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emocionais.── Desculpa te ligar essa hora... ── A voz de Elise saiu como um sussurro, carregado de desespero e uma necessidade profunda de socorro. Suas mãos tremiam ao segurar o telefone junto ao ouvido, e seus olhos, cheios de sofrimento, refletiam o caos de sua alma. Enquanto falava, ela começou a procurar pela chave reserva de seu apartamento, os dedos trêmulos vasculhando gavetas e cantos.
── Elise? ── A resposta de Roberto veio rápida, sua voz grave e carregada de preocupação atravessando a linha como um farol na tempestade. ── O que aconteceu? Você está bem?── Após testemunhar Elise sendo ameaçada naquela favela, qualquer pensamento que prejudicasse sua segurança fazia seu sangue ferver. Roberto conhecia bem o que viciados e traficantes eram capazes de fazer, o terror que podiam infligir. Na mente dele, os cenários se desenrolavam como pesadelos vivos, cada um pior que o outro.
── Não, não tô' bem. ── A voz de Elise falhava, um reflexo do tremor que a dominava. Do outro lado da linha, Roberto abaixava o volume da televisão, seu corpo se mexendo inquieto no sofá, a preocupação crescendo em seu peito. ── Você... ── Elise hesitou, os pensamentos voando em todas as direções. Não queria sobrecarregar alguém com seus problemas, mas sentia que Roberto poderia ser sua única esperança, talvez levando-a até a delegacia, ou para algum lugar seguro onde pudesse ficar...
── Você pode vir na minha casa? ── A voz dela era um sussurro desesperado, uma súplica escondida nas palavras.
Elise fechou a última gaveta, a certeza aterradora se instalando em seu coração: Bruno estava por aí, com a chave de seu apartamento. As sombras de seu passado se infiltravam em sua vida presente, tornando o ar quase irrespirável.Roberto, do outro lado da cidade, sentiu seu coração acelerar. A vulnerabilidade na voz de Elise o cortava como uma lâmina, a necessidade de protegê-la se transformando em uma missão pessoal. Sem hesitar, ele desligou a ligação, se levantou, pegou as chaves do carro e, com as mesmas vestes encontrou uma determinação renovada, para encontrá-la.
Na escuridão daquela noite, dois destinos se entrelaçavam de maneira irrevogável. Elise, presa entre o medo e o desespero, aguardava o homem que, sem saber, se tornaria faria de tudo para ajudá-la na tempestade que se aproximava.
Nascimento não se importava em seguir as leis de trânsito naquele momento, passava pelos sinais vermelhos, recebendo inúmeras buzinadas e xingamentos, isso demonstrava seu desespero, não tinha tempo para de questionar o porque estar fazendo isso por uma mulher que a princípio é so uma colega de trabalho.
Nascimento não se importava com as leis de trânsito naquele momento. Passava pelos sinais vermelhos, ignorando as buzinas raivosas e os xingamentos que ecoavam ao seu redor. Cada ultrapassagem perigosa, cada curva feita com pressa, revelava seu desespero crescente. Ele não tinha tempo para questionar por que estava arriscando tanto por uma mulher que, a princípio, era apenas uma colega de trabalho.
Mas, talvez, no fundo de seu coração, ele soubesse que Elise representava algo mais. Ela era um farol em sua vida, uma presença que despertava nele um desejo de proteção, de redenção. O medo e a necessidade de salvá-la eclipsavam qualquer lógica ou razão. Nesse momento, a urgência em sua alma era tudo o que importava.
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PODER E A ℒEI | CAPITÃO NASCIMENTO
ChickLitPODER E A ℒEI | CAPITÃO NASCIMENTO 𝓝o coração tumultuado do Rio de Janeiro, onde a beleza das praias contrasta com a brutalidade das favelas, duas vidas colidem em meio ao caos e à violência. Roberto Nascimento, ou Capitão Nascimento, um dedicado...