Domingo Chuvoso

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– Pensei que estava dormindo – Ele se virou para o outro lado, puxando o corpo do ruivo junto.

– Acordei no momento em que você me pegou no sofá – Fechou os olhos – Ainda estou com sono – Bocejou.

– Dorme então. Vou para o meu quarto. Boa noite – No momento em que foi se levantar, o ruivo o puxou novamente – É sério, Chuuya?

– Você acha que não vi suas caras e bocas mais cedo? – Sua voz era arrastada.

– É coisa da sua cabeça – Tentou se levantar novamente, mas foi em vão – Me deixa ir, Chuuya – Sua voz estava trêmula.

– Claro – Olhou para os olhos cor de mel – Quando você me disser por que ficou tão incomodado. Você faz a mesma cara toda vez que alguém se aproxima de mim há anos – Agarrou os cabelos da nuca do moreno e puxou – Vai me contar ou terei que fazer no estilo Máfia do Porto?

Por um segundo, Dazai sentiu seu coração parar. Quando trabalhava na máfia, não se expressava muito, mas agora suas expressões eram mais perceptíveis.

– Não tenho nada a contar – Olhou sério para o parceiro.

– Tem certeza? – Pegou uma das mãos do moreno e a colocou sobre seu peito – Acho que era por causa disso, não é?

– Pare com isso! – Puxou a mão brutalmente – O que deu em você?!.

– Deu que eu quero saber o que causa esse seu comportamento há anos – Sentou-se na cama, de frente para o corpo estirado de Dazai – Você sempre ficava com a cara fechada normalmente, mas havia momentos em que seus olhos ficavam opacos e distantes, sua boca esboçava um quase sorriso

Dazai sabia bem da expressão que o ruivo estava descrevendo. Era sua expressão de ciúmes quando tinha por volta dos 16 anos, tentando não sacar uma arma e atirar em quem tentava se aproximar de Chuuya com más intenções.

– Não é nada demais, ok? – Sentou-se na cama.

– Se não é nada demais, você pode me contar! – Cruzou os braços – Você sabe que não vou falar para ninguém de qualquer jeito. Era por causa das consultas semanais do Mori? Ou porque eu quebrei o seu joguinho no meio de uma missão? Ou porque Kouyou pegou você mexendo nos documentos do Mori-san uma vez?...

Chuuya não parava um segundo de tentar adivinhar o motivo das ações de Dazai ao longo dos anos. Dazai já estava ficando de saco cheio das especulações do ruivo. Ele sabia que Chuuya era lerdo, mas isso estava passando dos limites.

– Não, Chuuya, não é isso! – Dazai se exaltou.

– Então, o que é!? – Chuuya respondeu no mesmo tom – Você disse que não é nada do que falei até agora. Não pode simplesmente me contar? – Ele ouviu Dazai bufar.

– As vezes, acho que você é mais burro do que parece.

Levado pelas emoções do momento, Dazai estalou a língua irritado, vendo Chuuya olhar indignado para ele. Não demorou muito para Chuuya estar deitado sob o moreno, que prendia seus pulsos ao lado de sua cabeça.

Chuuya sentia como se um pedaço grande de algodão estivesse tocando sua boca. Eles estavam molhados. Demorou um momento para ele raciocinar que a boca de Dazai estava grudada à sua. Até esse ponto, o mafioso não era inocente e entendeu o recado.

Dazai remexeu sua boca algumas vezes contra a do parceiro, seus olhos estavam fechados. Não tinha coragem suficiente para olhá-lo agora. Se afastou devagar da boca do parceiro, abrindo os olhos novamente.

Chuuya, visivelmente corado e com os olhos espantados, tentava recuperar o fôlego que perdeu nesses dois minutos.

– Isso responde suas perguntas?

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