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— Boa tarde! — Disse acordando e vendo que Rayssa já havia acordado.
— Bom dia bela adormecida. Só não levantei para não te atrapalhar a dormir. — Percebi que estava em cima da garota e logo saí. A garota se levantou e foi ao banheiro.
Estranhei a demora e fui checar.
— Por acaso a senhorita Rayssa Leal está usando meus produtos de skincare? — A peguei ela no flagra.
— Sim, e qual é o problema? — Debochou.
— Que eu não deixei!
— Você não precisa deixar, Karina. — Revirou os olhos. — O que é meu, é meu. O que é seu, é nosso e o que é nosso é meu.
— Isso não faz sentido nenhum! — Cruzei os braços.
— Para mim faz! — Disse guardando alguma coisa em sua mochila.
Era impressionante como suas gracinhas me deixavam irritada.
Porém, estar ao seu lado me fazia bem. Mesmo que fôssemos tecnicamente amigas agora.
Eu gostava da mais baixa, sempre tinha um nervosismo a mais perto dela. Mas eu não sei demonstrar isso. Enquanto eu tinha problemas, ela era bem aberta em relação a isso.
Tomei um banho e escovei os dentes me preparando para o dia.
— Vamos almoçar já? — Passava de meio-dia quando saí do banheiro. Encontrei a garota observando cada foto que eu tinha na parede de polaroides.
— Claro! Tô morta de fome. — Falou meio incerta. — Quem é esse aqui?
Apontou para o garoto que eu havia conversado sobre com minha mãe esses dias.
— Ah, uma pessoa que me fez muito mal, nem lembrava que isso estava aí. — Arranquei a foto da parede, qual estávamos juntos após o jogo de futebol dele. — Vou jogar isso fora!
— Ele era o que seu, Karina? — Gelei quando ouvi essa pergunta.
— Um namorado. — Falei lembrando dos nossos momentos juntos e triste por tudo que tinha acontecido. — Se é que eu possa chamar assim.
No lugar da foto com ele coloquei a foto de nós quatro no jogo de futebol da Julia, era bem melhor assim.
— Não sabia que você já tinha namorado.
— É. — Falei já com a voz pesada. — Nem ele aparentemente.
— Você quer conversar sobre isso ou quer parar por aqui? — Chegou perto de mim levantando meu rosto.
— A gente conversa sobre isso depois se você quiser saber, pode ser? — Ela concordou e me deu um abraço.
Que abraço confortante era o da menina. Ninguém nunca me abraçou com tanto desejo igual ela nesse momento.
