Mas essa noite a noite é só eu e você,
Já larguei todas, hoje eu vou pagar pra ver,
E os meus amigos não conseguem entender,
Por que eu quero, quero, quero, quero,
(você)
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O som exorbitante das bozinas e o cheiro repulsivo da fumaça marcavam a manhã de quinta feira do policial.
Yibo Havia recebido uma missão logo cedo, assim que chegara na delegacia, sobre uma denúncia de furto de veículo. No entanto, não foi necessário muito esforço, já que o veículo foi encontrado em uma rua próxima ao local da denúncia. Ele relataria as circunstâncias ao delegado Jiang ao voltar para a delegacia, porém Wen Qing e Haoxuan o mandaram uma mensagem no caminho.
Hao: aí, Yibo, aproveita que já tá na rua e compra um expresso pra mim. Sem açúcar, lembra? Te pago quando voltar.
Qing: E um Latte pra mim. Coloca na conta desse idiota.
Hao: Salário não está dando conta não, fofa?
Qing: É que você disse que me ama e agora vai pagar meu café para provar.
Hao: Desde quando eu gosto de mulher, filha?
Yibo: Vocês formam um belo par. Hahahaha.
Qing: Cala a boca ou coloco uma caixa de donuts na sua conta.
Hao: bem feito, Wang. Hahahaha.
Yibo: Nunca mais falo com vocês.
Desligando o aparelho e guardando-o no bolso da calça, Yibo ria das conversas idiotas que tinham sempre que os três estavam juntos. Seja presencialmente ou por mensagens. Sempre se cutucavam com vara curta, afim de provocar uns aos aos outros.
Estava parado em um sinal com a viatura, e avistou na calçada a frente a placa de uma cafeteria. Seria quase uma traição comprar algo ali e ignorar a loja que ficava bem na esquina da delegacia, mas ele estava com fome.
Assim que o sinal esverdeou, avançou com o carro e estacionou em frente ao estabelecimento. Desceu tendo a noção dos olhares desconfiados e espantados, sempre que ele passava com a farda. Policiais uniformizados não poderiam ter uma vida comum. A menos que estivesse de camisa e Bermuda.
O sininho típico desses locais soou quando passou pela porta, e a mocinha do balcão arregalou os olhos ao vê-lo vindo em sua direção.
Yibo sorriu para não assustá-la ainda mais. Sentou em um dos banquinhos abaixo do balcão de mármore e observou superficialmente os televisores acima das máquinas de café.
- Bom dia. Eu gostaria de um café latte e um expresso sem açúcar. Para viagem.
- Ah. Claro, senhor. Algo mais? - a jovem pulou para fora de sua bolha de surpresa.
- Uma caixa de donuts, também para viagem. E um croissant e um descafeinado.
- tudo para viagem?
Antes de o policial responder, um reflexo o fez olhar ao redor. Entre as poucas pessoas sentadas dentro do estabelecimento, uma das mesas o chamou a atenção. Não havia notado antes, mas agora podia ver. De costas, Xiao Zhan tomava sua bebida, enquanto mexia em seu telefone.
Se voltou para a atendente, e sorriu ainda mais largo. Ela poderia dizer que havia uma lâmpada acesa bem do lado de sua cabeça.
- O descafeinado é para agora.
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Hearts and Shots - Yizhan
RomansaEm seis anos de carreira, Xiao Zhan jamais perdeu alguém na mesa de cirurgia. E nunca imaginou que o primeiro que perderia seria seu marido. He Peng, ex-policial Militar, levou cinco tiros; três no abdômen inferior e dois na costela. Morreu de hemo...