Capítulo 2

32 9 7
                                    


Simone dirigia rápido, as lágrimas não paravam de cair sequer um segundo.

- Simone, para o carro. Agora! (Gritou Leila e Simone encostou, abaixou a cabeça no volante e chorava, Leila então desceu, trocaram de lugar, agora ela que dirigia o carro)

Ao chegarem Simone agradeceu, pediu que Leila fosse embora, precisava ficar sozinha, prometeu ficar bem, só precisava colocar a cabeça no lugar, a amiga entendeu e foi embora.

Ao fechar a porta, na imensidão de seu apartamento e de seus pensamentos, depois de toda adrenalina da raiva passar, Simone sentou no chão da sala mesmo e permitiu chorar tudo que tinha para chorar

Depois de sonhar tantos anos
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

No tapete da sala,  acabou adormecendo, abraçada nas almofadas encharcadas pelo choro. Já estava anoitecendo quando sua campanhia tocou insistentemente, fazendo com que acordasse.

Do outro lado da porta, estava Soraya, com esperança de que a morena abrisse a porta e lhe ouvisse. Não desistiria fácil assim.

Fui levantando aos poucos quando escutei a voz do outro lado da porta.

- Simone... Por favor.. abre aqui meu amor. Vamos conversar, as coisas não são como parecem ser. (Soraya estava com a testa encostada na porta e a mão na maçaneta da porta, os olhos inchados e cheios de lágrimas)

Caminhei até a porta, coloquei a mão na maçaneta para abrir, mas não fiz. Encostei a testa na porta, em silêncio, só ouvindo a respiração de Soraya do outro lado da porta, meu coração apertava cada vez mais.

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Eu estava destruída, abrir a porta so iria me machucar mais. Caminhei até meu quarto, e a voz de Soraya foi ficando distante.. andei me despindo e deixando tudo pelo caminho, entrei no banheiro, ligando o chuveiro quente, entrei de cabeça. Meu choro agora era mais silencioso, fico ali por um bom tempo, termino, e ao sair ouço meu celular tocar insistentemente. Era ela. Milhares de Mensagens e ligações, ela não parava de ligar. Desliguei o celular e me deitei. Tudo isso me fez tomar uma decisão muito rápida. Ao amanhecer, irei até a escola, pedirei demissão e aceitarei o convite do meu pai em seguir carreira política como ele. Logo mais tudo isso irá passar, e Soraya ficará no passado. Pensei comigo mesma. Acabei adormecendo ali mesmo, de roupão e toalha na cabeça. Acordei com a flecha de sol que passava pela janela que deixei aberta na noite anterior, já passava das 11 da manhã.

Perto dali, Soraya almoçava com Damares:

- Ela não quer nem falar comigo mais, amiga. (Virei um gole de cerveja, enquanto desabafava com minha amiga Damares)

- acho que ela precisa de um tempo, não foi fácil o que ela viu né amiga?

- Damares, você estava lá, eu não lembro como fui parar na mesma cama com o César. Não faz sentido.

- aí amiga, vocês beberam muito e aí aconteceu, quando eu vi, vocês já não estavam na sala (bebericou sua bebida tentando disfarçar seu nervosismo) eu vou te ajudar conversar com ela, tá bom?

- faria isso por mim? (Seguro em sua mão) ela é muito importante pra mim.

- claro que sim, amiga.

Dezembros - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora