Rita: - Por enquanto nada, Maya. - Disse e logo após se afastou.
No mesmo momento em que senti alívio do seu afastamento, senti uma falta absurda do seu corpo quente
colado ao meu. Meu coração se apertou, eu não devia
sentir esses tipos de sentimentos. Meus pais se abraçavam
assim e eles são casados. E nós nem tínhamos uma
amizade, éramos apenas freiras. Não devíamos ter esse
tipo de contato e eu não devia gostar dissoe ela não
deveria despertar aquelas sensações em mim. É... é errado,
mas a voz dentro de mim insiste em dizer que é certo.Sou tirada dos meus devaneios quando ouvi sua voz sendo
pronunciada.Rita: - Quero lhe fazer o pedido que comentei hoje pela manhã. Quero que me acompanhe na próxima semana a cidade vizinha. Ficaremos seis dias fora ajudando os mais necessitados, iremos segunda pela manhã e voltaremos sábado a noite. Espero que aceite, muitas freiras descobriram o seu chamado por conta disso e eu terei todo o prazer em lhe ajudar a descobrir sua vocação.
Eu me virei para ela ainda com os braços cruzados fitando
suas orbes escuras. Seria ótimo ajudar pessoas carentes,
melhor ainda se eu descobrisse a minha vocação. Aceitaria
na hora, porém, se não fosse pelo o que ela anda me
fazendo sentir. Acredito que um afastamento pudesse
ceifar aquelas sensações que cresciam em meu interior.Maya: - Eu não sei, Madre Rita. Tenho vários afazeres aqui no convento. E... - Não consegui terminar a minha fala pois ela logo me interrompeu.
Rita: - Irmā, eu me encarregarei disso. Você está indo a trabalho, seus afazeres aqui outra freira pode faze, até porquê, freira aqui é o que não nos falta. - Sua voz soou grave e o rosto dela ficou severo novamente. - Eu espero que aceite, não é sempre que convido uma noviça para me acompanhar em minhas viagens. E seu eu convido, é por que é mesmo muito importante.
Respirando fundo, concordei. Não conseguiria dizer não,
seu autoritarismo me deixava acuada e temerosa pelo o
que ela poderia dizer ou agir ao receber minha resposta
negativa.Maya: - Tudo bem, me desculpe. Eu irei.
Rita: - Ótimo - Seu tom amenizou, trazendo novamente aquela voz rouca que me causou arrepios momentos atrás. - Você vai gostar, Maya, eu tenho certeza. Será muito prazerosoe reconfortante ver a felicidade estampada nos rostos daquelas pessoas carentes. - Eu balancei a cabeça em concordância.
Maya: - E ficaremos aonde? - Perguntei curiosa.
Rita: - Em uma estalagem, não se preocupe. E um lugar muito tranquilo e confortável, um pouco distante da cidade, mas muito boa. - Ela respondeu-me parecendo um pouco
despreocupada.Percebi que ela conhecia bem o lugar ao falar dele. Acredito que ela se instalava nele quando ia para a cidade vizinha.
Maya: - E aonde visitaremos tanto?
Rita: - Iremos a orfanatos, a vilas mais pobres, daremos
alimentos e roupas para as pessoas de rua, trataremos das
feridas de quem não tem condições para obter remédios e
ervas medicinais boas e outras coisas mais.Maya: -A senhora pode me dizer o que são essas coisas mais? - Perguntei arqueando minha sobrancelha em claro sinal de curiosidade.
O que seriam essas coisas mais?
Quando fiz minha pergunta ela imediatamente veio em
minha direção com aqueles olhos escuros feito noite sem
lua. Ao constatar que a mesma estava chegando perto, por
impulso dei um passo para trás, ela estava meio assustadora andando e me olhando daquele jeito.Quando pensei em dar outro passo para me afastar, ela me parou alcançando-me ao circular meus cotovelos com as sua grandes mãos, puxando-me para mais perto dela.
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Madre Superiora
FanfictionSéculo XIX, Maya Bishop com 20 anos de idade decide que às coisas mundanas não servem para ela, decidindo assim, ir para um convento onde passaria por vários treinamentos, até se tornar freira. Mas o que ela nåo esperava, era que a Madre Superiora...