The Cooper's

Mamãe, manhãs, discussões e personalidades

Nathaniel

-E aí esquentadinho... -Falo parando no batente da porta do quarto de meu irmão.

-O que foi Nathaniel? -Ele pergunta curto e grosso, como sempre.

-Porque está de mal humor? Papai te bateu de novo?

-Não, se tivesse batido você teria ouvido né. Não temos privacidade nessa casa mesmo.

-Porque você está assim? -Falo entrando no quarto e sentando na cama -Nem parece a mesma pessoa cara...

-Não me lembro de ter te convidado pra entrar -Ele me olha com desdém.

-Não vai responder? -Lhe atiro um travesseiro no rosto.

-Idiota -Ele respondeu afastando. -Não quero falar sobre isso.

-Desse jeito as pessoas vão começar a fugir de você, Marco. Fica andando por aí parecendo um animal, se você não se justificar, todo muito vai achar que é drama e te levar só como mal educado mesmo.

-Eu sinceramente tô pouco me fodendo pro que vão achar de mim, já não esperam muito mesmo.

-Posso saber por que os dois estão papeando esta hora da noite? Amanhã vocês tem aula, meninos.-Minha mãe fala na porta do quarto.

-Já estou de saída, seu animalzinho aí não sabe conversar. -Falo passando por ela e recebo um tapa na cabeça como repreensão.

-Não fale assim do seu irmão. Boa noite meu filho... -Ela diz e me dá um beijo na bochecha.

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Marco

-Já vai dormir amor?  -Minha mãe pergunta.

-Acho que não, estou sem sono...

-Então tudo bem, não demore muito viu? Não quero ninguém dando trabalho pra acordar amanhã. -Ela vem até mim e deposita um beijo em minha cabeça. -Boa noite filho. -Diz saindo do quarto.

-Mãe! -Praticamente grito e ela me olha -Ehhr, será que... A senhora poderia ficar um pouco comigo -Passo a mão no cabelo e ela sorri -Só um pouquinho... -digo envergonhado.

-Claro que sim filho! -Ela diz feliz. Não sou muito de mendigar por atenção, na verdade, finjo indiferença a maior parte do tempo.

Então afasto para que ela possa se deitar. Minha mãe me faz levantar um pouco e passar um dos braços atrás do meu pescoço, de forma que possa me envolver  e o que minha cabeça fique apoiada em seu peito.

-A mamãe te ama muito, viu amor? Nunca se esqueça disso! -Ela fala e deposita um beijo em minha cabeça.

-Eu também te amo mãe... -Falo e sinto uma imensa vontade de chorar do nada, então, apenas durmo com o nó em minha garganta.

|(Quebra de tempo)
|Manhã seguinte...
|6:50

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Marco

Acordo sozinho com o som do despertador ao lado de minha cama, minha vontade é de desliga-lo e voltar a dormir, mas felizmente ainda me resta um pouco de noção.

Levanto da cama e sigo para o banheiro, lavo o rosto, escovo os dentes e troco de roupa. Sem chance de tomar banho hoje, está um frio desgracento!

Após terminar, desço as escadas e sigo para a sala, acho que já comentei dessa mania de comunhão da minha família né? "Todas as refeições devem ser feitas na mesa em família", consigo até imaginar minha mãe falando com uma vozinha beeem irritante...

Comprimento todos com um bom dia coletivo e me sento em meu lugar, os postos de atrasados da vez vão para Matteo e Rafael, pois são os únicos ausentes no momento.

  Vejo meu pai olhar o relógio já de cara feia, mas não é possível que esse velho está de mal humor já a essa hora! Pelo amor de Deus, tudo tem limite!

  -Se esses dois não chegarem em 5 minutos eu vou buscá-los e trazê-los arrastados! -Ele diz bravo.

-Pare de rabugice essa hora da manhã meu bem, guarde para mais tarde! -Minha mãe fala.

-Rabugice nada! Eu só estou cobrando a responsabilidade que nós ensi...

Meu pai não termina de falar, pois é impedido por meu irmão mais velho gritando com meu irmão mais novo em suas costas

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Matteo

  Acordo atrasado e me troco correndo, sentindo dor ao lembrar do que aconteceu ontem. Se a janela do meu quarto não tivesse telas, eu seria capaz de pular dela de tanto ódio que sinto de mim mesmo por me meter em confusão atoa!

  Encontro rafa no caminho e o cumprimento com um bom dia, ele pergunta pra mim se posso o levar de "cavalinho" (em minhas costas), digo que sim e assim vamos até a sala.

   -BOM DIAAAAAAAA! -Grito entrando e sou fuzilado com meia dúzia de olhares.

  -Vocês não tem relógio nos quartos não? -Meu pai pergunta grosseiro, já vi que não é um bom dia pra tirar gracinha...

-Desculpa papai... -Meu irmão fala se encolhendo em cima de mim, esse poder do meu pai de nos fazer sentir medo me dá ódio!

-Não se preocupe, ainda temos tempo. -Digo tentando acalma-lo

-Tem é? Quero só ver se tem mesmo quando a escola ligar me perturbando porque vocês estão chegando fora de horário.

-Não ligue para seu pai meu filho, ele acordou de mal humor hoje. -Minha mãe intervém.

-Será que você poderia por favor parar de tirar minha autoridade sobre os meninos?

-Eu estou apenas tentando impedir que tenhamos problemas logo cedo, ou conviver em paz é demais para você?

-Demais pra mim é não poder corrigir meus próprios filhos quando estão errados!

-Mas que saco meu, dá pra vocês pararem de gritar? São sete horas da manhã! -Marco grita
 
Olho para meu irmãozinho gael e o mesmo está com os olhinhos marejados, me apresso em levantar do meu lugar e pega-lo no colo para sairmos daqui, não preciso de outro irmão sendo obrigado a vivenciar brigas desnecessárias. Quando o pego o mesmo começa a chorar, então vou com ele até a sala, sento no sofá e começo a o balançar em meu colo.

-O papai vai... ba-ba-Bater na mama-mãe? -Ele pergunta soluçando.

-Meu Deus Gael, claro que não! -Digo surpreso.

-Ma-Mas quan-do-do o pa-pai fica com rai-va ele ba-bate... -Ele diz chorando mais. Não sei mais como lidar com essa visão do meu irmãozinho sobre nosso pai! Eu não sei mais o que falar cara!

-Sim, mas com a mamãe é diferente, sabe? O papai não vai bater na mamãe, fique tranquilo, não precisa chorar, hum? -Minhas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro, porque não adiantaram de nada.

Michel
 
Eu estou cansado dessa família. Meus pais e meus irmãos vivem reclamando que só fico no celular, que vivo no mundo dos meus jogos, mas me diga, o que ganho convivendo com eles? Só estresse, tremenda perca de tempo.
 
Meu irmão Matteo é um traumatizado superprotetor, Nataniel é um palhaço infantil, Marco age como um rebelde de um filme adolescente, Rafael é uma criança estranha nerdola, e o Gael é muito novinho para que eu possa descrevê-lo.
 
Meu pai é um bipolar que age como um alcoólatra em uma hora, e como pai de educação positiva na outra. Já minha mãe... Não tenho muito contra ela, só acho que ela não sabe se posicionar direito.
 
Enfim, só sei que enqunto houverem oportunidades de ficar longe deles, eu aproveitarei. Melhor sozinho do que mal acompanhado, certo?

termino de comer e sigo para sala para que possamos ir para o colégio.

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Capítulo novooooooo
Perdão pelo sumiço amores, enrolei de mais para terminar esse KKKKKKKKKKK
Mas enfim, o que acharam? Aos poucos vamos conhecendo mais sobre cada pecinha dessa família complicada, espero que gostem do desenrolar dos personagens. Essa história é muito importante pra mim, e saber que estão gostando me deixa extremamente feliz, um beijão a todos 💗