Chapter I

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Siga-me. — Disse a irmā Tereza quando me apresentei ao chegar em frente ao grande convento. Ela estava me esperando fazia um tempo, era para eu ter chego antes, mas o cavalo que carregava a charrete do meu pai resolveu empacar no meio do caminho fazendo-nos esperar o seu tempo para voltar a andar novamente.

Sem muito demorar me despedi do meu pai com um forte abraço e fomos seguindo pelo grande corredor pouco
iluminado por lamparinas com grandes velas fumegantes que davam um ar meio vazio ao local. A irmã disse que me levaria direto a Madre Superiora para me apresentare de lá a mesma me apresentaria o resto do convento que
confesso ser meio assustador. Não que eu seja uma pessoa medrosa, claro que não. Mas aquelas grandes paredes grossas de pedras escuras e as míseras velas espalhadas causavam-me certo arrepio na espinha.

Por uma graça divina era um lugar de paz e adoração.

A Madre Superiora é conhecida por ser muito rígida tanto
com as freiras, quanto com as noviças que chegam por aqui para dedicar sua vida a este lugar ea Deus.

Todos consideram ela como um exemplo, e eu também. Dizem que ela é a Madre mais nova até agora nesse convento, todas às anteriores eram de idade. Dizem que ela tem aproximadamente uns quarenta anos. Nunca a vi de perto, só ouvi falar.

Ela não é muito sociável já que raramente  aparecia nos poucos eventos que aconteciam na pequena cidade em que eu morava, diziam também que ela é extremamente reservada e centrada no que crê, não via eventos como algo que acrescentasse na sua fé.

Enquanto caminhávamos pelo corredor que Deus que me perdoe, mas parece que não tem fim, a irmā Tereza ia me
contando várias coisas que não chegavam em meus ouvidos já que eu estava mais interessada em observar o
local que seria meu lar dali para frente.

Eu só balançava a cabeça ou respondia com um "que legal", "interessante", "hum" ou simplesmente fazia um expressão de surpresa, escutei também uma coisa ou outra do tipo "levantamos muito cedo, espero que esteja acostumada acordar antes do galo cantar", "várias moças decidiram dedicar sua vida a Deus, então nossos aposentos estão praticamente cheios"; "temos o sótão, mas tenho certeza que a Madre não deixará você ficar lá, ela sempre dá um jeito de arranjar um lugar para as moças ficarem", "lá é muito longe dos quartos em que ficamos, e escuro". Depois disso eu só balançava a cabeça até que chegamos dentro da igreja particular das freiras onde uma mulher estava ajoelhada rezando em frente a imagem da mãe de Jesus. Esperamos em silêncio até que a mesma terminasse sua reza.

Quando ela se levantou, eu fiquei surpreendida por ela ser tão alta, nunca havia visto uma mulher tão grande assim. Depois do que pareceu ela beijar o seu crucifixo se virou. A mulher se virou, dando-me a visão da sua pele clara e olhos negros como um céu despido de estrelas.

A irmã Tereza se apressou para me apresentar, explicando o motivo do meu atraso enquanto ela simplesmente balançava a cabeça ao me observar com uma expressão severa.

- Obrigada por me apresentá-la, irmã. Agora pode voltar a fazer o que estava fazendo. — Balançando a cabeça, a irmã Tereza saiu.

Ao proferir essas palavras, pude perceber que sua voz era rouca como se estivesse meio resfriada e grave demonstrando sua idade um pouco avançada.

- Espero que tenha certeza que essa é sua verdadeira vocação, irmã Maya. Estou cansada de acolher jovens inocentes igual a você e no final elas acordarem do sonho encantado e descobrirem que essa não é a vocação delas nesta terra. Que Deus as perdoe por isso. — Soltando um suspiro forte, pude perceber como ela já estava exaurida deste pequeno ciclo. —  Você tem certeza que quer isto
mesmo? —  Perguntou olhando seriamente nos meus olhos o que causou-me um breve devaneio me fazendo notar cada linha do seu rosto, acordando a voz de dentro da minha cabeça me permitindo escuta-lá dizer suavemente:

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