𝑪omo eu te digo? - ᶜʰᶦʳᶦᵖᵉ

03. everything.

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𝗍ᥱrᥴ̧ᥲ

Minha vó faz ótimos biscoitos quando está entediada, como na noite passada, em que ela simplesmente resolveu assar duas bandejas grandes de biscoito de chocolate às duas da manhã. Por isso, estou caminhando até o refeitório com um pote cheio desses biscoitos que ela me obrigou a trazer.

— Que isso? — Primeiro a expressar algo foi Geleia.

— Bom dia, Gelly. — Respondi de forma irônica, ele ignorou isso ao revirar os olhos e pegar um biscoito dentro do pote.

O cheiro delicioso dos biscoitos tomou o ar, foi suficiente para Bern sair do celular e Pedrux parar de olhar para nada com os olhos bem abertos... Às vezes ele me assusta.

— Sua vó cozinhou de novo? — Assenti com a cabeça para a pergunta do Caduxinn. — Uau, eu amo sua vó.

O refeitório estava cheio hoje, como todos os outros dias. O Chip não estava vindo com os meninos da equipe, e sim caminhava até a mesa onde todos nós estávamos.

Nossos olhos se encontraram, sinto como se eu tivesse tomado um choque, dos piores possíveis. Como é ruim ter sentimentos além de amizade por alguém que nunca vai sentir o mesmo.

— Que milagre é esse, Thales Biancolino? — Ouço Muca zombar quando Chip chega à mesa. Ele ri ao revirar os olhos enquanto se senta bem ao meu lado, roubando um dos biscoitos do pote.

— Olá, amigos.

— Vem com essa não. — Muca mordeu um biscoito e já veio para pegar outro. — Cansou dos novos amigos?

— Não. — Responde. — Eu não posso ficar com os meus amigos?

— Estranho. — Onerb falou dessa vez.

Eu não disse nada, fiquei no meu canto porque simplesmente não tava com vontade de falar nada hoje. Meus sentimentos estão uma bagunça e Chip é o culpado disso, mas, de qualquer forma, as cartas não pararam.

— Ei, recebi outra carta hoje. — Chip disse sorridente, tirando do bolso do seu casaco cinza o envelope.

Dessa vez, eu deixei uma polaroid com a foto do céu azul, e abaixo dela, a letra de outra música.

— “ Você é meu tudo, você é o verão e o meu sonho. Você é o meu tudo, quero você do jeito que você é. ” — Ele citou, sem tirar o sorrisinho do seu rosto, como um bobo apaixonado.

— Everything. — Bern resmungou com os olhos focados no celular.

— O que? — Chip perguntou.

— O trecho da música. — Respondeu. — Você deveria ver a letra toda toda. A pessoa que te mandou isso te conhece tão bem que gosta de tudo em você do jeitinho que você é.

— Te dedico everything, amor. — Pedrux falou enquanto olhava o cara ao seu lado, Mendrake.

Mendrake o olhou surpreso e o abraçou forte. Eu sorri com a interação, com um pouco de inveja também.

— Droga, queria ter alguém que me mandasse coisas fofas também. — Resmungou Tonigon, com dois biscoitos na mão.

— Eu também. — Geleia concorda.

— Ainda está de pé as fotos no parque, né? — Chip falou me olhando.

— Ah, sim, com certeza. — Sorri para ele, e o mesmo retribuiu.

X

Estou nervoso.

Totalmente.

Mais do que fiquei em qualquer situação em que me coloquei no lado de Chip.

Respiro fundo e seguro a câmera em minhas mãos, enquanto atravesso o parque em direção a uma ponte com um lago, onde marquei de encontrar Chip. O parque esta vazio hoje, por ser um dia de semana, as fotos vão sair menos poluídas.

Me pergunto se realmente vale a pena mesmo sofrer por uma paixão não correspondida. Não é uma opção Chip se apaixonar por mim. E talvez, seja burrada ficar sempre insistindo nisso.

É, melhor parar, deixar de lado tudo isso, vai ser melhor para mim.

— Ei! — Ele chega ao local com um sorriso enorme e me abraça, como costumava fazer antes.

Quando ele se afasta de mim e me olha tão perto, sinto meu coração acelerar e sei que estou demonstrando nervosismo. Ele pega a minha câmera e mira nas árvores atrás da gente.

Ok, esquece tudo o que eu disse anteriormente.

— Minha primeira foto. — Ele diz todo orgulhoso. — Trocou de câmera?

Forço-me a parar de encarar ele e assenti com a cabeça.

— Troquei. — Respondi. — Ela estava com um desconto em uma loja virtual e eu tinha frete grátis.

Ele riu, tirando a minha câmera dos olhos e olhando para mim.

— Previsível. É sua cara comprar algo só porque estava com desconto e não porque precisava.

O olho ofendido.

— Ei! Eu precisava ta?

— É claro. — Ele me devolve a câmera.

Nós rimos, e, derrepente, volto a me lembrar de quando estávamos assim no ano passado, antes de ele virar um popular e quase não falar comigo agora.

É, eu sou egoísta. Eu sei! Mas nada justifica ele se afastar tão facilmente e ter novos amigos que são uns completos babacas doido por popularidade.

Ok ok, mas entendam o meu lado, estou com ciúmes do meu amigo cujo qual eu tenho sentimentos desde muito tempo.

— Esta pensando de mais. — Ele murmura, quando estávamos sentados sobre a grama, de frente para o lago, aproveitando a brisa.

— Eu sempre penso de mais. — Dei de ombros.

— Mas hoje é totalmente de mais. — Ele brinca.

— É só que... Você já esteve apaixonado por alguém que em hipótese alguma, vai sentir o mesmo? — Suspiro, abraçando meus joelhos a frente.

— Esta apaixonado por alguém? — Chip questiona.

— Não é o caso agora. — Respondi rápido.

— Impossível, qualquer um se apaixonaria por você.

É mentira!

— Ta, mas você não respondeu minha pergunta. Você já se sentiu assim? — O olhei.

— Já, ano passado. — Suspirou. — Até hoje não sei se ainda gosto dessa pessoa. — Ele me olha. — É... Confuso.

— Ah, mas qualquer um se apaixonaria por você.

— Menos aquela pessoa. — Revirou os olhos. Pegou a sua câmera e tirou uma foto minha. — Posso guardar pra mim?

— Mas eu fiquei feio nessa foto! Eu to distraído.

— Você nunca ta feio, besta. — Ele riu, e senti meu coração errar as batidas por uns segundos.

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Peço perdão pelo demora! Eu estou muito ocupada esses últimos dias e com um bloqueio criativo ENORME.