Escola

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Nate

Saímos de casa quase atrasados, como somos 6, tanto meu pai quanto minha mãe tem de nos levar. No carro do papai vamos eu, Marco, Mat e Michel. No carro da mamãe vão o gael e rafael, pois os dois ainda estudam na outra unidade do colégio, onde tem o fundamental 1.

O caminho foi um saco, tivemos de ouvir meu pai reclamando a viagem inteira sobre a importância da responsabilidade com a escola, com os horários e blá-blá-blá. Sinceramente, não sei como meu irmão aguenta essa baboseira. Eu já teria surtado....

Chegamos no colégio e eu e Matt nos separamos dos outros, porque apesar de idades diferentes, temos amigos em comum. Avistamos o grupão de longe, então vamos até lá.

-bom dia, que cara é essa? -Nosso amigo Lucas pergunta ao meu irmão.

-É a única que eu tenho. -Ele responde de mau humor.

-Não liga pra ele não, ele brigou com o pai -Dou uma pausa -De novo... -Falo rindo.

-Não é culpa minha, tá legal? Ele que gosta de pegar no meu pé! -Ele fala e todos da roda riem.

-Bom dia gata. -Falo me aproximando de Angelina. Não sei explicar ao certo o que somos, nao queremos rotular agora, mas digamos que somos ficantes super premium extra master...

-Bom dia Nate -Ela diz e me dá um selinho. Puta merda, acho que sou apaixonado por essa garota. -Como foi o final de semana?

-Foi bom, mas seria melhor se estivesse passado com você -Falo abraçando sua cintura por trás.

-Precisamos marcar de sair de novo, estou com saudade de pegar um cinema com você. -Ela me olha maliciosa

-Pode acreditar princesa, eu também estou. -Sorrio para ela e logo o sinal toca, hora da tortura.

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Marco

Eu não sei o que é pior, essa porra desse conteúdo
novo ou a retardada da professora. Sério, eu juro que se meu pai não tivesse me ameaçado, eu com toda certeza mataria essa aula.

Da última vez que tentei me livrar desse inferno, infelizmente fui pego. Se tivesse sido só essa vez tudo bem, mas chamaram meu pai no colégio para confirmarem se as outras faltas tinham justificativa, e o velho ficou tipo "faltas? Que faltas?"

Só sei que a surra que eu levei foi épica, e a ameaça me faz embrulhar o estômago só de lembrar. Ele disse que se soubesse que eu estava matando aula de novo, ou fazendo qualquer coisa relacionada a isso, ele ia me dar outra surra pior da que eu levei, só que no pátio do colégio, na frente de todo mundo. E do jeito que meu pai é, eu prefiro não pagar pra ver.

Me desligo de meus pensamentos quando ouço a professora gritando.

-Podem trazer os cadernos aqui.

-Pra que? -Pergunto ao meu amigo.

-O dever dos gráficos das equações ué, ela passou na aula passada.

-PASSOU??? -Pergunto surpreso.

-Sim, se você estivesse acordado saberia... -Ele debocha.

Apenas lhe mando o dedo do meio enquanto penso no quão ferrado eu estou.

Ela vista os cadernos dos responsáveis e pede para que aqueles que não trouxeram levem as agendas até sua mesa, sem opção, levo a minha.

-De novo Marco? Parece que a última vez que chamaram seus responsáveis aqui não foi suficiente né.

Não digo nada, não preciso de mais problemas para lidar. Tudo que eu queria agora era poder fumar um Back para me distrair de tudo isso...

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Michel

Estou sentado no fundo da sala com meus deveres já resolvidos, olho para o lado e vejo meus colegas de classe com dificuldade. Tem que ser muito idiota para não conseguir resolver uma mísera continha com "x" viu...

-Já terminou Michel? -O professor pergunta surpreso.

-Sim, esse conteúdo é balela. -Digo com desdém.

  -Ah é? -Ele levanta uma sobrancelha -Então vamos dificultar um pouco as coisas... -Ele diz pegando meu caderno e levando para sua mesa.

Depois de alguns minutos ele volta, olho meu caderno e vejo algumas equações de segundo grau, esse cara está de sacanagem com a minha cara? Consigo coisa melhor que isso.

Pego o caderno da mão dele e resolvo as 5 questões em menos de 5 minutos, o cara me olha impressionado.

-Como você conseguiu fazer essas questões?

-São difíceis?

-Para um aluno de 7° ano deveria ser.

-É, mas não são. Será que eu posso jogar agora? Já terminei mesmo, e o resto vai demorar.

Ele assente com a cabeça, ainda surpreso, e finalmente me deixa em paz para que possa jogar sozinho.

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Marco

Finalmente hora do intervalo, não aguentava mais ficar preso naquela sala. Vou para o recreio e avisto Jess, somos do mesmo ano, mas de turmas diferentes.

-Ei Jess!

-O que você quer? -Ela pergunta puta, provavelmente pelo bolo que levou no cinema.

-Me desculpar por ter te deixado na mão no cinema. Rolou um problema com meu irmão em casa, acabou não dando pra ir...

-Se você soubesse esconder as merdas que faz pelo menos teria conseguido avisar pelo celular. Mas tudo bem, tô de boa. -Ela tira algo do bolso de sua calça cargo de cintura baixa -Toma, pra você -Ela me lança um backzinho e eu quase pulo de alegria.

-Eu te amo, sério. -Lhe dou um beijo

-Também gosto de você bobão.

Fumamos na área de trás do pátio junto com uma galera, esses são os únicos momentos onde eu sinto que posso ser eu mesmo, sem me preocupar com julgamentos.

The Cooper'sOnde histórias criam vida. Descubra agora