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Rayssa Leal's vision

Depois do café, Lua saiu pra brincar com Arthur e eu fiquei conversando com Felipe na academia, enquanto treinavamos.

— E, caramba, eu gosto dela. Gosto, eu amo! Eu amo a Lua, mas parece que quando estamos juntas nada dá certo, a gente não se entende e não consegue ficar sem brigar ou se desentender. — admito.

— Complicado.

— E isso só acontece quando estamos de casal! Quando somos só amigas, a gente se entende, conversa, brinca, sorri. Mas eu não consigo ver ela só como amiga. — continuo.

— O relacionamento nem sempre é feito de concordâncias e aceitação o tempo todo. Existem altos, felicidade, completude, parceria.. mas também existe os baixos, quedas de humor, arrependimento, medo. O que você acha que está passando agora? — filosofa.

— Os baixos...

— Então. Não precisa desistir dela na primeira vez, na primeira noite, na primeira briga. Se você realmente a ama, tenta, tenta uma, duas, três vezes e mais. Se ela cair, você a levanta, assim como ela faz com você. Esses momentos são parte da história de vocês. O amor não está ligado a felicidade o tempo todo, sorrisos viagens e beijos. O amor também é quietude, compreensão, silêncio e respeito.

Ele fala muita besteira, mas quando quer ser inteligente, Jesus.

Mas ele te razão. O amor não está atrelado a felicidade o tempo todo, existem altos e baixos, e o importante é não desistir de cara. Eu vou lutar por ela, e conquistar seu coração de novo.

Quando terminamos os treinos, fui beber água e procurar por ela e Arthur. Encontrei os dois na sala de dança, aparentemente ela estava ensinando ele a fazer parada de mão. Foi ela que me ensinou também.

— E se eu cair pra frente? — pergunta, receoso em tentar.

— Você levanta e tenta de novo. — responde, se sentando e cruzando as pernas.

— Mas, e se eu me machucar? — pergunta de novo.

A gente cuida, e um dia vai sarar.

Eu acho que ele tava esperando algo mais acolhedor, ou pelo menos uma afirmação de que ele não ia se machucar. Enfim, ele tenta e consegue.

— Parabéns, garoto! — Felipe grita, mostrando nossa presença ali.

Lua mantém o olhar em mim, e eu sorrio de canto.

— Podemos continuar outra hora, Lua? — Arthur pede, e ela afirma com a cabeça com o sorriso compreensivo de sempre. — Valeu, tchau! — corre, puxando Felipe com ele.

Ela prende o cabelo direito e coloca a música que está treinando com Aurora pra apresentação, e começa a dançar, indo mais rápido a cada passo.

Resolvo entrar e ficar observando ela dançar. É tão lindo que chega a hipnotizar.

— Qual esse estilo de dança? — pergunto, e ela sorri de canto.

— Vários. Street dance, heels dance, dança urbana. — responde sem me olhar.

Ah, legal.

Fiquei em silêncio, só admirando. Tudo o que eu queria era chegar por trás e beijar ela até da cãibra na boca, que merda.

𝗠𝗲 (𝗿𝗲)𝗔𝗽𝗮𝗶𝘅𝗼𝗻𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗣𝗼𝗿 𝗧𝗶. - 𝖱𝖺𝗒𝗌𝗌𝖺 𝖫𝖾𝖺𝗅.Onde histórias criam vida. Descubra agora