Chapter VII

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Imediatamente abri meus olhos e levada pelo susto sentei-
me na cama. Ela estava sentada na beirada e, diferente de
todas às outras vezes que a vi, ela estava com os cabelos
soltos. Juro por tudo que existe de mais sagrado nesse
universo que eles eram lindos. Lisos e escorridos, grandese
negros. A combinação perfeita para o restante do seu rosto
bem desenhado. Minhas mãos estranhamente coçaram na
vontade de tocá-los.

Abaixando os olhos, percebi que ela não vestia o paramento, mas sim um vestido de dormir branco, quase
transparente, dando-me a visão do desenho dos seus seios
avantajados e redondos. Minha respiração acelerou e
quase engasguei com a saliva que nem percebi estar
engolindo. Olhei para sua mão em minha coxa e meus
pêlos se arrepiaram instantaneamente. Sua mão estava
quente ea sensação era gostosa.

Ela estava linda, muito mais linda do que o normal. Sem
mais demorar, sua outra mão subiu para o meu queixo para
erguer a minha cabeça, fazendo-me olhar em seus olhos.

Rita: - Estou esperando minha resposta, Maya. Esperei
pacientemente pela semana inteira e agora isso está me
matando. - Maya sentia o desejo e a paixão escorrendo
em cada palavra dita por sua madre Rita. Ao constatar
tal fato, automaticamente prendeu a respiração.

Para alguns filósofos como Descartes, paixão significa:
percepções, ou sentimentos, ou emoções da alma, que
relacionamos especificamente com ela e que são causadas, alimentadas e fortalecidas por algum movimento dos espíritos. Nisso, percebemos que para que as paixões existam é necessário que algo exterior as provoquem na alma e, nesse caso, os espíritos. Tais espíritos, de modo geral, podem ser compreendidos como partículas físicas que ocasionam movimentos no corpo provocando as paixões na alma. Assim, para que uma paixão se manifeste, é preciso que o corpo provoque algo na alma, bem como é necessário que o espírito perceba, sinta que foi atingido. Sensaçöes como o frio e o calor, apetites como a fomeea sede, sentimentos como o amor e o ódio são considerados paixőes para o cartesianismo, visto que não podem acontecer sem um corpo, ou algo diferente da mente, e um espírito que tenha consciência desta experiência. Desta forma, é válido salientar que a paixão não é uma afecçấo do corpo, uma experiência fisica ou fisiológica. É um acontecimento que se passa no espirito, é uma percepção, e, como toda percepção, ela acontece na alma e não no corpo.

Já Aristóteles foi simples e direto, para ele a paixão se
define como: o que move, o que impulsiona o homem para
a ação.

Mas para mim, Maya Bishop, paixão é uma junção de
ambas as definições. Sem um corpo não existe alma e sem
a alma não teria como sentir paixãoe sem ela (paixão) não
teria conmo realizarmos nossas ações relacionadas aos
sentimentos ou, desejos. E da mesma forma que a madre
estava tomada pela paixão, eu estava também.
E por isso, naquele momento eu não poderia dizer outra
coisa além de um: Sim ou aceito. Naquele momento meu
corpo, mente e alma haviam entrado em um consenso e às
minhas negações tinham fugido de mim para bem longe.
Seu polegar começou a acariciar meus lábios lentamente.

Como podia só com um mísero toque ela acendero meu
corpo tão rapidamente como um material flamejante
sendo ateado ao fogo?

Como podia eu me sentir bem e querer mais e mais seus
olharese toques sobre mim e meu corpo?

Como podia naquele momento eu ver que tudo o que
achava ser para mim, na verdade não tinha nada a ver
comigo?

Eu ainda não tinha às respostas para aquelas perguntas.

Eu estava em completa hipnose por seus olhos que
refletiam um profundo abismo, onde eu queria me jogar
sem nem pensar nas consequências. Pouco me importando se no fundo dele houvessem rochas poti-agudas prontas para perfurar minha carne e coração ou um mar de pétalas de rosas prontas para amortecer a minha queda. Eu simplesmente queria e não hesitei ao dar a sua tão esperada resposta.

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