Estúdio

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Gizelly's Pov

É impressionante como o tempo passa rápido quando você tem muitas coisas na cabeça. Eu e Bia mal tivemos tempo de respirar desde que voltamos de Gramado, já na tarde de sábado depois da inauguração, decidi a decoração, buffet, além da documentação necessária para a inauguração do estúdio, estamos ficando loucas com tudo isso. Ainda bem que para a última questão nós temos a ajuda do meu pai, que já está acostumado com isso e poderá nos mostrar a luz no fim do túnel, já que aqueles papéis pareciam gregos para nós. É por isso que em plena quarta-feira à tarde, eu e minha amiga estamos indo para a Luxury.
Chegando à porta do escritório do meu pai pergunto à Dona Rebeca:

- Boa tarde Dona Rebeca, meu pai está muito ocupado?

- Boa tarde Gizelly. Seu pai está em uma reunião com alguns acionistas. - Ela respondeu.

- Tudo bem. O tio Sebastião está com ele?

- Sim. Hoje apenas a Dona Rafaella está no escritório.

Me virei para Bia:

- Vamos ter que deixar essa conversa para amanhã, Bi.

- Mas Gi nós temos que resolver isso hoje.
Amanhã nós vamos com a Ivy experimentar o buffet lembra?

- Putz, tinha esquecido disso. Mas nem meu pai nem o tio Sebastião estão aqui. Vamos ter que ir à noite para a casa dos meus pais.

- Ué, porque não pedimos ajuda para a Rafaella? - Bia perguntou e eu olhei para ela indignada.
Pedir ajuda para Rafaella era como dar um tiro no meu orgulho. Eu nunca faria isso.

- De jeito nenhum, Bia. Eu nunca vou pedir ajuda para ela.

- Gizelly, para de ser criança. Nós precisamos que alguém traduza esses papéis antes de assiná-los.

- Bia, você sabe que eu tenho meu orgulho. Eu não vou pedir ajuda para ela. Até porque ela nunca iria me ajudar, nós nos odiamos lembra?

Bia revirou os olhos e disse:

- Se você não pede, eu peço. - Se virou para Dona Rebeca. - A Rafaella está muito ocupada?

- Não senhora. Ela avisou que poderia ser interrompida caso fosse necessário.

- Ótimo. - Pegou os papéis da minha mão e bateu na porta do escritório de Rafaella.

- Pode entrar. - Ouvimos a voz de Rafaella dentro da sala.

Bia me olhou e eu sentei no sofá da recepção com os braços cruzados, sinalizando que não iria entrar. Ela então abriu a porta e colocou a cabeça para dentro:

- Olá Rafa. Atrapalho?

Ouvi a voz de Rafaella novamente:

- Oi Bia. Claro que não, pode entrar. - ouvi o som de alguém se levantando e Bia entrou e fechou a porta.
Cerca de cinco minutos depois de Bia entrar a porta se abriu de novo. Eu pensei que era Bia, e já iria falar que eu havia avisado que a Senhorita Odeio a Gizelly não iria ajudar, mas me surpreendi ao ver Rafaella saindo da sala.

Ela me olhou e simplesmente falou:

- Gizelly, entra.

Garota mais grossa. Quem ela pensa que eu sou?

- Não entro - falei continuando de braços cruzados.

- Garota, entra. Para de ser orgulhosa.

- Eu não quero te dar o prazer de jogar na minha cara o resto da vida que me ajudou.

The Few Things  (GIRAFA-VERSION) Onde histórias criam vida. Descubra agora