Capítulo - 24

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Passou meio mês desde que se encontrou com Vislan, e todos os dias depois disso foram tão pacíficos que até começou a pensar que o incidente na capital real era uma mentira. O estado de ânimo de Milán se recuperou completamente e, agora, em vez de ficar irritado com ele, brincava com outras crianças do bairro até tarde da noite. Além disso, enquanto realizava o trabalho ordenado por Elijah, Shia continuou sua pesquisa e começou a desenvolver um projeto de segurança para lojas locais.

"Papai! Papai! Olha, tem uma carruagem lá fora! É uma carruagem de verdade, papai! Igual à do conto da outra vez! E é desse tamanho!"

"Uma carruagem de verdade? Uau, meu amor. Venha aqui, o banco de trabalho ali está perigoso no momento. Não suba nele."

Milan mexeu as duas mãozinhas.

"É realmente grande e incrível, papai. Se você não ver, ele vai embora. Venha, papai. Venha."

Embora não estivesse realmente interessado, Shia acabou concordando devido à insistência de Milan.

"Onde está?"

"Na frente da casa. Me pergunto se é um cliente da vovó."

"..."

Com um calafrio, Shia pareceu parar de respirar. Milan correu imediatamente para a casa de Margo.

"Olha isso, papai! Ali!"

Na direção do dedo de Milan, havia uma grande e esplêndida carruagem de quatro cavalos. Era pintada de preto e tinha decorações magníficas por aqui e por ali. A construção era claramente diferente da de uma carruagem pública, e o condutor, que estava na frente, usava um uniforme formal preto e azul.

"Milan. Ven, vamos a arrumar a roupa. Milan!"

Teve um mau pressentimento e tentou chamar Milán para que não se aproximasse da carruagem. Mas parecia tarde demais. A criança correu na direção dele ao mesmo tempo em que a porta da casa de Margo se abria para revelar uma grande figura masculina que de repente apareceu diante dos dois. O menino só conseguia ver suas pernas se permanecesse de frente, então levantou a cabeça na direção do céu. No entanto, ainda não conseguia vê-lo bem, pois parecia impressionantemente alto.

"Wow!"

"É perigoso você correr assim."

A pessoa que apareceu usou uma mão para ajudar o pequeno Milán a chegar ao banco. Em um local onde já não havia perigo, se agachou, pegou-o pelos ombros e tentou alinhar a linha de visão com a do menino enquanto dizia:

"Você está bem? Não deve atravessar a rua assim, está bem? Sempre tem que tomar cuidado e olhar para os dois lados. Pode passar mais carruagens e automóveis e você pode se machucar."

Era uma voz preocupada, mas incrivelmente gentil.

A voz de Vislan Rufus.

O coração de Shia voltou a bater acelerado ao ver o mesmo gigante que havia encontrado no armazém há alguns dias, parado ali em uma casa que ele não deveria conhecer.

"Sim, obrigado."

Enquanto agradecia, Milan olhou para Vislan com bastante curiosidade. O homem tinha uma expressão tão afetuosa que começou a preocupar Shia. Aquele olhar dizia tudo: Vislan já sabia quem era aquela criança.

"Milan, venha aqui."

Shia chamou-o à distância. Os dois se viraram ao mesmo tempo e, dessa forma, ele pôde ver que até a forma como as orelhas tremiam era bastante semelhante.

"Milan, é?" Fechando os olhos, Vislan disse o nome dele como se estivesse tentando guardá-lo na memória. Depois, voltou sua atenção para a criança.

O rei Leão Alfa e o seu amor secretoOnde histórias criam vida. Descubra agora