Capítulo Seis

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Pᴀɪ́sᴇs Uɴɪᴅᴏs
Chapter Six

Com uma mão no volante e a outra sobre o seu queixo, tendo o seu braço esquerdo apoiado na porta, enquanto dirigia sobre a estrada de terra, estava Salvaterra em busca de ir resolver mais um de seus problemas. 

O sol dava castigo aos seus olhos, que por conta da falta do teto que não havia em seu carro, a deixou a mercê do clima ensolarado, dando a ela a chance de dirigir sobre o sol intenso que fazia naquela parte da cidade. Pegava o caminho para fora de Miami, com uma estrada de terra em um sol escaldante, a fazendo transpirar com mais facilidade.

Não demorou a chegar em seu destino, que consistia em uma fábrica caindo aos pedaços.

Após estacionar o carro em frente a fábrica abandonada, S/n desligou o veículo e saiu do mesmo. Ajeitou o terno que usava e adentrou no local velho.

Não era de seu costume ir naquele lugar, embora não fosse a primeira vez que o visitava. Porém, também poderia afirmar que não seria a última.

— Pensei que não fosse aparecer. — Heitor disse ao avistar S/n se aproximando.

— Você sabe que não falto aos meus compromissos. — Ela lembrou. — Além disso, estava lidando com alguns assuntos do Anuket. — Ela informou, enquanto observava Heitor tirar uma caixinha com o símbolo cubano do bolso de sua calça social.

— Resolvendo questões do seu restaurante às seis da manhã? — Ele perguntou, sorrindo. S/n parou diante dele, colocando as mãos nos bolsos da frente da calça. — Talvez ele realmente vá para frente. — Ele acendeu um charuto, observando-a revirar os olhos. — Embora eu aprecie frutos do mar e animais de grande porte, acho que deveríamos tratar do que é realmente importante. — Mudou de assunto, trazendo átona o motivo de estarem ali.

O homem estava encostado na frente de seu carro, enquanto mantinha os braços cruzados tragando o charuto cubano.

— Parece que todos estão cegos ou se fazendo de cegos. — S/n suspirou, movendo-se um pouco para a direita, começando o assunto.

— Entrei em contato com algumas pessoas do ПУ. — Informou, fazendo com que a Salvaterra desse mais atenção as palavras seguintes. — E como eu imaginava... — Ele suspirou, permitindo que uma fumaça branca saísse de seus lábios. — Ninguém sabe absolutamente nada, exceto uma pessoa. — Contou, aguardando que ela o entendesse.
(P.U)

— Daniil Sharapova? — Ela perguntou incerta, vendo-o assentir. — Lembro quando me falou sobre ele. — Ela confirmou. — Bem, faz sentido. Seria impossível alguém assassinar Humberto e escapar do conhecimento do coordenador do ПУ. — Heitor concordou. — E agora? Pretende ir atrás dele?

— Enviei alguém de confiança para localizá-lo. — Ele informou. — Parece que nem os membros do ПУ sabem onde ele está. — Ele suspirou, frustrado. — Parece que ele desapareceu no ar.

— É estranho ele sumir justo quando Humberto morre. — S/n levantou a hipótese.

Heitor olhou para o portão enferrujado da velha fábrica, por um momento, antes de continuar:

— Sabe, Salvaterra, algo me incomoda nessa história toda. — Ele expressou, voltando seu olhar para a mais jovem. — A morte de Humberto, o desaparecimento repentino de Daniil... Há muitos pontos escuros que simplesmente não se encaixam. — Suspirou, agora focando a atenção no charuto entre seus dedos. — Cheguei a considerar a possibilidade de que o ПУ não estivesse envolvido, mas com certeza há algo a mais. — Refletiu em voz alta.

S/n não disse uma palavra, apenas permaneceu em silêncio, enquanto tentava assimilar o caos que poderia começar a corroer sua vida.

— Estamos enfrentando algo complicado, Heitor. — Assegurou, direcionando sua atenção ao mais velho, quebrando o silêncio instalado. — Você sabe que eu não deveria estar envolvida nisso. Estou aqui apenas por causa da Lauren e da María Luz. E você também não deveria continuar mais nessa porra, Rurik!

𝐒𝐔𝐒𝐏𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora