Nos dirigimos rapidamente para a saída do metrô, mas nossos passos diminuíram ao ver um homem caído no chão, sua perna dilacerada por uma mordida cruel, claramente de um lobisomem. Ele estava pálido, seus olhos vidrados de dor, e tremia violentamente, com sangue espalhado ao seu redor. O cheiro metálico da hemorragia preenchia o ar.
Eu não hesitei. Meu coração disparou, mas minha mente estava focada. Com passos firmes, me aproximei dele, minha expressão resoluta, mas também cheia de compaixão, refletida nos meus olhos verdes. Agachei-me ao lado dele, minha mão indo diretamente para a ferida.
— Vai ficar tudo bem, - murmurei, minha voz suave, mas determinada. Puxei um lenço limpo do bolso e comecei a amarrá-lo com firmeza em torno da perna do homem, criando um torniquete improvisado. Ele gemeu de dor, seu rosto contorcido em agonia, mas eu mantive a calma.
Ele olhou para mim, olhos cheios de gratidão e medo. Sua voz estava trêmula, quase inaudível.
— Obrigado… Eu nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Eu só estava voltando do trabalho…
Senti um peso em meu peito, mas fiz o meu melhor para sorrir e transmitir confiança. — Nós estamos aqui para ajudar. Você não está sozinho, - disse, apontando para Roshawn e Tavin, que estavam à distância, observando atentamente.
Enquanto ajustava um pedaço de madeira para improvisar uma tala, Tavin se aproximou com uma calma impressionante.
— Você é forte. Vamos tirar você daqui e levá-lo para um lugar seguro. Temos um abrigo onde você receberá os cuidados necessários.O homem assentiu com dificuldade, sua dor evidente, mas algo em seu olhar mudou. Havia um leve alívio, uma esperança, talvez.
— Você é diferente, não é daqui, certo? Nunca vi um chinês albino, - ele perguntou, olhando curioso para Roshawn. Seu tom não era rude, apenas uma constatação.
Roshawn levantou os olhos para ele, um suspiro escapando de seus lábios antes de responder com uma voz fria e cortante.
— Não sou albino, muito menos chinês -, ele disse, a irritação velada em suas palavras. - Estou começando a reconsiderar te ajudar.O homem, agora visivelmente desconfortável, levantou as mãos em um gesto pacífico. — Peço desculpas, eu só… fiquei surpreso com sua beleza."
Roshawn lançou um olhar severo, mas um pequeno sorriso curvou seus lábios.
— Melhor assim, - ele respondeu secamente.— Não seja arrogante -, corrigi, mantendo a postura firme enquanto tentava manter a situação sob controle.
Juntos, ergueu-se o homem, apoiando-o com cuidado. Roshawn e Tavin o guiaram pelos corredores tortuosos do metrô, desviando dos destroços e corpos dos lobisomens que caíram durante o combate. O ar estava pesado, ainda impregnado de sangue e morte. Durante o trajeto, tentávamos distrair o homem com algumas histórias, enquanto ele lutava contra a dor.
— Sabe -, disse ele, sua voz mais fraca agora, - eu costumava pensar que essas histórias sobre os imortais eram só lendas. Jamais imaginei que me tornaria uma vítima delas."
Roshawn olhou para ele, uma centelha de compaixão passando por seus olhos, antes de falar com uma calma quase poética.
— Às vezes, a realidade supera qualquer lenda.Tavin, sempre pragmático, simplesmente assentiu. — Com certeza.
Finalmente, alcançamos a saída do metrô. Paramedicos estavam à espera, prontos para assumir o cuidado do homem ferido. Tavin e Roshawn o entregaram aos profissionais, que rapidamente o deitaram em uma maca e o levaram para a ambulância. Um dos paramédicos, reconhecendo-me, se aproximou com uma expressão preocupada.
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Negociando Com a Morte
RandomEm um mundo devastado pela guerra entre humanos e imortais, a morte de Hades, o temido líder dos imortais, desencadeia um caos que força seus seguidores a se esconderem nas profundezas do submundo e nas sombras do mundo humano. Quase cinco séculos d...