004 ─── uma vibe meio ohana

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O sol se espreguiçava pelo horizonte, acima do mar, como se estivesse decidindo se levantaria ou não daquele dia

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O sol se espreguiçava pelo horizonte, acima do mar, como se estivesse decidindo se levantaria ou não daquele dia. Ele avançava lentamente, espalhando um brilho dourado que fazia o céu parecer um cenário digno de um filme. A luz era tão intensa que os outros planetas do sistema solar provavelmente precisariam de óculos de escuros para aguentar a intensidade, talvez por vergonha ou pelo medo de serem ofuscados pelo brilho majestoso do nosso astro-rei.

O céu azul se estendia juntamente com o oceano, abraçando o horizonte e criando uma tela vibrante que parecia pintar um quadro litorâneo perfeito. A brisa suave balançava as palmeiras, que pareciam dançar ao ritmo de uma música invisível, enquanto a cidade começava a despertar sob o calor suave da manhã.

Ana Luiza estava em plena corrida matinal na orla da praia taitiana. O som das ondas quebrando na areia e o aroma salgado do mar a acompanhavam. Ela cantarolava baixinho “Mulher de Fases”, que ecoava em seus fones azuis, com um ritmo animado que ajudava a manter a energia e a leveza do seu passo. Seus pés batiam no chão com um ritmo constante, e ela aproveitava aquele momento de tranquilidade para ordenar seus pensamentos.

A manhã estava perfeita, e o fato de estar ali, correndo à beira-mar, fez Nalu se sentir uma personagem de um filme romântico — o tipo em que tudo dá certo no final. A paisagem era quase mágica, como se tivesse saído de um quadro pintado com todas as cores favoritas de alguém. As ondas pareciam ter um toque especial hoje, com uma intensidade que fazia os surfistas dos países respectivos se prepararem para as baterias que começariam no dia seguinte. Era como se o oceano estivesse se aquecendo para um grande espetáculo.

Nalu parou por um momento, observando os surfistas que se preparavam para as competições. Havia algo profundamente inspirador em vê-los se dedicando ao que amavam, sua energia e foco eram contagiantes.

Seus olhos castanhos percorreram o horizonte, capturando uma silhueta no mar, um pouco distante demais para distinguir claramente. Não tinha culpa de ainda ter resquícios de miopia. O pontinho à distância acenou, e Nalu franziu o nariz.

Precisaria de novas lentes, era claro.

Ela olhou para trás, na esperança de que aquele gesto não fosse para ela. Não estava a fim de pagar um mico em plena multidão. A ideia de ser confundida com alguém famoso ou, pior ainda, de ter que acenar de volta e se envergonhar publicamente era um pensamento que ela preferia evitar. Afinal, a última coisa que precisava era de mais um motivo para ser o centro das atenções.

Chegando à conclusão de que o borrão realmente estava lhe cumprimentando, deu de ombros e acenou de volta. Afinal, não seria o fim do mundo acenar para algo ou alguém que ela não conseguia identificar. A não ser, claro, que fosse um sequestrador.

Nalu sacudiu a cabeça, espantando as paranoias que circulavam em sua mente. Mexeu os dedinhos dos pés já calçados com havaianas brancas, inquieta talvez? Sim, era bem possível, mas naquele momento só queria terminar sua corrida em paz.

Ꮻ ᎷᎯᏒ Ꮛ ᏋႱᎯ ──── gabriel medina Onde histórias criam vida. Descubra agora