Com a revolução mágica o mundo mudou para sempre. O que a maioria das pessoas acreditava ser ficção, contos de fadas e histórias de terror, na verdade era bem real, infelizmente a maioria das pessoas não estava preparadas para isso; principalmente o...
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Narrador Boreal
"Boreal. Mas que nome interessante você escolheu. Combina bem com a sua existência."
Quem disse aquilo? Que voz era aquela na minha cabeça? Era um sonho? Eu a conhecia. Mas de onde?
Não estava dormindo, saberia se estivesse sonhando ou tendo um pesadelo. Mas eu estava acordado, muito bem acordado, pintando no ateliê da vovó meu próprio quadro de uma imagem que sempre invadia minha cabeça. Uma aurora boreal em um campo de gelo infinito e nevado, cujo uma criatura estranha e magra, vermelha de chifres pontudos, coberta por pelos negros observava a aurora luminosa com grande curiosidade. Eu sentia como se eu mesmo já tivesse visto aquela cena com meus próprios olhos, uma lembrança de uma época passada, mas eu não tinha passado algum para lembrar.
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Enquanto pintava os últimos detalhes, aquela voz ecoou na minha mente quase como se a mulher estivesse cochichando no meu ouvido. Fazendo outra lembrança se formar diante dos meus olhos, de quando estava dentro do tanque de líquido esverdeado. Podia enxergar aquela mulher pelo vidro embaçado, seus óculos redondos e seu jaleco branco. Seria ela, Elena Miller? A cientista que me criou?
Meu corpo estava petrificado, sequer sentia que estava respirando, apenas conseguia sentir meu coração pulsando dentro do meu peito. Ao menos até alguém colocar a mão no meu ombro.
-Nossa. Isso ficou muito bom Boreal.
Era a vovó Charlotte que me despertou, me fazendo virar para ela com um semblante assustado. Ao menos eu acho, pois isso deixou ela também preocupada comigo.
-Está tudo bem Boreal?
-Está sim vovó.....
As vovós já haviam me dito tantas vezes que eu deveria dizer tudo o que pensava, tudo aquilo que me deixasse preocupado e confuso, porque elas sempre estariam aqui para me apoiar e me ajudar. Mas naquele momento eu não conseguia dizer nada. Mentalmente eu formulava tudo aquilo que queria dizer, falar sobre a voz feminina na minha cabeça da qual eu achava que era Elena Miller. Mas as palavras apenas entalavam na minha garganta e me impediam de falar qualquer coisa, me obrigando a engolir aquilo que queria dizer.
