Capítulo 8

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Sento-me no sofá para pensar um pouco. A reunião é na outra semana. A campanha vai atrasar, e eu aqui com problemas para resolver que de certa forma não são meus, enquanto poderia tirar alguns dias no Caribe, estar comendo uma gostosa, ou fazer qualquer outra coisa que não me deixasse tão fodido do que ser babá da minha sobrinha.

Nem bem terminei meus pensamentos, vejo Edith entrar ao lado de Amélia. Ao invés de cobrir-se com a toalha, ela enrolou a mesma nos cabelos deixando a água escorrer ao andar descalça em direção às escadas. Edith baixa o olhar um pouco constrangida. Ela não é boba para perceber o quanto essa garota está me provocando. E, eu, não posso deixar de notar como o corpo dela se agarra ao biquíni molhado.

— Eu sinto muito, senhor William — a empregada diz baixinho quando ficamos a sós — Ela é uma jovem teimosa.

— Está tudo bem, não é culpa sua — me volto para ela com seriedade — precisamos conversar. Quero que fique mais alguns dias. Como você pode ver, há coisas para serem organizadas até Edward voltar. Eu pago seus honorários. — O casal está aqui por gratidão a Darcy, e não podem ficar, pois compraram uma casa num bairro simples de Londres.

— Claro. Será um prazer senhor. Só não sei suas preferências de alimentação.

— Não se preocupe. Eu confio na sua culinária.

Ela assentiu indo cuidar de suas tarefas. Entrei no escritório de Darcy e abri o notebook. Depois de responder alguns e-mails da empresa, ouvi passos e por baixo dos óculos vejo Amélia parada na soleira da porta. Está usando uma roupa mais discreta dessa vez; um vestido azul soltinho até o joelho. Voltando ao que fazia, fiquei surpreso quando ela veio até mim e sem qualquer cerimônia, sentou-se sobre a mesa, cruzando a perna e ficando com seu traseiro em cima de meus documentos.

— Oi anjo. — Ela cumprimenta descaradamente.

— Olá, anjinha. — A saudação vem acompanhada de um sorriso sem graça. Eu não posso acreditar na facilidade com que ela me chama de anjo. E por que estou correspondendo?

Minha postura séria e intelectual está me abandonando, não favorecendo o fato de diminuir essas demonstrações de afeto com uma garota, minha sobrinha e menor de idade. Ela não desiste e diz em seguida:

—Tem certeza, tio? Eu disse que sou um demônio, lembra? — Ela sussurra ao chegar mais perto de mim — Está feliz em me ver?

— Sim, eu gosto de te ver — sussurro de volta tentando não emitir reação — Por favor, querida você acabou de sentar sobre as minhas planilhas.

— Ah, desculpa. — Sem perder meu olhar de vista, ela levanta um lado do bumbum puxando os papéis com os dedos, como se tivesse intimidade comigo — Sabe, estar aqui com você tem outro sabor— Sua voz pontuada de sedução. Ela levanta da mesa e senta-se na cadeira à minha frente com um cruzar da perna.

— Outro sabor? — ergo uma sobrancelha com o comentário. Vamos ver até onde ela vai. — Me descreva esse sabor, então. Doce e picante, talvez?

Eu sei que é errado de minha parte flertar com ela. Amélia sabe bem o que está fazendo, nem um pouco preocupada com as malditas leis inglesas.

— Picante, muito picante. — Ela fala sem pudor com olhar lascivo em minha direção.

— Que tipo de picante você quer dizer? — não me dou por vencido — Picante por fora, mas doce por dentro? Ou o contrário? — meus dedos deslizam sobre as teclas do notebook. Ela não está escondendo nenhum um pouco seu interesse por mim. Putinha!

— Meu anjo está se transformando em um anjo caído. —Sua mão desliza no cabelo jogando-o para trás.

— É assim então? Você começa as suas insinuações e eu não tenho permissão pra provocá-la? — Com as costas no encosto da cadeira finjo estar aborrecido com a resposta, mas uma risada rouca escapa de meus lábios arrancando uma risada alta dela também.

Proibida para o Magnata/ Degustação AmazonWhere stories live. Discover now