Antes

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“Existem três coisas que não podem ser interrompidas: o sonho dos homens, o fluxo do tempo e a vontade herdada. Enquanto as pessoas continuarem buscando o sentido da liberdade, tudo isso jamais deixará de existir.”

O homem que disse essa frase estava calmo e cheio de realização em seu corpo, mas no fundo dos seus olhos via-se desespero por um sonho perdido.

O sonho de ser pai foi o único que ele não alcançou. Ele era o homem mais livre do mundo e o mais odiado também.

No fundo da sua mente, não vinha arrependimento de suas ações e ficava feliz em lembrar de seus companheiros e suas aventuras. Porém, quando se lembrava de seu filho que ia nascer sendo odiado por todos pelos ‘crimes’ de seu pai estúpido, o medo de que essa criança não pudesse sorrir ou chorar sempre vinha à mente, assim como o medo de Rouge morrer por apenas amá-lo.

Faltavam poucos dias para sua morte e seu bando já estava dissolvido. No começo, ele pensou em pedir para Garp cuidar de sua esposa e filho, mas ele e Rouge conversaram e chegaram a uma conclusão, e para isso precisariam dos homens que estavam à sua frente.

— Roger, é bom ter um motivo pra você me chamar. Diferente de você, sou ocupado — Um homem grande com roupa de marinheiro sentou com uma cara emburrada na frente. Não era raro Roger os chamar para beber, mas ele era marinheiro, isso ainda machucava sua honra.

— Acalme-se, Garp. Não é como se essa fosse a primeira vez, guararara — Diferente de Garp, Barba Branca sentou totalmente relaxado e um pouco curioso. Dessa vez, Roger pediu para eles virem sem suas tripulações e isso levantou a sobrancelha junto às desconfianças de seus filhos, mas confiava em Roger e veio mesmo assim.

Mas algo que Garp e Edward notaram assim que pisaram no local é que, tirando eles, a ilha estava vazia. Era a primeira vez deles vendo Roger sozinho, e a situação ficou mais esquisita quando nem Rayleigh estava com ele. Esses dois eram grudados como irmãos siameses.

— Garp, meu amigo, mal-humorado como sempre. Desse jeito, vai ficar com o cabelo todo branco. — Ele disse sorrindo levemente para os dois à sua frente, que fizeram uma careta. Eles esperavam a risada animada e escandalosa do rei pirata, mas o que viram foi um homem com um olhar sonhador e avoado. Um péssimo pressentimento passou pelos seus corpos.

— Já disse que não sou seu amigo. Agora desembucha, qual a novidade da vez? — Garp pegou uma garrafa de saquê e abriu, já se preparando para beber. — Não é muito comum essa sua cara, Roger. Por acaso brigou com o Rayleigh e está de castigo aqui? — Edward seguiu o exemplo de Garp e, mesmo brincando, sentiu o clima pesar mais.

— Eu vou me entregar para a marinha depois de amanhã, e eu quero pedir um favor. — Disse bebendo um gole do saquê, esperando seus amigos saírem do choque.

— Por que você vai se entregar? Você vai morrer, Roger! — Garp gritou. Sempre quis prender Roger, mas o respeitava demais para aceitar seu nome sendo jogado na lama. Melhor que todo mundo, ele sabia como a marinha era um lixo por dentro.

— Que favor é esse? — Barba Branca pegou a garrafa e bebeu de uma vez, olhando sério para Roger. Eles eram amigos, mas também rivais. Não sentia que tinha o direito de perguntar os motivos de Roger e esperaria ele mesmo falar.

— Eu vou ter um filho, sabe? Mas sou um pai incompetente que não vai conseguir criá-lo ou vê-lo crescer. — Ele parou de falar e encarou os dois nos olhos. — Ele vai nascer no começo do próximo ano e eu queria que vocês ajudassem a proteger meu filho e minha esposa. Sei que é um pedido egoísta, mas, por favor, façam esse favor — Ele abaixou a cabeça para os dois à sua frente que ainda encaravam tudo com espanto. Mesmo que um deles tivesse a oportunidade de falar, Roger começou a explicar o plano.

— Eu quero que.....        

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— ACEEEEEEEE!!! SABOOOO!! — Gritou um garoto de chapéu de palha enquanto afundava no rio. — AJUDAA!! —

— SEU IDIOTA! — Gritaram duas crianças antes de pular para resgatar o irmãozinho problemático. A que parecia mais velha tinha cabelos negros e sardas pelo rosto. Puxou o garoto do lago e arremessou para fora da água com a ajuda de seu irmão Sabo, que tinha cabelos loiros e usava uma cartola.

— Como você caiu no lago dessa vez, Luffy? — Sabo começou a torcer suas roupas para tirar a água e Ace deu um soco em Luffy, chamando-o de idiota novamente.

— Eu tava tentando pegar as frutas que ficam em cima do lago, mas começou a ventar e eu caí — Disse rindo, como se fosse nada mais.

— Luffy, o que teria acontecido se a gente não chegasse a tempo? — Os dois o encararam.

— Eu morreria — Continuou rindo — Mas eu sabia que vocês me salvariam — Nesses poucos segundos conseguimos ver a fúria no rosto de Ace e o espanto no rosto de Sabo, que sumiu rapidamente com a última frase. Sinceramente, como eles podem ficar com raiva quando ele fala essas coisas?

— Pelo menos ele não chorou, né Sabo — Sabo concordou e mudou de assunto antes que uma briga começasse — Vamos aproveitar e caçar crocodilos, tô vendo uns grandes daqui. —

— COMIDA! —

— NÃO VÁ NA FRENTE, IDIOTA! —

O Começo Da FraternidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora