Madre Superiora

Chapter VI

A terça-feira aconteceu a mesma coisa que na segunda. Ela
sumiu o dia todo, porém, na hora do jantar ela estava lá no
mesmo lugar novamente. Quando entrei, pude perceber
que a mesma lançou aquele mesmo olhar em minha
direção, mas dessa vez fui forte o bastante e desviei, indo
sentar em outra mesa junto das noviças que conversei
durante o meu primeiro dia ali.

Enquanto o jantar transcorria, eu sentia seus olhares sobre
mim me deixando nervosa. Por sorte, às noviças estavam
entretidas conversando assuntos banais que nem
perceberam meu desconforto. Quando a olhei de relance,
vi que ela levantou uma das sobrancelhas e levemente
balançou a cabeça em sinal de negativo, dando um
pequeno sorriso sem mostrar os dentes, mas não era como
se estivesse reprovando a minha atitude de não ter ido
sentar ao seu lado, mas sim com ironia, Como se quisesse
me dizer que eu estava sendo boba demais tentando fugir
dela.

E eu realmente estava.

Mas era minha única saída. Eu não podia ficar perto dela
que parecia entrar num transe agindo da forma que ela
ordenasse, até porquê, ela não pedia e, deixando também
ela falare agir de formas que nunca imaginei vindo dela.
Depois de terminar meu jantar, despedi-me das outras
mulheres ali presente e me retirei do ambiente. No fundo
eu sabia que não tardaria até me entregar a ela, mas
enquanto pudesse fugir eu fugiria. Era apenas uma questão
de tempo.

Subindo as escadarias que na minha visāo pareciam não
ter fim, cheguei ao meu quarto indo diretamente ao
banheiro. Precisava relaxar, mais uma vez aproveitando da
banheira que tinha ali.

Preparando a água, tirei minhas vestese entrei, apreciando
aquela temperatura morna e gostosa. Imediatamente senti
meus ossos relaxarem. Me sentando, recostei minha cabeça na beirada fechando os olhos. As vezes tudo o que precisamos é de um bom tempo no banho para relaxar e espairecer a mente.

Depois de um tempo perdida em pensamentos, senti meus dedos dos pés e das mãos enrugados por conta do tempo que estava ali, ao abrir meus olhos dei de cara com a morena sentada numa bangueta que tinha ali me observando como se já estivesse acostumada. O que de certo modo não era uma mentira, ela realmente estava, mas não eu estando nua.

Rapidamente endireitei-me, levando os joelhos ao meu
peito, abraçando-os com meus braços de um jeito que me
deixou numa concha fechada, numa meta tentativa de
esconder minha nudez dos seus profundos olhos negros.

Rita: - Não fique surpresa, Maya. Sou apenas eu. Tudo o que
você tem, eu tenho também. Em breve verei esse seu lindo
corpo todas às madrugadas e, quem sabe, de dia também,
quando lhe chamar para o meu escritório ou no meio de
uma missa, para transarmos atrás da igreja. - Enquanto
aquelas palavras saíam de sua boca, ela se levantou
aproximando-se da borda da banheira.

Eu estava incrédula com às coisas que ela havia dito, porém, não sabia porque ainda me surpreendia.

Maya: - A-a senhora não pode entrar aqui dessa forma e também não pode me dizer essas coisas. E a senhora tinha me dito que não viria ao meu quarto durante essa semana.

Rita: - Sim. Eu posso entrar, e é por isso que estou aqui. Eu posso dizer, e é por isso que digo. Até porque eu sei que você gosta, mas não quer admitir. E sim, eu sei o que disse. Vim aqui para lhe dizer que aquele lugar vazio ao meu lado no jantar é unicamente para você. Não adianta tentar fugir de mim, você não vai conseguir. Primeiro: porque o seu corpo não quer, percebi isso pela forma que seus olhos
procuravam por mim a todo instante lá em baixo. Segundo:
porque eu vou até o inferno atrás de você, Maya - Suas
orbes observavam meu corpo, ou pelo menos o que ela
conseguia. - Se continuar com isso, linda noviça, serei
obrigada e lhe virar de bruços e dar uns bons tapas em sua
bunda. Não esqueça. Eu sou a Madre Superiora e eu mando, não esconda o seu lindo corpo da minha vista. - Se
abaixando para ficar de frente para mim, sua mão direita
tocou meu braço, fazendo-me soltá-lo ao mesmo tempo
que minhas pernas voltavam em sua posição anterior,
esticadas no fundo da banheira.