09. Meses se passam e eu ainda amo você.

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Foi uma madrugada fria e mais silenciosa do que o normal que me tirou o sono, como há muito tempo não acontecia. Desde que Chip e eu oficialmente começamos a morar juntos e dividir a cama, meu problema de insônia pareceu ter magicamente desaparecido. Meu namorado me envolvia em seus braços permitindo que eu pudesse me aconchegar em seu corpo, assim eu adormecia sem dificuldade.

Naquele dia, nem isso bastou para acalmar minha mente confusa.

Na noite anterior, recebi uma ligação de meu novo produtor, meu sonho de virar cantor estava finalmente se realizando, caí num choro compulsivo assim que ele anunciou que as músicas que eu escolhi terem sido aprovadas.

Era um choro de felicidade e alívio.

Eu não gostava de parecer fraco na frente das pessoas, então agradeci aos céus por ter tudo tempo suficiente para me recompor antes da chegada de Thales.

— Feu, aconteceu alguma coisa? Você parece um pouco fora do ar desde o jantar.

Ele fez a pergunta que eu sabia estar martelando sua cabeça desde nossa janta a minutos atrás. Neguei com a cabeça, ainda indeciso se eu devia compartilhar a notícia com ele. Ficamos ali, sentindo nossas respiraçoes sincronizarem.

— Apenas estou cansado. — Respondi em um murmúrio, deixando um beijo em seu pescoço.

Chip não disse nada, apenas segurou meu rosto entre as mãos e, depois de olhar no fundo dos meus olhos, beijou a ponta do meu nariz. Eu nunca conseguia manter o sorriso quando ele fazia aquilo. Puxei ele para um beijo repleto de saudade, era torturante ficar um par de horas longe de Chip.

— Feu...

Ele choramingou quando tirei minhas mãos de seu couro cabeludo, parando de fazer um carinho leve e sutil por ali. Sorri, me afastando-me apenas o suficiente para que pudessemos nos encarar. Thales sorriu, e voltou a me beijar diversas vezes.

— Nunca vou me cansar de beijar você. — Ele sussurrou, entre um selinho e outro. — Ficar longe da sua boca é uma tortura, Felipe.

— Então não fique. — Respondi. — Arranje a desculpa que for para não ficar longe de mim.

Ele deu uma risada rouca que me arrepiou dos pés a cabeça.

Chip parecia tão perfeito.

Eu amo compartilhar meus sonhos e minhas paixões com ele. Amava ouvir sua risada e apertá-lo nos meus braços aleatoriamente no dia a dia.

— Eu praticamente consigo ouvir seus pensamentos, Chip.

Deitei a bochecha em seu peito, Chip parou de massagear minhas costas e abraçou minha cintura, dando um beijinho no topo da minha cabeça antes de falar:

— Eu queria poder escutar os seus.

Ele soou triste, o que doeu meu coração. Eu não suportava vê-lo triste.

Fiz questão de olhar para ele e responder.

— Você sempre escuta, meu amor.

Um pequeno sorriso se formou nos lábios de Chip.

— Minha música foi aprovada. — Finalmente tomei coragem para lhe dizer.

A expressão de Thales se iluminou com um sorriso lindo. Ele sentou na cama, fazendo-me rolar no colchão e se jogando em cima de mim em um abraço apertado.

— Feu, essa notícia é maravilhosa. — Sorriu orgulhoso.

Ele continua anunciando o quanto estava feliz. Fiquei aliviado ao tirar uma boa parte do peso que caiu sobre mim. Os beijos dele desceram pelo meu pescoço, me fazendo gargalhar a esse ponto.

— Estou tão orgulhoso de você. — Ele disse, tirando uma mecha do meu cabelo sobre meu rosto. — Certeza que vai ser um sucesso.

Seus olhos castanhos brilharam na minha direção, e eu me encolhi em seus braços como se eles fossem o único lugar no qual eu pudesse estar protegido de tudo.

De certa forma eram, sempre foram.

— Eu estou com medo. — Prendi a respiração. — Esperei tanto por isso, achei que nunca se tornaria real... Mas, agora que está acontecendo, eu to em pânico! Eu não quero decepcionar minha família, os meninos... Não quero decepcionar você.

— Felipe, me escuta. — Ele pediu com certeza, mas sem deixar soar carinhoso. — Você se esforçou muito pra isso, esse projeto vai ter o seu coração e sua alma. Ainda não sei quais músicas foram escolhidas, mas tenho certeza que cada detalhe partiu de você, e é isso que importa. É você, sua paixão, sua identidade, mais nada.

Ele sorriu, beijando minha bochecha, e esperou até que eu absorvesse suas palavras. A sensação de medo não foi embora, mas diminuiu. Senti os olhos choramingando e permiti derramar algumas lágrimas, com ele limpando algumas com os polegares. Chip esperou pacientemente até que eu conseguisse falar algo.

— Obrigada, Chip.

Nos acomodamos em um abraço confortável. O frio da madrugada começou a ser mais evidente, então Chip puxou a coberta sobre nós. Os minutos se passaram, e eu senti a respiração do mesmo desacelerar, porém, ele sussurrou antes de cair no sono.

— Você nunca me decepcionaria, Feu, nunca... Eu te amo.

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𝑪omo eu te digo? - ᶜʰᶦʳᶦᵖᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora