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Um mês.
Um mês que larguei tudo e decidi focar no esporte.
A rotina estava muito cansativa. A escola de manhã, à tarde toda treino na academia e na quadra e mais tarde fisioterapia. Meu dedo tinha saído do lugar à um tempo atrás, porém nada de mais.
Confesso que estava gostando de ficar com a mente ocupada o tempo inteiro. Evitava pensar em outras coisas.
Eu estava dando um show em quadra, meu time alavancou em níveis absurdos por minha causa.
Eu estava terminando de arrumar meu rabo de cavalo para ir ao treino e minha mãe interviu.
— Vai treinar de novo Karina? — Me olhou preocupada.
— Sim mãe, eu preciso.
— Você tem que ter um descanso!
— Eu tô bem assim. — Falei claramente cansada, mas não tinha o que fazer.
— Isso é por causa daquela garota filha? — Minha garganta deu um nó só de pensar nela. — O que está acontecendo? Você está distante de todo mundo e começou a viver de vôlei.
— Talvez, mãe. Nem eu sei.
— Pelo menos está batendo na bola e não em ninguém por aí. — Ri com o que ela disse.
Talvez a skatista tenha, sim, ver com isso, porque foi depois do meu aniversário eu tomei essa decisão.
Não tinha conversado com ela, não queria saber dela. Não a respondia. Não me importava.
Acabei me afastando um pouco de Julia por causa disso.
Na verdade, eu só falava com Nathalia porque ela era quase minha vizinha e fazia questão de vir aqui.
Não estava muito sociável ultimamente.
Raramente entrava nas redes sociais e raramente saia. Tudo a favor do meu desempenho nos jogos.
Mas tenho receio de esbarrar com ela de novo, o Rio de Janeiro é pequeno demais.
Porém, além disso tudo passar pela minha mente, eu recebi várias propostas de contrato em outros lugares, mas eu não queria abandonar minha cidade por nada. Eu sou muito próxima a minha família, e as pessoas daqui.
Saí do transe e peguei minha mochila e fui para o treino.
