Capítulo 1

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Julho/2015 Londres

William

O sábado está perfeito para entreter-se nas luzes da cidade. Meu carro roda, sendo arrastado para reflexões sobre minha vida ao observar a noite. É um cenário conhecido, preenchendo-me do desejo ardente de encontrar um momento novo que me faça esquecer dos problemas.

Absorvendo o frescor da noite, a lua tão brilhante no céu, o murmurinho dos bares e pessoas à minha volta, não resisto em voltar ao lugar que estive semana atrás — Burlesque Le Soir.

Nada muito discreto, diferente ao qual estou habituado, mas com gente bonita aos quatro cantos, boa música e uma variedade de bebidas. Os tons vermelhos bastante excêntricos, as dançarinas com corpos esculturais são de encher os olhos. Sinto-me à vontade para relaxar depois de uma extensa semana de trabalho.

Sou CEO de uma empresa conceituada de moda mundialmente conhecida por seus artigos de luxo — A Burberry Group PLC.

Prazer nunca é difícil para mim. Desde que não seja algo tão fútil e desinteressante. Ultimamente as mulheres me bajulando em festas e jantares tem me entediado.

Fui casado uma vez. Tentei ser fiel, mas ele não sobreviveu ao meu espírito libertino, e às crises de minha ex -esposa. Acabamos nos separando no ano passado.

Sento-me na cadeira do bar arrumando a lapela do casaco.

— Como vai senhor Mackenzie? — O garçom me cumprimenta animado. Ele me conhece da primeira vez que estive aqui.

— Tudo ok. Quero o de sempre.

Ele me serve um coquetel sem álcool. Hoje dispensei meu motorista. Ao absorver o sabor frutado da bebida, olho o movimento à minha volta, surpreendido ao ver jovens universitários. Me intriga instantaneamente como essa casa não sofreu fiscalização ao vender bebidas para menores e a curiosidade deixa-me obstinado a saber algo dele.

— Quem é o dono daqui?

— Ele se chama Adam Ross e eu diria que se ir a fundo sobre ele, não irá descobrir nada.

— Não duvide de mim. —Sua cara fechou-se em desconfiança arrancando-me uma risada divertida — Não sou da polícia. Não se preocupe.

— Mesmo que não, essa casa é protegida e regulamentada. Não fizemos nada sem ir contra os protocolos ingleses.

— Eu sei, tanto que ela se mantém aqui há muitos anos. E mesmo que não, as costas de vocês devem ser muito quentes com a rainha. Não é?

Ele foi atender ignorando o que eu disse. Balancei a cabeça com um sorriso de desdém. Eles não sabem quem eu sou devido a um pseudônimo que uso. Procuro ser discreto ao aparecer nos eventos e evito redes sociais para não chamar tanto a atenção. Realmente não é da minha conta o negócio sujo que deve rolar por aqui. Disparo meus olhos para a visão da garotada e percebo a animação deles.

Tão jovens. Ah, meus vinte anos! Suspiro com saudade.

Será que existe vida depois do amor? A melodia de Cher Do you Believe in life after Love soando em meus ouvidos leva-me a questionar. O amor muda de lugares. Esse sentimento, quase extinto dentro do meu coração, se alimenta do amor do meu filho, minha fortuna e as conquistas que obtive. Onde poderia colocá-lo senão, nisso?

Quando se é mais jovem seu coração acolhe a emoção de se apaixonar, depois, quando os anos passam você percebe que não é mais o mesmo, não cabendo mais no processo de encontrar alguém, se relacionar, amar e sofrer. No fundo, o amor que todos sonham é apenas a necessidade de não sentir-se sozinho. A ilusão que machuca deixando você perdido na luta por se restabelecer, acreditando que somente uma nova paixão pode curá-lo. Quando na verdade, a única pessoa que pode fazer isso é você — e sozinho.

Proibida para o Magnata/ Degustação AmazonWhere stories live. Discover now