Surpresas

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Gizelly's Pov

O que eu fui fazer?
Essa é a única pergunta que passa na minha cabeça nesse momento.
Eu nunca devia ter aceitado essa ideia ridícula. Mas agora é tarde demais para voltar atrás, e além do mais, minha família depende disso. Eu fiz isso por eles, e é isso que tenho que ter em mente.

Quando me dei conta já estava gritando com Rafaella na mesa do café, e a calma dela com essa situação toda me irritou ainda mais.

E quer saber. Eu não me arrependo de nada do que eu disse. Bom. Talvez de tê-la culpado pelo casamento, mas eu não vou me desculpar por isso. Meu orgulho é muito grande.
Lavei a louça do café e fui até o meu carro, para terminar de descarregar minhas malas.

Não demorei para arrumar tudo dentro do closet do meu quarto, e, como previsto, sobrou um espaço enorme, já que eu não trouxera muito coisa.
Com tudo arrumado não me sobrava muita coisa para fazer e já que Rafaella não estava em casa resolvi explorar um pouco o local. Afinal, ela mesma disse que eu podia me sentir em casa.
Sai do meu quarto e analisei a porta em frente. O quarto de Rafaella. Fiquei curiosa para saber como ela tinha decorado o próprio quarto, então abri a porta e espiei para dentro.

O quarto de Rafaella foi decorado no mesmo estilo do meu, só que com móveis de tom amadeirado ao invés de cinza. Um closet do mesmo tamanho do meu ficava atrás de uma porta corrediça na parede atrás da cama, mas ao invés de um espelho a parte da cabeceira abrigava uma prateleira cheia de livros. Nunca foi segredo que Rafaella é uma amante da leitura e seus livros iam para todo lugar atrás dela.
Não me demorei observando o quarto e saí fechando a porta, me dirigindo ao cômodo ao lado. Um do quartos de hospedes. Possuía uma decoração simples, com uma cama de casal, coberta com lençóis em tom creme, e em frente uma prateleira com televisão no mesmo tom dos lençóis.

O quarto da frente, também para hospedes era praticamente idêntico, então logo me dirigi ao cômodo mais próximo da escada no lado direito do corredor. Era um escritório, percebi algumas coisas de Rafaella no local. Ivy devia ter projetado para ela. Não era um local grande, havia apenas uma mesa de vidro no centro, e alguns armários na parede contrária à janela.
Saindo do escritório me dirigi à última porta do corredor. E quando eu entrei meu queixo caiu. Era um mini estúdio. Havia alguns equipamentos para revelações de fotos, alguns objetos de iluminação, e a cortina era escura, para quando precisasse revelar as fotos manualmente. Havia também uma mesa de vidro, parecida com a de Rafaella, e alguns armários.

- Ivy, dessa vez você se superou bebê. - Pensei alto. - Quero só ver a cara da Bia quando ver isso aqui.

Andei um pouco pelo estúdio e resolvi ligar para a Ivy pra agradecer pelos mimos. Peguei meu celular e vi algumas ligações da minha mãe, mas resolvi ignorar. Ela com certeza quer saber se nós estamos vivas, e eu não estou nem um pouco afim de contar que eu e Rafaella discutimos e ela saiu dirigindo sei lá para onde.
O telefone chamou duas vezes antes da Ivy atender:

- Bom dia Gi, ou quase boa tarde né?
- Nem havia percebido que já estava na hora do almoço.

- Bom dia bebê.

- E ai tudo bem? A Rafaella ainda está viva? - Ela perguntou com um tom preocupado. - Você não me ligou para te ajudar a esconder o corpo, ligou? Por que vá logo sabendo que eu não sei guardar esse tipo de segredo, eu fico nervosa e acabo deixando escapar para alguém. É melhor ligar para a Bia.

Eu ri e falei:

- Claro que não bebê, o projeto de loira de banheiro ainda está viva.

Ela suspirou aliviada:

The Few Things  (GIRAFA-VERSION) Onde histórias criam vida. Descubra agora