Capítulo 9

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Ao estar mais confortável, os efeitos do cansaço pesam pelo dia reunidos a retrospectiva de minha vida, agora que estou nessa casa. Eu não consegui comparecer ao funeral de Darcy, cobrando-me interiormente por esse ato deplorável e por minha rotina atarefada.

Meus dias são cheios de trabalho voltado a Burberry e demais negócios. Tão logo terminei a faculdade de administração, angariei uma excelente vaga de gerente, numa empresa de moda não muito conhecida, que avançava em artigos de beleza e roupas. Em seguida, minha forte inclinação para a economia alavancou o desejo de conseguir um diploma, agregando a minha profissão.

Vivi a infância e parte de minha juventude nessa casa. Não era para haver distinção entre eu e Ed. mas, meu pai infelizmente sempre foi bastante rígido em relação a nós dois. Quanto à minha mãe de criação, Grace, jamais tratou-me como filho bastardo. Ela era veterinária, dedicada a sua profissão e amorosa, sempre querendo evitar os maus entendidos entre eu e Edward.

Ainda que todos evitassem tocar no assunto, de eu ser filho do meu pai com a empregada que morreu quando eu nasci, ela colocava-me num patamar especial, enchendo-me de elogios, e dizendo que eu era seu filho legítimo sempre que perguntavam.

O mistério sobre minha mãe materna, só foi respondido ao completar quinze anos através de Darcy. Ele omitiu partes dos fatos, creio para não me constranger. Como um excelente professor de literatura, atraído pela arte, vivia em volta dos livros trabalhando bastante e tendo uma reputação digna de um lorde inglês.

Suas fortes exigências, colocaram-me na posição de jamais falhar. Diferente de Edward, fazendo coisas erradas, brigando na escola e levando a melhor nas mínimas coisas. Ele me detestou boa parte do tempo ao descobrir o parentesco, culpando-me pela morte de Grace anos mais tarde e sua depressão. Eu era filho do pecado, o miserável bastardo que entrou na família para roubar a felicidade e seu sobrenome. Mas, mamãe Grace sempre viciada em remédios, recorrendo a pílulas para dormir sentia muito a dor da traição. Embora demonstrasse seu amor por mim como uma mãe de verdade, a sombra do caso escuso de meu pai manchava a reputação da nobre família Patterdale.

Mas eu não tinha culpa. Nem nunca culpei ninguém, ainda que parecesse um filho adotivo em determinados momentos, morando de favor, me obrigando a seguir a cartilha severa de Darcy. As tantas cobranças dele, tornaram-me uma pessoa determinada e ambiciosa em tirar vantagens. Eu não pensei nas consequências para chegar aonde estou hoje, principalmente quando consegui a incrível conquista na Burberry.

Minha sabedoria em finanças e apostas altas, na bolsa de valores, gerou um excelente capital de ações colocando-me num dos maiores títulos milionários. Eu por excelência posso ser considerado um magnata, mas prefiro ficar silencioso não revelando minhas mordomias nas redes sociais, minha identidade e nem minha vida pessoal.

Edward, pelo menos por enquanto, não deve saber o nível em que estou; eu sei o quanto ele é invejoso e amargurado.

Preciso relaxar um pouco, esse não é o lugar ideal para isso, mas é o que resta fazer. Ao voltar para sala, me sento ao lado de Amélia. Minha volta ao passado é quebrada quando ouço ela dizer:

— Você tem namorada? — Até que ela demorou para me perguntar deixando-me mais surpreso quando ela acrescenta maliciosamente — Você não parece o tipo de homem que fica sozinho. Os homens de quarenta anos estão no auge do sexo. — Ela me decifra sem precisar fazer esforços.

— Não, eu não tenho namorada.

— Sério, mesmo? — ela diz com uma risada divertida — Você passa a imagem que tem muitas.

— Suas conclusões estão equivocadas. — Saio do constrangimento rapidamente, menos ela, que se diverte com minha reação.

— Não foi convincente, senhor William. — Ela não pode ser mais direta que isso. Então, percebo ela rir mais ainda, trazendo um meio sorriso nervoso para os cantos da minha boca

Proibida para o Magnata/ Degustação AmazonWhere stories live. Discover now