Madre Superiora

História.

Um pequeno texto base do porquê a Rita agir dessa forma e ter essas ações.
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Madre Rita Pov:

Já haviam dez anos desde que me nomearam como madre
do convento que, por ventura, se tornou o meu único lar já
que eu não obtia mais contato com os meus familiares que
moravam a quilômetros de distância.

Mas, não tínhamos contato pelo fato de haver uma grande
distância, mas sim porque eles cortaram-me da árvore
genealógica da família. Segundo meu querido pai, era para
eu esquecer que o sangue que corria pelas minhas veias
era o mesmo que o dele.

O sangue da familia Castilho era puro e o meu era ruim.
Membros da famíliaCastilho levavam uma vida acomadada
no conservadorismo.

Membros de sangue ruim como eu eram esquecidos após
cometerem um grande delito.

Neste caso, o grande delito seria estar me envolvendo
intimamente com uma moça que, por crueldade genitor, já
não se encontrava dentre nós. A surra que ela havia levado
fora tão grande que lhe custou a vida.

Lembro-me perfeitamente de ouvir a voz do seu pai
anunciar a sua morte com grande orgulho na voz.

Prefiro ter uma filha morta do que vê-la caindo nas garras do
homossexualismo.

Suas palavras martelavam até o dia de hoje em minhas memórias. Meu genitor não teve a coragem que o outro homem teve.

Homicídio era um dos pecados mais graves existentes.
Então, a opção mais plausível encontrada por ele foi
apagar meu nome da família e se esquecer da minha
existência. Passei alguns meses da minha vida vagando por lugares até encontrar o convento. Ninguém sabe realmente da minha verdadeira história e nem saberão.

Para os mais antigos que ali se encontravam, eu vim de muito longe apenas para ser noviça ali, segundo a história que eu havia contado na época, tomei essa decisão após perder minha família em um incêndio. E assim seguiu, cada vez mais eu estudava a palavra e o fluxo dentro do convento.

Após um tempo nomearam-me Madre Superiora e assim eu
aceitei. Entre todas as madres que por ali passaram, ouvia
pelos corredores que eu era a mais rígida e fria. Mas mal
sabiam elas que eu estava quebrada por dentro. Tirando
esse fato, foi estranho na época uma mulher tão nova
tomar essa posição, mas assim foi.

Eu necessitava ocupar minha mente e esquecer do meu
passado que mesmo sem eu querer, ainda doía.
Meu pai havia poupado a minha vida, porém, eu preferia a
morte. Preferia até aquele momento em que foquei na estatura mediana e orbes azuis claras que exalavam inocência e ingenuidade.

Meu olhos jamais haviam visto tanta beleza em um só ser.
Pude jurar que era a mais pura personificação de anjo. Um
anjo que arregalou levemente as vistas ao fitar-me.

Maya Bishop, a nova noviça.

Após ter a conhecido senti um novo sentimento se apossar
do meu ser. Todas às noites eu ia em seu quarto observá-la
dormir. Apreciava sua feição calma e tranquila, escutando
seu leve ressonar que pude perceber que depois de muito
tempo, me trazia paz.

Eu a queria para mim, mesmo sabendo o quão errado
seria. Maya era inocente demais para os meus pensamentos e sentimentos pecaminosos, porém, eu
percebia que mesmo sem ela ter conhecimento, seu corpo
chamava por mim. Ele já me conhecia antes mesmo dela tomar noção disso. Eu sabia disso ao observar como os curtos pelos dos seus braços arrepiavam-se na minha presença, mesmo ela inerte em seu mundo dos sonhos.

Passei meus dias a observando por onde quer que ela
estivesse. Meu corpo parecia um ímã que exigia estar o
mais próximo possível dela. Eu precisava tê-la para mim e
não apenas para satisfazer meus desejos carnais, mas sim
para ter o seu coração da mesma forma que ela já tinha o
meu.

Eu havia me apaixonado por ela. Entendia desse sentimento pois apenas uma pessoa há muito tempo o despertou dentro do meu peito, mas que por maldade de um ser humano ela já não estava mais nesta terra.

Talvez tenha soado de uma certa forma cruel o fato de eu
tê-la feito prometer algo que não tinha conhecimento, mas
foi a única forma que eu encontrei de poder me aproximar
da forma que eu queria. Como o esperado ela ficou nervosa mas eu podia ver em seus olhos o quanto o seu interior almejava estar em meus braços. Podia perceber sua batalha interna. Anos de sua vida dedicados a um só propósito e de repente chega uma pessoa da qual deveria ser seu grande exemplo e a faz jogar todo aquele tempo no lixo de uma hora para outra.

Ela tinha princípios e um certo remorso, mas ela também tinha desejos, eu despertava esses desejos nela. Podia senti-los como se fossem ondas sonoras entrando em meus ouvidos como uma bela melodia. Apesar de toda a sua história, eu me manteria firme em busca dos meus sentimentos. Seria egoístae até cruel. Mas eu não poderia deixá-la escapar entre meus dedos e se eu conseguisse despertar dentro de si o mesmo sentimento que eu nutria dentro do meu ser, arriscaria dizer que enfrentaria o que fosse para protegê-la.

Não cometeria o mesmo erro duas vezes. Não seria medrosa e aceitaria ir embora novamente. Era muito cedo para pensar desta forma porém eu não conseguia raciocinar diferente. Após tantos anose tantas mulheres que passaram diante dos meus olhos e apenas ela conseguiu fazer meu coração bater mais rápido, deveria
ser um sinal. Esse tipo de coisa não acontece com qualquer um.

Maya seria minha e viveríamos nosso segredo. Maya seria minha até onde desse. Até onde Deus permitisse.