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Nate

A aula finalmente termina e eu saio pulando de alegria, não tem coisa melhor do que ir pra casa e bater um pratão de comida.

Percebo que só eu acho isso quando avisto Matteo e Marco na porta, meu irmão mais velho está abraçando meu mais novo, quando se distancia, bagunça seus cabelos e da um sorrisinho de boca fechada. Alguma coisa aconteceu, Marco não faz o tipo de quem gosta de carinho...

-Que milagre é esse? -Pergunto me aproximando e os dois me encaram -Marco Cooper aceitando um abraço? Essa é nova...

-Estou sendo consolado pela surra que nem levei ainda. -Ele diz com uma expressão inelegível.

-Surra? Porque? O que foi que você fez dessa vez?

-Virou investigador agora?

-Não, só quero saber porque não vou conseguir dormir a noite, já que vai ter uma criancinha chorando... -Brinco.

-Não entreguei uma atividade e levei advertência. -Ele diz direto.

-Vish... -Não consigo conter uma expressão, se tem uma coisa que o pai não aceita é problema na escola. -Mas não dá pra esconder? Sei lá né.

-Não, a velha desgraçada disse que quer a agenda assinada amanhã.

-Eita maninho, boa sorte então. -Digo dando um tapinha em seu ombro quando avisto o carro de nosso pai -Você vai precisar.

Meu irmão exita um pouco em ir até o carro, mas suspira e toma coragem. As vezes o pai pega pesado demais com ele, eu até que entendo, ele vive se metendo em problemas, mas isso não torna as coisas mais fáceis.

—————-
Marco

Entramos no carro, nesse momento minha brisa passa e caio na real do que vai acontecer quando chegarmos em casa. Merda, porque comigo?

Meu pai não fala nada, mas pelo semblante, não parece estar de mal humor. É uma supresa levando em consideração os acontecimentos de hoje cedo...

Chegamos em casa e vamos direto pra mesa, pelo menos o almoço está com uma cara boa. Temos arroz, feijão, frango com molho de tomate e legumes assados.

Nos sentamos a mesa e nos servimos, minha mãe ajuda os mais novos a colocarem a comida, principalmente na quantidade, porque são dois olhudinhos que sempre desperdiçam.

-Gael, você não vai comer essa quantidade meu filho. -Ela tenta convencer meu irmãozinho a não colocar tanto arroz no prato.

-Vai sim mamãe... -Ele tenta puxar o prato da mão dela.

-Ei ei ei, pode parar com isso mocinho! Se você quiser mais, pode pegar depois. A comida não vai fugir de você. -Ela o repreende.

-Não! Eu quer agora! -Meu irmão praticamente grita e cruza os braços.

-Já chega gael, sua mãe já lhe disse que pode pegar mais depois, sim? Por enquanto vai ser isso aí, e se ficar de gracinha, vai ficar de castigo.

Ele se senta na mesa emburrado e começa a comer, o restante do almoço corre bem, meus irmãos e meus pais conversaram sobre algumas cosias banais, e eu apenas permaneço comendo de cabeça baixa e em silêncio.

-E você hein? Porque está tão quieto? -Minha mãe fala e a mesa fica em silêncio, levanto o olhar e percebo todos me encarando.

-Eu?

-Sim, ué.

-Ah, não é nada... Coisas da escola... -Tento não dar detalhes e volto a comer.

-O que aconteceu? -Meu pai se pronuncia.

The Cooper'sOnde histórias criam vida. Descubra agora