— Estamos conversados, Fay? — o diretor se levantou e foi em direção à porta para abri-la.
Talvez usar uma calça rasgada não tenha sido a melhor escolha, mas foi uma ótima maneira de chamar atenção. Vocês deveriam ter visto a cara dos meus pais; minha mãe até tentou me convencer a trocá-la. Mas eu queria causar uma impressão ao aparecer assim na escola. Bom, a reclamação eu já esperava, mas além disso, as pessoas me notaram, falaram comigo. Isso nunca aconteceu antes enquanto eu estudava aqui, há quase cinco anos atrás, quando eu comia sozinha embaixo das arquibancadas e me escondia para não ser alvo de julgamentos, assim como era em casa e na vizinhança. Então, foi um sentimento bom ver pessoas falando comigo, garotas lindas sorrindo e acenando para mim.
E tem a May, que fez piada com a minha calça. Mas eu não fiquei chateada; apenas ri, porque não me sinto mal quando ela comenta sobre o que eu uso. Na verdade, eu não a conheço o suficiente para saber se deveria ficar chateada ou não. E, ao contrário dos outros, o olhar de julgamento dela era... diferente. Não sei explicar, mas não me causava as mesmas sensações que os outros olhares de julgamento.
— Sim, senhor. — Levantei-me e caminhei em direção à porta. — Peço desculpas novamente, eu vou tentar usar roupas menos chamativas. — Ele sorriu e assentiu.
— É bom tê-la de volta, Fay. Seja bem-vinda.
— Obrigada. — Sorri e saí da sala dele.
Pela primeira vez, sinto que meu ano nesta escola vai ser bom. Não sei explicar o porquê, mas tenho essa sensação de que algo incrível vai acontecer. Enfim! Preciso encontrar a May. Ela me prometeu um tour pela escola, porque depois da reforma, esse lugar parece outro.
...
Assim que entrei no refeitório, avistei May um pouco distante, conversando com Nam. Preciso dizer que Nam é... um pouco peculiar e linda! Achei ela engraçada e fiquei surpresa por ser amiga da toda certinha May. Mas, enfim! Gostei das duas de certa forma. E embora eu tenha dito que não precisava de amigas, não seria tão ruim tê-las por perto. Especialmente Nam, que parece conhecer as coisas boas que a cidade oferece. E May... bem, May é linda e inteligente, então deve ser bom tê-la como amiga quando você não entende nada das matérias.
Além disso, May está sendo legal comigo. Mesmo sabendo que ela quer me ajudar e "me converter", sinto que sua bondade é genuína, e não apenas porque nossos pais pediram.
— Calça legal, novata. — uma voz feminina me trouxe de volta dos meus pensamentos. Virei rapidamente para encará-la.
Sorri timidamente ao encontrar seu olhar. Ela tinha um rosto suave e sereno, emoldurado por longos cabelos negros que caíam sobre os ombros. Seu olhar era calmo e um leve sorriso brincava em seus lábios. Ela usava uma camiseta azul justa, uma calça branca de cintura alta e tênis preto. Nas mãos, segurava uma câmera fotográfica.
Ela não estava sozinha. Ao seu lado, uma garota alta com uma jaqueta preta de couro que deixava um ombro à mostra, revelando a alça fina de sua blusa preta. Seu jeans claro estava dobrado nos tornozelos, e ela usava um all star preto. Um delicado óculos adornava seu rosto. Ela sorriu suavemente e acenou.
— Valeu. — respondi após um breve momento.
— De nada. Meu nome é Frung, sou a fotógrafa do jornal da escola, e essa é minha namorada, Songjet, a capitã do time de basquete. — Frung agarrou o braço da garota alta ao seu lado. — E essa é minha melhor amiga, Ploy, capitã das líderes de torcida. — apontou para uma garota de franja com cabelos lisos até um pouco abaixo do ombro, que usava uma regata branca, jeans escuro de cintura alta e tênis esportivo. Na cintura, um casaco rosa.

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Against All The Odds That Exist Between Us || FayMay
Fiksi PenggemarDepois de quatro anos longe, Fay retorna à sua cidade natal e se vê em um dilema: convencer seus pais de uma vez por todas de que não podem mudar quem ela realmente é. Enquanto isso, May, em um gesto de bondade, aceita ajudar os amigos de seus pais...