minha resposta e ele cruzou os braços já estressado com o que viria. O conhecendo já sabia que viria seguindo de uma explosão de raiva. Me ajeito na cadeira pegando mais um gole do meu milkshake e cravei os meus olhos no capitão exigindo um sorriso de vitória:
" Oi, papai! "
O primeiro instinto do capitão foi socar a mesa, eu podia ver pela forma que fechou mão com força e ódio acumulado sobre a mesa e respirou fundo se segurando para não explodiu rangendo os dentes. O meu pai começou a conversar incessantemente com a pessoa que estava no telefone e equipe que o acompanhava estava numa discurssão calorosa sobre a próxima coletiva de imprensa e qual o discurso que era a melhor
" Papai? Você está de brincadeira comigo? " O capitão perdera a voz atordoado, estava freneticamente passando as mãos pelo cabelo nervoso e engolindo em seco" Filha do governado dando para vagabundo? Não é possível. Não acredito nessa merda."
Eu abri um sorriso triunfante, aquele capitão estava começando a sentir um gostinho do que é ser posto no seu lugar. Ele perdeu a paciência e socou a parede xingando aos quatro cantos daquela sala. O som ecoou com força sobre a sala assustando até mesmo o tenente que continuava em posição próximo a porta.
" Surpreso, capitão?"
O capitão afastou o olhar para poder ver se seus ouvidos não o estavam o enganando, o moreno me encarava com um olhar penetrante, vibrante e ansioso que analisava, vasculhava e admirava cada centímetro de meu rosto tentando processar a informação, se levantou em choque e cumprimentou o governador estranhamente de forma controla e educada. Quando ele queria, esse homem se fazia de santo...
Meu pai entrou na sala depois de o comprimentá-lo , me deu um beijo na nuca e se sentiu na minha antiga cadeira e eu respondi da maneira mais doce possível a ele logo que afastou o celular do ouvido por um minuto:
" Estou fazendo nada, o Capitão Nascimento, um homem muito educado estava fazendo um favor para mim. Meu celular foi roubado e quando eles subiram o morro encontraram o meu celular, minha bolsa, minhas chaves."
O meu pai fez sinal para que os assessores calassem a boca e pediu um minuto para alguém do telefone indagando preocupado:
" Você foi assaltada nessa cidade e não me disse uma palavra, filha?"
" Ah pai, você está sempre tão ocupado, eu não queria te incomodar com essas flivolidades."
Eu penso rápido mentir na cara de pau pros meus pais era minha especialidade, eu culpava a criação conservadora e restrita que eles impulseram sobre mim e a minha irmá. Eu sou quase vítima do conservadorismo. Estou brincando, relaxa.
" Aonde que foi isso?"
" De noite na faculdade saindo da Puc quando chamei um Uber para ir embora."
Ele fez sinal com a a mão pra eu esperar e tornou a falar com o telefone algo sobre afastar os jornalistas e os pagar para não postarem nada sobre à tragedia no Babilônia.
" Você disse que levaram sua chave? Como que você está entrando em casa, menina? Não te dei aquela cobertura para ficar vazia, não minha filha. Te dei aquele lugar lá para você mais perto da faculdade, para facilitar sua vida. Não precisar ficar entrando e saindo do Palácio Guanabara, ficar mais independente. Deixei escolher o apartamento novinho inteiro."
" Tá tudo bem, pai. A Carol e a Bru tem uma chave reserva para caso aconteça algo com a chave. Eu só queria meu celular mesmo."
" E porque não comprou outro celular? Mais fácil que caçar por ai"
" Eu comprei, precisava era de um trabalho que salvei no notas para entregar para um professor senão ia ter que fazer de novo. O capitão foi super atencioso e me ligou dizendo que eles tinham o meu celular."
O Capitão passou a mão esquerda sobre a boca e passou as mão sobre o cabelo quase os arrancando frustado e bufando ainda incrédulo com a minha capacidade de mentir na cara dura. Sabendo muito bem que iria sobrar pra ele para seu batalhão. Ele tomou o cuidado de andar para o outro lado da sala esperando o esporro que iria estourar em sua cabeça. E ele veio logo em seguida que meu pai pediu um minuto para a pessoa no telefone:
" Capitão, em vez de resolver a palhaçada e chacina na Babilônia fica resolvendo celularzinho de civil? Vai fazer trabalho de Pm agora?" Meu pai berrou batendo na mesa estressado, claramente ele estava fudido quando a notícia vazasse. Ótimo. Capitão Nascimento ia finalmente rodar... Virei fazendo a cara mais doce que podia e indaguei fingindo extremamente surpresa e estar curiosa:
" Chacina? Na babilônia? Aconteceu algo lá, papai?"
O capitão foi até mim e sussurou em meu ouvido trincando os dentes de tão nervoso e apontou o dedo para mim vigiando se o governador estava olhando:
" Cinica do caralho."
" Quer que eu abra a boca para o meu papai? Talvez eu deva o contar sobre o episódio da roupa ou pior, dizer que você está comendo a filhinha dele."
Vejo o Capitão se remexer em seu lugar em pé e se abaixar para me ameaçar e avança para cima de mim e sou obrigada a ir chegando próximo a parede mais e mais e olho para meu pai. Ele estava completamente distraido no celular e os assesores mais ainda mexendo em papeis e mais papeis na mesa. O maxilar do capitão estava tenso e rígido, ele me puxa em direção a porta de saída e escuto a porta se fechar atrás de mim. Olho para o corredor e está deserto, sem sinal de ninguém por perto. Ele me puxa pelo pescoço e me joga na parede fazendo meu corpo chocar sobre a parede da sala de interrogação e ele berra ameaçando:
" Talvez eu devesse dizer para o seu pai, o governador, que a filha dele é mulher de traficante, mulher de vagabundo, que foi encontrada quase pelada na cama dele."
Automaticamente solto o ar ofegante, ele estava apertando forte suas mãos pelo meu pescoço, ele puxou puxou meu pescoço mais para si fazendo o meu corpo fazer pressão sobre o dele e fiquei impressionada com a força que o capitão tinha. Eu pudia sentir cada músculo do corpo dele e eu nem estava tentando sair de lá. Meu coração estava acelerado, os batimentos estavam a mil e meu coração parecia sair pela boca com a adrenalina. Por um minuto me peguei olhando para sua boca. Um homem musculoso daquele me colocando tantas vezes contra a parede estava mexendo comigo. Respirei fundo mais uma vez tentando recuperar o juízo, e pensei por um segundo. Ele iria contar tudo para o meu pai, só estava me torturando um pouquinho com aquele sorriso de lado sádico nos lábios porque podia... Em um surto impetuoso de adrenalina tento me soltar de suas mãos e ele ri achando graça de eu ainda não ter desistido de escapar dos braços dele e grito o máximo que consigo, porém, sua mãos fortes e rígidas fazem minha voz sair frágil, baixo e meio sem ar:
" Vai em frente, conta para ele, Capitão. Vamos ver em quem ele acredita, a filinha do papai ou um capitãozinho qualquer querendo tirar o cú da reta dele de uma carnificina no morro?"
Ele me solta me jogando para longe e recupero o equilíbrio do meu próprio corpo.
" Você é inaceitável, garota. Vamos ver quem ele acredita."
" Vai em frente, se você está tão confiante assim."
Ele olhou fundo em meus olhos procurando qualquer sinal de exitação com confiança, sem chance do meu pai não acreditar em mim. Eu era a garotinha do papai, a filha preferida e mimada, não tinha nem como ele não acreditar na minha versão do que a dele.
" Daniela, como você tem tanta certeza que ele não vai acreditar? Eu tenho testemunhas para te botar na cena do crime, garota."
Eu não tinha tanta certeza assim. Com tantas câmeras, provas contra mim e soldados armados eu não tinha certeza que ele acreditaria. Sabia que eu ser mulher de traficante era completamente inaceitável e ele jamais cairia nessa, entretanto, saber que eu estava andando por ai em baile funk era demais para o governador. E pior, se ele descobrisse que era para encontrar minha irmã as coisas ficariam feias. Ele viu em meus olhos minha confiança ser balada e tentei recuperar a postura imediatamente:
" Tem, Capitão? Você acha que ele vai te ouvir depois de ver que eu estou com um casaco escrito seu nome e de sutiã e calcinha por baixo? Fazendo o que na delegacia do Bope vestida assim? Sem calça, sem registro de assalto nenhum comigo saindo do apartamento ontem aonde a Vera, a moça que trabalha lá em casa na família há anos pode confirmar, pode dizer que não levaram nada e cheguei normalmente em casa a semana inteira."
Ele assentiu e entrou na sala furioso e fui atrás, sabia que ainda não estava liberada. Se saísse seria pega na porta.
" O vagabundo que assultou ela era justamente o chefão do tráfico, vagabundo fugiu do morro e foi assaltar justamente sua filha. Estamos tentando rastrear os últimos passos dele, governador."
Meu pai ouviu pela metade já que estava no telefone e pediu para o soldado repetir e ele o fez. Ainda completou me provocando:
" Sorte a sua que é a minha filha, Capitão. Senão ia pedir sua cabeça num espeto que nem nos meus tempos de caveira."
Os dois começaram a rir animadamente e os dois se abracaram numa cumplicidade que me deixou em choque. Eles eram meio que amigos? Ou seria só cumplicidade de terem sido da mesma policia?
" Sua filha realmente é um doce, muito simpática, o senhor deve ter muito orgulho dela soube descrever o sujeito e os levou a um caminho, sabemos mais ou menos aonde ele esteve."
Fechei a cara. Filho da puta. Agora deu de tirar com a minha cara?
" Minha filha é o meu tesouro mesmo, é a campeã disparada em atletismo, ela ganhou duas vezes jogos universitários de corrida. Essa menina corre como ninguém, é lider de torcida e já ganhou o estadual duas vezes com sua equipe."
O tenente riu, riu muito, ao ponto de o Capitão o acompanhar e os dois ficaram se olhando rindo de uma piada que somente os dois sabiam e se segurando para não ofender meu pai e o capitão comentou baixo o suficiente para meu pai não ouvir o comentário:
" Ela corre? Engraçado que casal apropriado ela e o filho da puta do Playboy Corre Louco , seu amigo Dinho, os dois podem ir correndo direto para puta que pariu. "
Como é? Eu ouvi isso direito?
"Playboy o que?"
" Sabe o apelido de bandido do seu traficantezinho, não?"
" Quem era o idiota que botou esse nome? É horrível."
Eu ri por mais que fosse uma piada de mal gosto era realmente engraçado e o Capitão Nascimento continuou a rir também por um longo tempo surpreso que eu também havia achado graça. Sua rizada foi interrompida por mim, essa era minha deixa, minha oportunidade para cair fora. Eu sabia perfeitamente que ele havia chamado o governador, eu apenas tinha que ganhar tempo o suficiente até meu pai aparecer. Sem mais horas de interrogatório, sem mais horas sobre a mira de olhos, polícias e investigações. Comecei a me levantar em retirada e agradeço o soldado de preto a minha frente:
" Muito obrigada, capitão. Não tomarei mais do seu tempo, já pode me devolver as minhas coisas. "
Ele fechou a cara com ódio e não teve escolha sem ser me liberar.
Peguei minha coisas com um cabo no andar debaixo e surpreendentemente eles me liberaram. Fui para casa tomar um banho e fui direto para a aula não queria pensar no que havia acontecido com Vitor, no ultimo dia ou naquele capitãozinho insolente. Acordei no outro dia e fui para o estágio como de custume e cheia a tarde em casa com umas compras, havia comprado algumas blusas para usar na faculdade. Acabei comprando algumas coisinha para a Vera também ela cuidava tão bem de mim que merecia mimos sempre. Eu só queria voltar a normalidade, já havia chorado os suficiente por meu amigo na noite passqda e eu de baile funk para mim depois dessa e sou recebida por Vera com muito carinho. Ela me abraça docemente e me da um beijo na testa:
" Oi, minha querida, como você está?"
" Ainda está trabalhando., Vera? O que eu disse sobre trabalhar aos sábados?"
" Ahh, querida. Sabe que gosto da senhorita e estava a esperando para ir embora."
" Está de folga pelo menos?"
" Ahh sim, estou vendo minha novela no meu quarto. Você tem visita. "
Quem podia ser? Num sábado trás quatro horas da tarde? Quem era o maluco que estava na minha casa a toa assim?
" Um rapaz, mas não se preocupe que eu fiz bolo de cenoura do jeito que a senhora gosta e já servi para ele, na mesa tem bolinho de chuva também e suco para vocês lancharem."
" Quem?"
" Um rapaz, amigo seu." Coloquei as sacolas em cima da mesa da cozinha e comecei a organizar as compras." Há quanto tempo ele está aqui?"
" Ahhh querida, deve ter umas duas horas já e ele trouxe suas coisas. Aliás que inresponsabidade, menina. Esquecer documento na casa de alguém e se você passa mal na rua vai ser indentificada como? Como que sua família vai saber? Seu pai nem sonha em descobrir algo assim, hein."
Minhas coisas? Eu havia as pegado na delegacia, não?
" Ahh, eu esqueci mesmo. " Assenti. Não se preocupe não vai acontecer de novo. Ele está aqui esse tempo todo?"
Entro na sala e vejo Joaquim, ele estava sendo no sofá esparramado vendo uma série e vejo a enorme mesa de café servida, Vera tinha sido muito humilde quando disse que havia feito só um bolo e bolinhos de chuva. Ela havia feito um banquete, tinha pão de queijo, frios, dois tipos diferentes de bolo, pão de cebola, doce de leite, nuttella. Vera se sentou na mesa para comermos conosco como de custume, eu me recusava a fazer qualquer refeição sem ela se estivesse aqui em casa. Vera pegou um prato de roscas com leite condensado já cortadas e o passou o prato o fazendo comer mais.
" Joaquim, meu filho, come mais um pouco você está muito magro, está precisando de comer. Toma come mais."
" Valeu, tia. Na humildade está zika a refeição. Muito agradecido"
" Senhora está lá no céu, pode me chamar de Vera."
Eu sorri. A Vera era tudo para mim.
" A Vera é da família, ela praticamente me criou, é como a minha segunda mãe."
" Fala, Danizinha. A coroa é muito gente fina, fez essa mesa inteira aqui para mim em quinze minutos, não sei o que você caça em favela sendo que mora que nem rainha. Que casa é essa! Se eu soubesse que era assim tinha colado aqui na sua base antes."
Vera pegou dois pedaços de bolo e disse que iria assistir o final de sua novela e subiu as escadas indo para seu quarto.
" Aproveite, é tudo para você.... Joaquim, o que aconteceu hoje de manhã?"
" Danizinha, danizinha.... Você é muito 71, sabe de nada inocente. Quando você tava dormindo as coisa no morro já estava piando. Os filhote dos fogueteiros não descem para falar qualquer coisa não, aquela hora os de preto tava comendo as bala nos moleque do morro. A coisa tava feia."
" 71? Que isso?"
" Ingênua, Danizinha. Você realmente achava que quando você andava com a gente naquele morro não era a lei? A gente manda e desmanda naquele lugar, nós somos o crime. Dinho manda no morro todo e em outros espalhados pelo Rio, eu sou o melhor amigo dele, mas é meu parceiro de trampo. Ele financia tudo naquela região, você realmente não achava estranho o moleque andar com cinco moleque armado para todo canto."
" Eu sabia que ele era traficante, mas não que era tão grande assim."
" Papo reto, zona Sul. Não viu porque não quiz. Ele ia ter olheiro e fuzileiro em todos os morros do Rio para caçar sua irmã sem ser bagulho doido? Ia nada. Sem visão tu, só para quem pode"
Dei mais uma mordida e fiquei me deliciando com a cobertura do bolo e comentei entre garfadas:
" Eu achei que era só boy de maconha, porque ele não usa essas correntes de ouro enorme, não ostenta horrores que nem os outros caras do morro."
Ele deu em ombros e disse que acontecia com todas as maluca que se envolvia com seu amigo.
" O dinho é cria,fia, é responsa, não se ilude com dente de ouro não. Policia te reconhece fácil se andar trajado fácil por aí. O segredo é ser discreto."
" Entendi, ele tem mesmo um olheiro em cada morro? Foi assim que ele achou minha irmã? Você sabe algumas coisa sobre ela?"
" Tá me tirando? Sei não, não envolvo nos bagulho do Dinho, sabe. Eu fico mais com a parte dos laboratórios e enfiar a faca nos cabo de preto."
Perguntei se o mesmo tinha ideia de onde o Dinho estava e todos os amigos nossos do morro e ele afirmou que se corpo não foi contado está vivo. Isso nao me animou muito....Tornei a perguntar porque os dois não estavam juntos.
" Sei não. Eu perdi ele numa perseguição com o caveirão, tinha tiro para todo lado
" Eu nunca vi o Dinho ou você com uma arma."
" Ele fez a sua lá no morro, não deixava ninguém chegar perto de você com uma arma, quem chegasse ia perder os dentes com um pedaço de madeira. Por isso nenhum cria chegava perto e ele fazia questão de não andar com armas contigo, tá ligado? Ele tem essas frescura, sabe como é ia assustar a Zona Sul dentro de você e queria que você e sua amiga se sentisse mais seguras perto dele."
Isso era loucura. Um traficante, dono de morro andar por ai sem ser armado. Ele achava que era quem? O invencível?
" Mas e se acontecesse algo? Se pegasse ele desprevinido"
" Eu botei as ideias na cabeça dele, ele não quiz ouvir. No morro do Alemão, tinha um trafica que chamava gordão, o cara morreu porque a mulher proibia armas dentro da casa por medo das filhas menor, ai mesmo com contenção de segurança na porta sabe. O cara foi para vala. Eu disse pra ele, ele não quiz ouvir."
Eu concordei pensativa, se o Bope solvesse de uma informação dessas já tinha matado o cara.
" A polícia?"
" Nem fudendo, polícia tem acesso a essas informações não, tá doida? A outra facção da comunidade vizinha que estava espandindo dominó."
" Sim.... Você trouxe alguma... digo arma ou algo assim?"
" Obvio que eu trouxe. Fica suave que a tia não vai ver não, está escondida debaixo do sofá, inclusive tem algumas coisas para você. Seus documentos, eu sumi com eles antes de termos que descer para guerra na pista do morro. O pau comeu e eles chegaram no nosso laboratório onde você tava, esses verme nunca tinha encontrado nosso barração. Era o lugar mais seguro do morro, agora deve estar destruído."
Ele se serviu de mais suco e derramou um pouco na mesa e limpei rapidamente. Se minha mãe sonhasse que esta toalha de mesa poderia manchar ela acabava com a minha raça. Ela havia trago de Paris numa viagem com sua melhor amiga e era a preferida dela. Eu já com receito de sua resposta, indago tentando não parecer tão alienada socialmente:
" Eu posso fazer uma pergunta que vai soar extremamente burra, Joaquim?"
" Manda a braba, Danizinha. Me alimentando bem desse jeito pode perguntar até um trecho da bíblia que eu invento resposta."
" Quando você diz guerra se refere a exatamente o que? "
Ele pegou a faca e colocou creme de avelã na torrada explicando:
" Pega a visão, a favela é um microorganismo vivo, bagulho doido que cresce sozinho, dobra de tamanho e rende muita grana. É indepente do governo lá fora. Esses deputado e filho da mãe de políticozinhos não tem vez com nós, não. Botamos ferro para dentro... Quem trás na moral a luz, a internet e água para favela é os do fluxo, quem que molha a mãos dos parceiro do morro e resolve os Bo. Nós somos o crime, rapa. Os moradores nos pagam pelos serviços prestados e pela proteção que nós dá contra outros traficantes e a filha da puta com a polícia, nós vira braço da comunidade. Nós que manda naquele lugar, é tudo nosso. Cada comunidade tem seu governo próprio, os trafica, e os traficantes de cada morro, pior os alemão, ficam metendo fuzil um no outro para eleminar a concorrência. Por isso que normalmente o melhor é ter um chefe, não dois. Senão vira banho de sangue cabuloso, a disputa não acaba."
" E como funciona essa disputa?"
" Bom, a caminhada é foda. Lá no morro é assim, hora de briga é pra morador ficar encucado dentro de casa, quem tá na pista ta na guerra. Os fogos de artifício e os foguetes tem diferença, os fogos de artifício no Babilônia são para Bope ou cabo entrando favela a cima, todo mundo já sai com as pistolas para castrar aqueles filho da puta. Se for foguete é disputa de tráfico para ver quem vai ficar com o controle de drogas da região. Os morados não podem sair de casa até o final do confronto, quem estiver no meio da rua corre que é corpo na pista. Bala perdida não é a unica coisa que os mano tem que correr. Moradores no meio de guerra tem que se esconder dentro dos barração, colocar protetor nas janelas para não levar bala. Se tiver no fogo cruzado na rua e não conseguir abrigo, morador vira enfeite vermelho no asfalto e quem tiver na frente também. Começou tiroteiro geral já sabe até as cria na escola já deita no chão se protegendo de bala perdida. Quando acontece confronto assim fica uns moleque com os fuzil correndo de moto pela favela com megafone dizendo que quem sair é cria morto. Se tiver atrás de alguém escondido vai de casa em casa caçando, é a guerra. Com os policiais não é diferente."
" Meu Deus. É cenário de guerra mesmo."
" Quem mata cabo ganha prêmio na favela, Dani. Essas coisa você não ve da sua cobertura aqui, não. Guerra é guerra. Confronto no morro é diferente, outro esquema, guerra é porque a coisa está feia."
" Como você começou nessa vida?"
" Desde de moleque, a lista de material da escola sempre foi tiro. A gente tinha uma cama, uma TV preto e branco, um fogão um quarto 2 por 2 e duas famílias dividindo seus centímetros pelo chão. Os tenis descolados, nunca tinha mistura só arroz e feijão quando tinha, fraga? Eu moleque tava jogando bola na quebrada quando vi uns caras com uma nove na cintura, a cabeça dele estava a prêmio por 10 mil notas, fraga? As vadias faziam fila na porta por uma foda e presentes. "
" Sim."
" O magrelo estava ganhando dinheiro para caralho, todo trajadão, com os dente cheio de ouro. O homem estava vivendo a melhor vida... Fiquei confuso no outro dia fui no velório dele com a minha mãe, sem a droga, o cria ainda estaria lá. Mas aquilo lá era vida? Migalhas no prato? Não ter pizante pra trajar porque cresceu um centímetro a mais que a conta bancária permite? Comer farinha pura com água quase todo dia? Ao mesmo tempo que o fluxo mata a pobreza vai te matando também. Na hora certa o tiro certo define quem segue nessa porra. Quando Deus não te estende a mão, o demônio faz..... O tráfico pega aos poucos, ele tem que ir conquistando e molhando a mãos dos moleque, tá ligado? Tem que vim trazendo benefícios pro cupade, o moleque com a testa no muro da Febem não tem mais saída é simples. O fluxo é feito para só sair no caixão."
" E como você conquista com moleques?"
" É, Danizinha. Tá interresado, né? " Meu amigo riu se divertindo com o meu súbito interrese. O que deixou claro o quão riquinha e perdida eu estava naquela situação. Ele quase riu debochando de mim se divertindo com minha falta de noção." Tem varias maneiras, conquistar é minha área. Os peões, as crianças crescem com a revolta da pobreza dentro de si, ver a mãe catando lixo para comer e olhar pro condomínio de luxo do lado tentando expulsar ela como se fosse mendiga. Ver tudo isso enquanto os marmanjo enche a bança de caviar é foda. Ver as mochilas dos guri importada enquanto vocês mal escreve no caderno porque não tem dinheiro para comprar outro. A cria de favela do trafico já cresce em revolta, já cresce no odio interno, nós só damos uma arma e alguém para ele odiar..... outra facção, a polícia, algum traficante inimigo. Os moleque de oito e doze anos são recrutado cedo, é fácil, é bom dinheiro na mesa, no início é tudo muuuito simples no fluxo. Os cria corre o morro inteiro, percorre as ruela, becos e escadaria mais rápido que qualquer um com radinhos, são os nossos olhos em todos os lugares vigiam a favela inteira e se tiver camburão morro a cima avisa os grande. E é tiro e porrada na certa. É um trabalho fácil e os moleque logo logo quer mais. Ai ele vira peão roda vendendo, carrega a droga, transita com o bagulho, vende nos pontos de tráfico e na boca, transporta a droga de um lugar para o outro. O cria não vai para o xadrez mesmo, estourando no máximo, medida socioeducativa, aquela bobagiada lá e ele vira soldado dentro da instituição. Aprende a bandidagem e o crime. Senão é pego, vira na marra, se quiser sobreviver. Minha mãe tinha cinco filhos, boca demais para comer, pai morreu em corre no Alemão numa fuga. Ela era faxineira de um hospital, a partir do momento que entrei, os outros quatro entraram também, aumentou quatro fontes de renda. Largamos a escola para trabalhar direito pro chefe. Comer é prioridade. Depois você vira fogueteiro e para isso tem que aprender a levar e jogar bala. Você acustuma com a vida no tiro e te gera um poder do caralho, com a arma na mão você manda em tudo e a ambição por dinheiro é foda demais. Assaltos, roubos, morte, tudo fica a um pequeno alcance, você é um Deus na comunidade. Ai o moleque entra pro crime mesmo. Eu passei pela escadinha e o Dinho também.... Na favela morador que muito observa os traficante quer ser traficante também, ou tem medo dele, ou os dois. É bom demais usufruir de tudo que a vida no crime pode te oferecer."
Ele começou a procurar algo nos bolsos até que tirou um insqueiro, um cigarro já bolado:
" Bora puxar um beck? A sua coroa não liga, não?" Fiz que não com a cabeça e ele assendeu o baseado dando um três tragadas e passou para mim. Neguei, já estava assustada o suficiente para fumar, não estava a fim de correr o risco de dar uma badtrip. " Eu não tenho ideia de onde o Dinho e os outro se meteram, a gente vai ter que sumir por um tempo. Dar um migué nos batalhões, ele deve estar escondido em algum lugar. Nós temos câmeras hackeadas por todo o Rio de Janeiro, conseguimos vigiar geral, a gente consegue buscar imagem dos policia no beco e estão rondando lá armado até a garganta. Não se entra e nem se sai de vários morros. Eu preciso de um favor seu. Na verdade é para minha mãe. "
Droga. Conseguia ouvir a voz do Capitão gritando ja minha cabeça: Agora deu de fazer favor para traficante? Quer morrer, também porra. Afastei o pensamento intrusivo de minha mente, se era para mãe dele que mal havia.
" Está bem. Fala."
" Eu preciso que fale com a minha mãe, ela está no morro. Hoje ela é técnica de enfermagem, não mora no Babilônia, mora no Turano. Eu preciso que fale com ela que estou vivo e estou bem. Não posso mandar mensagem, fazer ligação ou chegar perto dela, senão eles descobrem ligação comigo e mandam ela para o saco pra saber aonde eu estou."
" Sim, claro." Peguei papel e a caneta azul para ele anotar o endereço." Qual o nome dela?"
" Dona Maria Conceição, ela mora debaixo do restaurante Maria Conceição que comprei para ela. Não vai ser difícil encontrar minha coroa, no outro lado da rua tem uma farmácia."
Ele relaxou mais aliviado que pelo menos isto havia se resolvido e eu o convidei para ficar aqui em casa. Pelo estados de suas roupas e por usar a mesma bermuda e chinelo do dia anterior eu suspeitava que ele não havia parado por um segundo.
Eu concordei com a cabeça, a notícia já tinha corrido pelas comunidades da invasão ao Babilônia e o desaparecimento do filho dela já devia ter chegado em seus ouvidos. Perguntei se ele estava aqui em casa há muito tempo, meu amigo respondeu que estava esperando tinha umas três horas e sabia que iria me encontrar em casa. Entretanto, queria saber onde caralhos eu havia me enfiado que demorara tanto:
" Brotou a onde? Demorou para um caralho para chegar, se enfiou onde? Tava com medo do morro é?"
Ele murmurrou enquanto devorava o pão de queijo e eu ri me servindo com um pedaço de bolo de limão, o meu preferido:
" Você não imagina aonde eu me meti, eu acordei com a invasão do Bope na casa, eles me levaram para interrogatório.... Queriam o Dinho a todo custo."
Ele soltou uma gargalhada longa e deu mais um trago no cigarro:
" Sem X9 para cima de nóis, hein. Tamo junto, aqui é família, Danizinha. Cala a boca e sorria para esse polícia. Fizeram o que com você?"
" Até parece... vou falar o que? Esses dois amigo meus malucos me botaram em fogo cruzado por causa de baile funk? "
" O que ele fez, Danizinha?"
" Como assim o que eles fizeram? Fizeram nada, além de serem uns grossos e uns cavalos."
" Tortura, o Bope manda a gente para o saco para abrir a boca. X9 sabe que vai morrer de um jeito ou de outro. Delatando ou não. Qual a equipe? A gente conhece vários."
" Um tal de Capitão Nascimento e a equipe dele."
" Caralho, Danizinha. Foi cair justo na boca da morte. Na favela a gente chama ele e a equipe de os demônios de preto, chamam ele quando ninguém mais da conta de resolver. A equipe dele que pacificou o alemão inclusive" Ele disse fazendo aspas com as mãos rindo alegre com seu suco de acerola." Foi a dele que pacificou, né. O cara é brabo, eu tenho que reconhecer. O cara é uma lenda no Rio de Janeiro, até os policia tem medo dele..... Ele te fez alguma coisa? Ele é famoso pelas torturas?"
" Você está brincando comigo, né?"
" Porque eu brincaria com isso, Danizinha? Tá me confundindo com alemão?"
Ele perguntou mais uma vez já puto em resposta ao meu silêncio
" Ele não fez nada."
" Ai... ai se o Dinho souber de algo."
Droga. Eles iam atrás da cabeça do capitão do Bope e eu fortemente suspeitava que quem iria morrer eram eles.... Depois de tudo o que eu havia visto que seis homens do Bope tinham matado mais de dezenove homens armados até os dentes no barracão, não duvidava de nada
" Não fez nada. Na verdade, foi tranquilo. Eu estava sendo exagerada. Desculpe." Tentei recuperar a voz trêmula e passar uma impressão de tranquilidade, o que soou totalmente o contrário. Amaldiçoei o dia que pizei no Leme e meu amigo expira fumaça na minha cara:
" Tem certeza?"
" Absoluta. Desculpe."
" Danizinha, aprendeu na marra o que morrador convive todo dia no morro. Se ele incostar um dedo em você, você manda a X9. A cabeça dele no morro é disputada, o cara que metesse bala nesse homem ia ser Deus na Terra. Ele é o terror de todos os traficantes na cidade."
" Caralho, impressionada.... O homem meio é bruto mesmo. Eles estam me seguindo por aí, me seguiram de viatura na faculdade, seguiram o Uber para aula, foram atrás de mim no ensaio da peça, ficam rondando aonde eu for. Esperam eu entrar e vão embora. É estranho eu posso sair daqui a agora e eles apareceriam com a viatura estacionada na porta mesmo que se eu aparecesse num puteiro na puta que pariu ou no parque Lage."
Ainda não havia anoitecido e entrava um vento forte pela janela e a fechei enquanto meu amigo estourava seus próprios miolos louco de tudo:
" Eles estão te seguindo? E voce não abre a boca pra falar? Quer me fuder, come meu cú, caralho. Está ficando maluca?"
O traficante correu direto para uma janelas da sala e viu que a visão apenas monstrava a quadra de esportes lá em baixo, foi em direção a outra e xingou sozinho por ser também a visão da piscina e eu apontei para a janela certa o tranquilizando:
" Relaxa, cara, respira. Eles só me veem aonde estou e vão embora. Eles não ficam esperando ou vigiando ou nada. Eles veem aonde estou e vazam."
Ele ficou nervoso olhando a janela e berrou dizendo:
" Puta que pariu, os desgraçados estão estacionados aqui na frente, seu porteiro deve até ter batido uma para eles de tão perto que estão. Como você não viu uma coisa dessas?"
" Uai, você aparece na minha casa, do nada e eu achei que você soubesse dos riscos. Você não é o crime? Sabe de tudo, sabidão? Eles vão aonde eu for, eles querem saber se eu vou ver o Dinho e prender ele. Se alguém vai vir atrás de mim com algum dinheiro ou encontrar o esconderijo de vocês."
Ele sacou o fuzil de doze centímetros da cintura e foi em direção ao sofá aonde arrancou uma metralhadora e começou a montar em direção a porta. Eu automaticamente me desespero, o que aquela merda estava fazendo debaixo do meu maldito sofá? Como coube lá em baixo?
Ele não disse que não estava armando?Merda.
" E eles conseguiram, né? Burra demais, nossa senhora, Daniela. " Disse o traficante virando o seu café puro numa virada só." Eles estão na portaria, caralho. E se eles subirem e me pegarem aqui? Nós dois vamos para cova, Zona Sul." Ele começou a carregar as balas da pistola " Quantos estão dentro do carro?"
" Normalmente, são apenas dois."
" Consegue enchergar? É só eu sair de casa que eles vão embora comigo. Tem pelo menos três dentro daquela viatura."
Vi outra viatura chegando e estacionando e seus homens indo em direção ao carro, da primeira viatura. Esforço minha vista para conseguir ver mais de perto, dou graças a Deus meu predio ter somente quatro pisos e tento contar quantos policiais estavam dentro do carro. De dentro do banco de passageiro saiu Capitão Nascimento e seus homens descendo com pressa e extremamente estressados. Eles estavam prontos para subir e estavam numa roda ouvindo ordens do capitão. Não tinha outra saída no prédio, ou era pela portaria ou pela garagem, não havia outra saída e se eles o encontrassem aqui eu sabia que nós dois íamos ser mortos pela má reputação do tal do capitão....
" Calma, eu tenho uma ideia,Joaquim."
" É boa, Danizinha?"
" É uma ideia. Vai ter que servir"
Respirei fundo, era melhor essa merda funcionar. Disquei os números para ligar para o porteiro do condomínio bufando de raiva. Esse capitãozinho já estava me dando dor de cabeça demais.

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Sua cachorra
RomanceCapitão Nascimento achava que já havia enlouquecido dentro do BOPE até se apaixonar pela namorada do dono do morro, a filha do governador, Daniela também conhecida como a maior encrenca que o capitão já aguentou.