capítulo quatro

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CAPÍTULO QUATRO.
CAPÍTULO POR THIAGO.
📍SÃO PAULO.

Noite rendeu em cinema de tanto a Iza e a Milla insistir, pegamos os últimos ingressos, entramos na sala tava lotada, algumas pessoas me reconheceram mesmo no escuro, sentamos na nossa cadeira e a Milla ficou do meu lado, ela tinha ido no MC antes de entrar no cinema e tava comendo os lanches dela.

— Pouca fome, né? — falei, ela riu assentindo e me deu um pedaço.

O filme começou e era o filme novo dos planetas dos macacos. Filme maneirão, tava prestando atenção e trocando um papo com os moleques sobre algumas cenas até a Milla deitar no meu ombro passando o braço dela entre o meu e ficar brincando com a pulseira que eu tava.

Coração acelerou igual aqueles adolescentes que fica bobão perto.  da mina que gosta, ri e voltei a focar no filme, era normal esse gesto dela, ela sempre fazia isso e no final acabava dormindo. Tanto que nem demorou pra ela realmente tá dormindo, quando o filme acabou acordei ela e saímos do cinema. Até chegar no estacionamento, parei algumas vezes pra tirar foto, e quando chegamos lá decidimos quem ia com quem, e acabou que eu levei o Ghard, a Iza e a Milla. E o casal começou a zoar ela que dormiu o filme inteiro.

— Já era pra geral tá acostumado. — falo e ela ri concordando.

— Eu sempre durmo.

— Mas aqui, se preparem pra fofoca, porque o que tinha de gente olhando pra Milla dormindo no teu ombro é brincadeira.

— Caô, sério? Caralho, viado.

Fomos conversando sobre isso até deixar o casal em casa e quando fui deixar a Milla em casa, começou uma chuva do caralho e ela teimou em não me deixar ir embora, pegou até a chave do carro, corremos pra casa dela e tava geral na sala assistindo alguma coisa. Falei com eles e a Milla foi tomar banho, quando ela voltou eu fui, ela tinha deixado uma peça de roupa minha no banheiro, tomei banho e quando voltei pra sala me joguei no sofá que a Milla tava.

Peguei uma almofada, coloquei na perna dela e deitei ali pegando meu celular pra avisar minha mãe que não ia ir pra casa e que tava na Milla. Depois fiquei marolando vendo uns vídeos, mas desliguei o celular focando e entrando no assunto que eles estavam conversando. Depois de um tempo, percebi que eu cochilei quando a Milla me chamou pra ir deitar.

Me despedi deles e fui pro quarto com ela, já tinha rolado várias vezes de eu dormir aqui, a cama dela é de casal, e eu sempre dormi aqui sem maldade nenhuma, mas agora ela podia não ficar confortável, mas quando ela ajeitou a cama, eu já comecei a falar.

— Se você ficar desconfortável eu durmo no chão, Milla.

— Para de bobeira, Thiago. — ela joga o travesseiro pra mim. — O canto é meu e você apaga a luz.

Ela já subiu na cama se ajeitando, se aconchegou e se tapou rindo. Apaguei a luz e deitei do lado dela que estava me olhando.

— Certeza que o Gleison ficaria irado com você dormindo aqui, ele sempre teve ciúmes.

— Claro, uma mina maneira pra caralho, fechamento e olha a forma que ele te tratava. É óbvio que ele ia ficar meio pá de um mano tratar você bem, melhor que ele.

— É, eu fui muito burra em ter colado com o Gleison.

— Esquece isso...

— Não, Tico. Sério... poxa, tanto cara maneiro por aí e eu colei em um vacilão e não terminei tudo, mesmo passando por algumas coisas inaceitáveis por pena de acabar com cinco anos de relacionamento.

— Mais tu abriu o olho, pô. — ela riu e assentiu.

— Esses dias eu estava pensando, e se eu tivesse me apaixonado por você? Será que seria tão boa assim nossa relação? Somos bons como amigos, né?

Fiquei meio embabacado quando raciocinei o que ela falou, e soube que ela pensou nisso, pensou em nós dois além de uma amizade. Acredito que ela tenha percebido, tanto que ficou toda sem graça, o rosto vermelho e eu ri.

— Não dar pra ter muita noção disso, né? Ainda mais você, mano... Cê sempre me viu como seu melhor amigo e não como um mano apaixonado por você.

— É... — ela responde baixinho.

— Sei nem como agir ou como render esse papo contigo, fico muito sem graça. — ri sem jeito e ela fez o mesmo.

— Desculpa ter entrado nesse assunto, sério.

— Relaxa, acho que esses assunto sempre vão surgir entre nós. — dou os ombros e ela se aproxima e me abraça deitando no meu peito.

— Mais espero que isso não afete negativamente nossa amizade. Sério, Tico... Eu não sei como eu iria lidar com sua ausência.

— Não precisa pensar nisso, eu nunca vou sair daqui, Milla. Eu sempre vou estar aqui, eu gosto muito de você, você é muito importante pra mim, e eu entendo meu lugar na sua vida.

— Você tem um lugar muito importando aqui, Thi. — ela aperta o abraço e eu deixo um beijo na cabeça dela antes de abraçar ela de volta. — Posso te perguntar uma coisa? — assenti concordando. — Quando cê percebeu que tava apaixonado por mim?

— Quando aconteceu aquilo contigo do baile. — falo e sinto ela retrair.

Foi o pior momento que eu passei junto da Milla, uma vez tava geral junto no baile e a Camilla foi no banheiro e uma mano drogado pra caralho entrou no banheiro e tentou agarrar ela, sorte que uns manos que estavam ali perto escutaram o grito da Milla pedindo ajuda, e tomaram atitude, no tumulto, a gente percebeu e foi ver o que era, e deparamos com uma das piores cenas que eu já tinha visto na vida. A roupa dela rasgada, ela desesperada, chorando e tentando se esconder. Quando eu cheguei perto dela vestindo meu casaco, ela agarrou em mim e assim
foi até em casa.

Isso desestabilizou ela total, foram meses com ela
mal, o trauma foi foda, ela começou a se tratar e eu sempre estive ali, não sai de perto por nenhum momento, nem mesmo quando ela pediu pra ficar sozinha e quis se afastar de tudo e todos. E foi ali que eu percebi que eu estava afim dela, que eu tava apaixonado, mesmo várias e várias vezes os moleques falando isso, eu sempre fiquei pilhado, mas nunca quis pensar e arriscar nossa amizade.

Mas foi no momento de maior dificuldade dela, que virou minha também, que eu descobri meu sentimento além de amizade.

— Eu sabia que doía em você, mas você não tem noção de como doía em mim te ver daquele jeito. Eu chegava em casa louco, revoltado porque eu queria te ajudar, fazer você parar de sentir tudo o que sentia.

— Você foi incrível pra mim, foi minha fortaleza como sempre! Eu não sei se conseguiria sem você.

— Eu não fiz nada demais.

— Você pode achar que não, mas quando ninguém e nem mesmo você sabia mais o que me falar pra tranquilizar, você se manteve ali sempre me dando maior força, fazendo com que mais pra frente eu enxergasse tudo da mesma forma de volta. — os olhos marejaram e ela sorriu. — Você me amou no meu pior momento.

— Teu pior momento virou o meu pior momento, minha maior angústia. E acho que sempre vai ser assim, eu nunca vou ficar suave se você não tiver suave. — ela assentiu. — É assim quando a gente ama, né?

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