Negociando Com a Morte

Qual é a Minha Origem?

O que você faria se, em uma noite qualquer, o destino resolvesse jogar com sua vida? E se, de repente, ele surgisse à sua porta, sem aviso, trazendo consigo o caos de uma guerra antiga?

Essa guerra, silenciosa e implacável, tem sido travada há séculos, bem diante dos nossos olhos, mas poucos de nós realmente percebemos. Vampiros, lobisomens, banshees, demônios... entre vários outros monstros caminham entre nós, escondidos nas sombras, desde que Hades, o mais temido de todos os líderes imortais, foi supostamente morto. Acreditávamos que sua queda havia trazido paz, uma trégua longa o bastante para que esquecêssemos. Estávamos errados.

Naquela noite de fogo e vingança, os imortais se dispersaram como folhas ao vento, fugindo de um caos que parecia interminável. Os seguidores de Hades foram forçados a se esconder nas profundezas do Submundo, enquanto outros se infiltraram nas sombras do nosso mundo. Achávamos que havíamos vencido, direito inato dos humanos. A humanidade, enfim, acreditava que estava segura.

Quase cinco séculos se passaram desde aquela noite fatídica. O sangue derramado nas antigas batalhas foi esquecido, mas a ameaça, não. Os imortais, fortalecidos pela passagem do tempo, se tornaram mais astutos, mais poderosos. As guerras não cessaram, apenas mudaram de forma. Caçar e matar essas criaturas continua sendo a nossa única ordem. Mas, à medida que as armas evoluíram, as batalhas se tornaram ainda mais sangrentas.

Agora, uma nova profecia ecoa entre os dois mundos, trazendo uma promessa sombria. Dizem que a paz – se é que isso existe – só poderá ser restaurada por uma jovem humana, escolhida pelo próprio Submundo. Seu coração puro seria a chave para o fim dos conflitos. Mas, se a escolhida falhasse, as consequências seriam devastadoras para ambos os lados.

Para aqueles como eu, enviados da morte, essa profecia traz um sentimento agridoce. Ela marca o fim de uma era, o fim da minha existência como assassina de Licantropos. Durante anos fui uma arma viva, moldada para caçar e eliminar criaturas que ameaçavam a ordem dos humanos. Mas agora, assim como a evolução das armas tornou minha função quase obsoleta, a profecia sinaliza que meu propósito também está desaparecendo.

Por mais que eu tenha me tornado uma máquina de morte, uma parte de mim não sabe se sobreviveria em um mundo onde minha missão não existisse. Quem sou eu, se não uma caçadora? Forjada no calor da guerra, dediquei cada momento da minha vida a caçar imortais. Sempre soube onde estava meu lugar: na linha de frente, exterminando o inimigo. Mas essa profecia muda tudo. Se ela for verdadeira, meus dias de batalha podem estar contados. E isso me deixa à beira de um dilema que jamais pensei que enfrentaria. Será que posso aceitar um futuro onde humanos e imortais coexistam em paz? Ou lutarei até o fim para proteger a única vida que conheço?

As respostas ainda estão envoltas nas sombras. Mas há uma verdade que não posso ignorar: o mundo, como conhecemos, não sobreviverá ao que está por vir.