Com a revolução mágica o mundo mudou para sempre. O que a maioria das pessoas acreditava ser ficção, contos de fadas e histórias de terror, na verdade era bem real, infelizmente a maioria das pessoas não estava preparadas para isso; principalmente o...
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Narrador Boreal.
Papai estava chegando. Podia sentir isso. Antes mesmo que vovó Charlotte e vovó Serafim dissessem alguma coisa, eu me levantei e fui em direção daquela energia mágica obscura que me assustava mas ao mesmo tempo me atraia. Essa energia vinha do gazebo no jardim, o mesmo local por onde cheguei pela primeira vez aqui.
Ali um portal mágico de energia negra e raios escarlates de abriu. Antes mesmo que alguém saísse de lá de dentro, consegui escutar uma conversa vinda do outro lado da abertura dimensional. Era a voz dos papais.
"-Você não precisa ficar nervoso Neron."
"-Eu não estou nervoso."
"-Você está tremendo."
"-Ai droga! Eu não sei o que falar."
"-Vai saber quando o ver."
Assim, com passo lentos papai Jonathan e o senhor Neron saírem do portal. Papai Jonathan estava igual da última vez, usando suas roupas feitas de couro e pelos de animais. Já o papai Neron usava sua roupa de representante dos Feiticeiros, uma capa preta com ombreiras pontudas e botas de salto alto; era como um rei da escuridão, do mesmo jeito que me lembrava dele.
-Papai...
-Boreal!
Papai Jonathan foi o primeiro a vir até mim, acho que ele queria dar mais algum tempo para o senhor Neron; não podia cometer o erro de chamá-lo de papai na frente dele. Ele me abraçou forte e me segurou em seus braços me levantando para o alto. Estava tão longe do chão que sentia que estava voando quando o vento batia no meu cabelo. Brincando papai ficou me usando para brincar de aviãozinho; foi divertido.
-Nossa eu fiquei apenas algumas semanas fora e você parece que já cresceu tanto, Boreal! -Papai colocou a mão sobre a minha cabeça e bagunçou meus cabelos.
Ele tem um corpo quente e um cheiro forte de floresta e animais, deve ser por causa da roupa dele e por ser um lobisomem. Ainda assim eu gostava bastante de quando ele me abraçava forte daquele jeito, me sentia protegido.
-Eu cresci três centímetros. A vovó disse que é bastante coisa. -Respondi fazendo ele rir.
-Nossa! É mesmo muita coisa. Esse é o meu garoto. Logo vai estar tão grande quanto eu.
Apenas de ver o sorriso do papai, já me dava vontade de sorrir também, mas não conseguia sorrir do mesmo jeito que ele.
-Sério mesmo? -Perguntei animado.
-Serio mesmo! -Papai concordou.
-Que legal! Mal posso esperar.
Meu rosto estava quente. Acho que eu estava muito feliz por ver o papai de novo. Acho que ele percebeu que eu estava começando a ficar com vergonha.
