003 ─── uma xícara de café

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Nalu ajeitou a franjinha teimosa que insistia em dançar ao ritmo do vento gelado do Taiti

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Nalu ajeitou a franjinha teimosa que insistia em dançar ao ritmo do vento gelado do Taiti. O sol já se revelava no horizonte, iluminando as ondas que, ora suaves, ora rebeldes, pareciam brincar no mar. Era uma manhã gloriosa, dessas que quase fazem você acreditar que o mundo tem jeito.

Com as provas marcadas para o dia seguinte, a animação de Nalu era palpável. O caos causado por Medina parecia um mero eco distante; o que importava agora era o momento presente, aquele sonho que ela vinha cultivando desde sempre, finalmente ao seu alcance.

E, por um breve instante, tudo parecia perfeito, como se nem Miguel, nem ninguém, pudessem atrapalhar.

O grande salão estava lotado, com surfistas, comissões técnicas e jornalistas formando pequenos grupos bem definidos. Cada um tinha seu próprio círculo, uma bolha de conforto onde estranhos não eram bem-vindos. E Nalu, estava ali, bem à vista do mar, deixando o vento brincar com sua franjinha . Afinal, para quem nasceu no litoral, aquilo era tão normal quanto respirar.

Ela ergueu a xícara de café, saboreando o calor reconfortante do líquido, enquanto Maria Vitória a observava com um olhar inquisitivo. A mulher parecia esperar que Nalu soltasse alguma bomba a qualquer momento. Talvez uma confissão sobre Medina, ou quem sabe uma declaração de guerra às forças do universo que conspiravam para fazer sua vida mais interessante do que ela queria.

Nalu ergueu a sobrancelha ao perceber o olhar intenso de Maria Vitória. Aquela expectativa toda só podia significar uma coisa: encrenca.

─── Que que foi? ─── perguntou, tentando parecer mais despreocupada do que realmente estava.

─── Como foi? ─── Mavi questionou, cruzando os braços e se inclinando levemente para frente.

─── Como foi o quê? ─── ela respondeu, confusa.

─── A conversa com o Medina, uai! ─── Mavi revirou os olhos, como se a resposta fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ballut piscou, surpresa.

Droga.

Droga.

Droga.

─── Quem te contou? ─── perguntou, um pouco nervosa, já calculando todas as maneiras possíveis de negar qualquer coisa comprometedora que Scooby pudesse ter inventado.

─── O Scooby.

Nalu bufou e revirou os olhos, tentando esconder o leve rubor que subiu às suas bochechas.

─── Fofoqueiro do caramba ─── murmurou, mais para si mesma do que para a amiga. ─── Ele me pediu desculpas e... só.

─── Só? ─── Mavi arqueou uma sobrancelha, claramente não acreditando em uma palavra do que Nalu dizia.

Ꮻ ᎷᎯᏒ Ꮛ ᏋႱᎯ ──── gabriel medina Onde histórias criam vida. Descubra agora