𝗠𝗲 (𝗿𝗲)𝗔𝗽𝗮𝗶𝘅𝗼𝗻𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗣𝗼𝗿 𝗧𝗶. - 𝖱𝖺𝗒𝗌𝗌𝖺 𝖫𝖾𝖺𝗅.

07

Lua Montenegro's vision

Às luzes estavam todas apagadas, o que indica que a energia caiu, ou seja, possivelmente chova daqui pra amanhã. Eu nunca tive problemas com o escuro, mas Rayssa sim. Quando descobri isso, tentei ser o mais acolhedora possível nesses momentos, e parece que funcionava, já que dentro de minutos ela estava bem.

Guiei ela até seu quarto e abri a porta, deixando ela e meu celular com a lanterna lá dentro.

— Boa noite. — fiz uma pequena reverência e saí.

No banheiro do meu quarto, tomei um banho tranquilo e rápido e escovei os dentes. Vesti uma calça moletom cinza, um top branco de alcinha da nike e deixei camisa grande separada pra caso eu precise sair de madrugada. O que eu oro pra que não seja necessário. Nem me dei o trabalho de ir buscar meu celular. Não tenho o que esconder e não vou usar, então ele vai ficar bem.

Quando estava quase pegando no sono, escutei batidas na porta. De início cogitei ser uma alma penada batendo ponto, mas assim que aconteceu a terceira vez, já sabia que era a Rayssa. Levantei coçando os olhos e abri a porta recebi uma luz na minha cara.

— Abaixa isso. — coloco a mão na lanterna, que também era meu celular.

A menina estava olhando pra baixo, abraçada no urso de pelúcia e de pijama colorido. Os pezinhos juntos são a coisa mais fofa.

— Precisa de alguma coisa? — pergunto, me abaixando um pouco pra olhar em seu rosto.

— V-vamos procurar o Felipe? — murmura, desviando o olhar do meu.

Dei uma risadinha nasal e fecho a porta, visto uma camisa e calço minhas chinelas, saindo do quarto novamente.

— Vamos. — pego em sua mão, a levando para o andar de baixo.

A porta principal está trancada, e não foi eu quem trancou. Também não vimos ele entrar ou aparecer quando a energia caiu, então ele só pode estar aqui dentro.

— Vamos procurar no quarto dele. — tento subir, mas ela me puxa.

— Eu tô com fome. — fica sem graça.

E?

Foi mal.

— Então.. vamo procurar alguma coisa pra comer.

Ela afirma e vamos até a cozinha. Com o celular bem posicionado todo o ambiente estava iluminado, então comecei a preparar um leite morno. Minha mãe diz que ajuda no sono, e foi a única coisa de fácil acesso que eu achei.

O leite ficou pronto e tomamos em silêncio. Quando terminei lavei meu copo e tudo o que sujei, e aproveitei pra lavar o copo da garota, que estava sentada em cima da bancada abraçada em seu urso.

— Vamos voltar? Já está tarde e você precisa dormir. — proferi com a voz calma, parando em sua frente.

Ela assente e pula da bancada, então vamos até seu quarto.

— Lua...

— Sim?

— Posso dormir com você?

— A-ah.. — desvio o olhar. — Pode.

Ela sorri e corre pro meu quarto, se jogando na cama e se escondendo em meus cobertores. Sorri pequeno e tranquei a porta, tirando a camisa e indo pra cama. Calor, viu.

— Trata de se ajeitar, se eu cair, te puxo junto. — peço, me deixando ao seu lado.

Assim que deito, um peso é desferido em minha cintura, e olhando por baixo do lençol, Rayssa estava agarradinha em mim. Não consegui deixar de sorrir, e em poucos minutos a garota já estava dormindo que nem pedra.

Ela tem uma mania de alisar o que ela dorme abraçada, e geralmente é um urso gigante ou travesseiro, mas hoje foi eu. Sua mão estava muito gelada, e isso estava me dando arrepios, então segurei sua mão para evitar tais situações.

...

Estava a vinte minutos ou mais paralisada, esperando a coragem para levantar, enquanto a garota ainda estava agarrada em mim. Até dormindo ela consegue ser linda, como faz? Bom, de qualquer jeito, tirei ela de cima de mim com cuidado e fui pro banheiro. Banhei, arrumei o cabelo, escovei os dentes demorando como sempre, e depois saí de toalha a procura de uma roupa pra passar o dia. Eu não faço ideia do que vamos fazer hoje, então tem que ser algo versátil.

Peguei um short jeans desfiado, cropped preto de alça fina, uma camisa social de tecido fino por cima e um boné branco da NY. Simples, caseiro, versátil, útil e necessário, quer mais?

Hidratei o corpo e passei perfume, depois cuidei do rosto, fiz uma maquiagem rápida e fui acordar Rayssa, que é quase uma missão impossível.

— Ray.. acorda. — balanço ela e a mesma nem se mexe.

É mais fácil alimentar burro com bolacha do que acordar a Rayssa antes das nove. E olha que a gente estuda de manhã! Não sei como ela não se acostumou ainda.

— Cinco minutos, por favor. — murmura, se escondendo dentre os travesseiros.

— Eu já te dei mais de uma hora, Rayssa. Levanta! — tiro os lençóis de cima dela.

Sou surpreendida quando fui puxada de volta pra cama e a garota se jogou por cima de mim, me paralisando completamente.

— Dorme também. — abraça minha cintura, se acomodando literalmente em cima de mim.

— Rayssa! — reclamo. — Eu tô com fome, vamos levantar!

— Bleu. — murmura.

Reuni todas as minhas forças e inverti os papéis, ficando por cima dela e encaixando a cintura da mesma entre as minhas pernas.

— Trate de levantar, volto aqui em trinta minutos. — saio do quarto.

Rayssa Leal's vision

Como ela tem a cara de pau de dizer que a gente terminou e logo depois fazer isso comigo? Não tem condição.

Tenho certeza que estou mais vermelha que um pimentão, e agora preciso passar pro meu quarto de uma forma que ninguém me veja. Levantei da cama e quando estava prestes a sair, vi a guitarra de Lua guardada em um canto. Abri a bolsa que ela fica e percebi que era a preta, uma das primeiras dela. Quando tirei da bolsa, vi que atrás tinha meu apelido e o dela com alguns detalhes.

"Fadinha" mais "Lumonn" e alguns beijos de batom vermelho em volta e em cima.

Ok, eu definitivamente não posso deixar isso acabar. Por que eu tenho que amar tanto ela, e ainda assim tudo tem que ser tão difícil? O que eu preciso fazer pra tê-la de volta e a fazer feliz?

☯

Oii, fofuras! Como estão?

O que acharam do capítulo de hoje? Estou completamente sem ideias pra notas, mas queria agradecer por todo apoio. Obrigado mesmo!

Não tenha vergonha ou medo de interagir, curta, comente e sinta-se em casa!

Kiss Kiss e até loguinho!