Capítulo 11: O Despertar

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O mundo pareceu parar por um instante, como se o próprio tempo estivesse hesitando em seguir em frente diante do que acabara de acontecer

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O mundo pareceu parar por um instante, como se o próprio tempo estivesse hesitando em seguir em frente diante do que acabara de acontecer. Meu corpo estava rígido, ainda sentindo o impacto do empurrão, mas foi o olhar de Red e Chloe que realmente me assustou. Não era só choque que eu via ali. Havia algo mais sombrio, algo que eu nunca tinha visto antes: medo.

Me virei lentamente, seguindo o olhar delas até que meus olhos se fixaram em Bridget. Ela estava de pé, as mãos ainda erguidas, e seu rosto — normalmente tão sereno e sorridente — agora parecia esculpido em mármore, frio e implacável. A aura de doçura que sempre a cercava havia desaparecido, substituída por uma fúria quase palpável. Os fios de cabelo rosa que caíam ao redor de seu rosto estavam se tornando vermelhos diante dos meus olhos, como se absorvessem a própria raiva que emanava dela.

Eu sabia que tinha que dizer algo, mas as palavras simplesmente não vinham. Era como se minha garganta estivesse bloqueada pelo medo. Nunca tinha visto Bridget assim. A mudança era tão repentina, tão extrema, que eu não conseguia acreditar que essa era a mesma garota que sempre se preocupava em ser gentil com todos ao seu redor.

— Você tá maluca? — a voz furiosa de Uliana cortou o silêncio, enquanto ela se levantava, ainda tonta pelo impacto. Ela se virou para Bridget, mas qualquer ameaça que suas palavras pudessem conter foi anulada pelo olhar que Bridget lançou de volta.

Um sorriso surgiu nos lábios de Bridget, mas era um sorriso que me fez estremecer. Não tinha nada de caloroso ou amigável naquele sorriso — era cruel, quase predatório. Ela girava uma das cartas entre os dedos com uma facilidade perturbadora, os olhos fixos em Uliana com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes.

— Eu vou acabar com você! — Uliana gritou, avançando em direção a Bridget.

Por um momento, achei que Bridget fosse recuar, que a doce menina que eu conhecia voltaria, mas não foi o que aconteceu. Com um movimento quase casual, Bridget tocou o peito de Uliana com a carta. A luz que brilhou da carta foi cegante, e o impacto jogou Uliana para trás, fazendo-a colidir com uma árvore distante com tanta força que eu pude ouvir o estalo de galhos se quebrando.

O silêncio que se seguiu foi sufocante. Ninguém se moveu, ninguém falou. Todos estavam tentando processar o que acabara de acontecer, mas, principalmente, o que isso significava. Para Red, para Chloe, e para mim. Bridget estava ali, mas ao mesmo tempo, era como se ela fosse outra pessoa completamente diferente.

Finalmente, a garota com chifres falou, a voz tensa.

— Bridget, para com isso! — ela implorou, mas havia um tremor em sua voz que deixava claro que até ela estava assustada.

Bridget se virou para a garota com uma expressão de desgosto, quase pena.

— Parar... Oh, Mallory... — disse ela, com uma falsa tristeza que era mais perturbadora do que qualquer grito poderia ser. — Quando eu pedia pra parar... Vocês riam.

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