O Começo Da Fraternidade

Ilha a vista e sequestro?

Luffy nunca riu tanto na vida. Ace e Sabo estavam de cabeça para baixo, amarrados, com os rostos pintados de canetinha colorida. Ace tinha um coração desenhado na testa, com a palavra "paz" no meio, e várias estrelinhas ao redor. (Obra do Rosante)

Sabo, por sua vez, tinha uma faca desenhada em cada bochecha, com um "x" por cima, como se estivessem proibidas. (Obra de Mellie)

Ambos tentavam segurar os palavrões na frente do Luffy, mesmo que também quisessem dar umas boas palmadas nele por não parar de rir ou ajudar.

Os ex-marinheiros apareceram após ouvirem a conversa das crianças e começaram a fazer várias perguntas ao Luffy, criando teorias entre si sobre por que o menino tinha visto o futuro.

Os irmãos do garoto não gostaram dessa aproximação e partiram para cima, o que resultou na situação humilhante em que se encontravam agora.

Luffy estava jogado no chão, rindo e segurando a barriga, acompanhado por Rosante, que adorava ver a expressão de raiva de Ace e Sabo, que tentavam parecer calmos, mesmo com as veias saltando. Mellie, tentando ser educada, escondia o rosto, mas os garotos ainda podiam ouvir suas risadinhas abafadas pelas mãos. Bogard, com o rosto escondido pelo chapéu, aliviava um pouco a raiva das crianças, que esperavam que ele não estivesse rindo delas.

− De qualquer forma, foi tudo, Luffy? − Bogard falou baixo e pausadamente, chamando a atenção dos garotos mais velhos.

Ele já tinha falado antes? Ace e Sabo se perguntaram, surpresos com a voz cansada e rouca do homem.

− Sim! Já contei tudo o que lembro! − Luffy respondeu, sentando-se no chão, finalmente respirando após a crise de risos.

O mar estava agitado, e pequenas ondas batiam no casco do navio, balançando-o levemente. Apenas os marinheiros mais experientes notaram a rápida mudança nas águas.

O céu estava se fechando rapidamente.

Os ex-marinheiros mantinham sorrisos largos no rosto, mas essa felicidade não se refletia nos olhos. Pareciam preocupados com a grande tempestade que o menino havia descrito e, principalmente, curiosos para saber quem era a pessoa que os deixara tensos.

Podem não ser tão fortes quanto Garp, mas eles também eram ex-vice-almirantes e tinham um domínio de haki além do básico.

− Sabo, que tal você preparar nosso almoço como aquele que o Luffy descreveu? − Mellie sugeriu, enquanto desamarrava os garotos.

Ace não parava de encarar a mulher enquanto ela o soltava; notando isso, ela piscou para o garoto, que ficou vermelho e virou o rosto, irritado.

Sabo percebeu que eles queriam conversar sozinhos e, então, arrastou seus irmãos para dentro da cabine. Em outras ocasiões, ele não seria tão obediente, mas queria falar com seus irmãos em particular.

Ace e Luffy não perceberam a tensão dos adultos, mas ele sim.

Angustiado, o menino arrastou os irmãos para dentro. Seu instinto pode não ser tão bom quanto o dos morenos, mas ele sempre o avisava quando seus irmãos estavam em perigo. E agora sua prioridade era proteger os dois.

Ace não estava com disposição para lutar e simplesmente aceitou ser levado. Luffy foi arrastado por ambos.

− O que fazemos? − Rosante perguntou baixo, esperando que as crianças não ouvissem a conversa. Seus olhos brilhavam de excitação; Rosante, dos três, sempre foi o que mais amava lutas. Saiu da Marinha porque não o deixavam agir ou lutar como queria.

Também havia o motivo de sua saúde debilitada; reduziram suas missões após descobrirem que seu coração era frágil, algo que ele odiava com todas as forças. Queria lutar, e se fosse morrer, que fosse em batalha.