Despedida de solteira part 1

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Volteiiii :)

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Rafa's Pov

Eu já posso ter um infarto? Acho que sim. Meu casamento é amanhã e eu estou pirando. Amanhã eu vou poder dizer que me casei com a mulher da minha vida. Mesmo que ela não saiba disso. Bom, eu estou pirando, e minha mãe já pirou! Dona Genilda não para quieta nem um segundo, fica com a tia Márcia no telefone o tempo todo, até parece que são as duas que vão casar.
Desço as escadas e escuto minha mãe falando ao telefone:

- Ok, os decoradores vão chegar às uma, eu posso pedir para a Marcella ir verificar se eles vão colocar tudo no lugar.

Ela esperou pela resposta:

- Mas Márcia, era para a Gizelly ter visto isso a duas semanas...sim, eu sei... eu posso tentar resolver. - Ela fez sinal para que eu parasse na porta. - Depois eu te ligo para avisar se deu certo, preciso falar com a Rafaella e aparentemente ela está de saída. Beijos.

E desligou se aproximando de mim, que já estava com as chaves do carro na mão:

- Aonde vai? - Ela perguntou.

- Tenho que passar na casa nova, a loja vai entregar os últimos móveis agora cedo.

- Graças a Deus, pelo menos uma de vocês está levando isso a sério. - Minha mãe falou impaciente.

- O que minha querida noiva aprontou desta vez? - Perguntei.

- Nós pedimos para que ela passasse na floricultura e deixasse as flores da decoração escolhidas. E ela simplesmente não passou, ou seja, a moça da floricultura ligou pedindo para alguém escolhê-las para que eles possam levar os arranjos para o local da cerimônia. - Ela falou tudo isso sem parar para respirar, e eu me assustei, normalmente minha mãe não é de ficar nervosa, pelo contrário, é sempre ela quem acalma os outros.

- Calma, mama - falei. - É só a senhora ou a tia Márcia passarem lá e escolherem.

Ela me olhou espantada:

- Não senhora - disse - O casamento não é meu. Pode tratar de passar lá e escolher as flores.

- Mas mãe... - eu protestei. - Pede para a Gizelly, era para ela ter passado lá. Não é justo eu ter que cumprir as responsabilidades dela.

- A vida não é justa - soltou Dona Genilda, de forma seca. - E se ela não passou a duas semanas, agora é que não vai passar, então por favor Rafaella, seja a responsável desse casamento.

Realmente, Dona Genilda não está em seu estado normal, prova disso é que depois de ter sido super grossa, ela simplesmente me abraçou, tipo, do nada.

- Desculpa, filha. Eu não queria descontar em você. - Percebi que ela começou a chorar. - Mas tudo tem sido uma correria nos últimos dias, nós nem tivemos tempo de conversar direito.

- Se acalma, mama, senão quem vai chorar daqui a pouco sou eu. Você sabe que não posso ver as pessoas que eu amo chorando. - Falei tentando manter a calma.

- Como eu posso me manter calma, Rafaella Kalimann, a minha menininha vai casar amanhã, e por causa de um acordo de negócios. Sabe como eu estou me sentindo?

Neguei com a cabeça:

- Eu estou me sentindo a pior mãe do mundo. - Neste momento eu não consegui segurar as lágrimas. Ela continuou: - Porque eu não consegui fazer nada para impedir essa doideira, porque eu não consegui te proteger e além de tudo eu estou com medo Rafaella, estou com medo de como vai ser a minha vida sem te ouvir descendo as escadas de manhã para o café, sem ter o seu beijo de bom dia, sem
te ouvir discutindo com os seus irmãos por besteiras, sem te ver conversando com o seu pai sobre os assuntos da empresa, sem te ter ao meu lado para assistir o noticiário após o jantar, sem te ouvir me gritando que está saindo com os seus amigos, sem te ouvir chegando de madrugada e podendo finalmente dormir tranquila por ter certeza que você está bem, eu tenho medo de não te ver mais todos os dias, eu tenho medo de você esquecer o caminho de casa, filha!

The Few Things  (GIRAFA-VERSION) Onde histórias criam vida. Descubra agora