Definido o set point para o meu time, e, minha vez de sacar.
Eu era boa no vôlei, não tinha motivos para ficar nervosa.
Até que eu encontro um, quando olho para a arquibancada.
Rosto familiar, mas não me recordo de onde.
Morena dos olhos castanhos, e, que olhos lindos. Nossa!
Não era como se eu fosse ter um "crush" em uma menina que estava só assistindo ao jogo e que provavelmente não deve saber quem sou eu. Né?
— Calma, respira. — Falava a mim mesma antes do juiz soprar o apito indicando que eu teria oito segundos para fazer o saque. — Eu consigo fazer isso.
Joguei a bola para cima e rodando os braços dei uma pancada na bola. E logo vejo a mesma enroscando na fita. Merda!
Fui tirada de jogo.
— Isso não é possível! — Desabafava olhando para baixo em direção ao banco.
Eu era uma das melhores da equipe e eu não ia para o banco fazia uns quinze jogos.
Logo que a bola voltou para nossa quadra, e as meninas do meu time bloquearam, eu comemorei quando fizeram o segundo set point e ganhando mais um jogo.
Três sets a zero.
Fim do campeonato e nós somos campeãs. Mesmo indo para o banco eu fico feliz em dizer que trabalhamos duro e conseguimos esse troféu.
Não jogava vôlei com intenção e nem sonhos muito altos de virar uma atleta vivendo do esporte. Eu jogava por diversão, mas que eu era ótima, ninguém pode negar.
— Parabéns meninas vocês fizeram um ótimo trabalho. Tem alguns jornais da cidade querendo entrevista com vocês — O meu treinador falou e eu já me preparei mentalmente para qualquer pergunta que fosse feita.
Bebi um gole de água e ajeitei uns fios do meu coque que estavam fora do lugar e já segui para onde as câmeras estavam. A primeira entrevistada seria eu.
— Hoje estamos aqui com a maior pontuadora da partida e eu queria perguntar como você se sentiu após ser tirada de jogo. — Ela começou e já sei como irá terminar essa pergunta. — Nós percebemos que você ficou apreensiva no último saque, estava com medo do time adversário? O que causou isso?
Tá aí uma pergunta que eu não sei responder.
— Bom, com medo nós nunca estamos. Não só eu, mas todas as meninas do time temos ciência do nosso trabalho e que nós estamos dando nosso melhor aqui. — Comecei enrolando pensando como responder à pergunta por completo. — Eu achei que o Marcus fez a escolha certa em me tirar do jogo. — Falei sobre o treinador. Ele era um segundo pai para mim. — Mesmo que eu não tenha ficado feliz, como ninguém ficaria, errar um ponto decisivo para o time não é algo bom.
A entrevistadora concordava com a cabeça e me distrai por um segundo com a menina das arquibancadas passando atrás do câmera e várias pessoas indo atrás da mesma. Jogadora de vôlei também?
Não! Impossível eu não conhecer.
Voltou minha atenção para a mais velha que me perguntava coisas.
— Querendo ou não eu acabei ficando apreensiva nesse último ponto, coisa que geralmente não deixo transparecer, mas hoje aconteceu. — Falei de forma simples e algo óbvio de ter acontecido.
— Entendi. — A mais velha concordou e continuou a falar. — Você que é tão aclamada pelo púbico daqui. Conta para a gente se pretende ir para times internacionais, jogar na seleção...
— Vamos vendo sobre isso. Minha prioridade agora é estudar, mas com certeza o vôlei é a minha paixão. — Dei uma pausa. — Mas admiro muito as meninas da seleção brasileira e acho que se for para ser eu vou ficar muito feliz com isso. — Deus que me perdoe, mas eu queria manter meus contratos pela seleção ainda no sigilo.
Há pouco tempo Zé Roberto havia me procurado com interesse para eu jogar no SUB 16, ele via meu potencial. Mas não quis exposição nenhuma sobre o assunto.
— Ótimo Karina, obrigada pelo seu tempo conosco. — Ela terminou a entrevista.
— Obrigada vocês! — Sai fazendo sinal de coração para a câmera em direção as outras entrevistas.
Mas nada de muito interessante, apenas como o rendimento do time está, e as perguntas mais genéricas que tem.
Até a entrevista que eu tinha marcada pelo meu patrocínio.
— Bom Karina já que você é uma das maiores do vôlei atual na sua idade. Eu vou chamar a maior do skate brasileiro, que por acaso estava assistindo ao jogo hoje e tem a sua faixa etária. Será apenas um bate-papo. — A moça em convite da Cazé TV me falou e eu concordei.
— Claro! — Ri meio desinteressada, não sabia nada sobre a modalidade.
Enquanto eu ia para o vestiário para tomar um banho rápido.
Lavei o cabelo e já fui até o local onde iria ser a entrevista. A van deles me levou até lá.
Enquanto eu lia um pouco sobre a história da menina, as pessoas da produção escolhiam minha roupa e faziam meu cabelo e maquiagem.
Passei as páginas do caderninho e tinha algumas delas com fotos. Ao observar bem logo veio a mente.
A menina de mais cedo era a fadinha do skate.
Como esquecer?
Ela está bem mais crescida do que eu me lembrava.
Memórias vieram na minha mente, porque, vi essa menina na primeira entrevista que ela deu na vida, com um vestido azul e asinhas andando de skate.
Fiquei empolgada com a entrevista. Vai que com isso nós conseguiríamos desenvolver uma relação.
Mas amizade, é claro, não sou louca de dar em cima de alguém que vi uma vez na vida.
Ria sozinha enquanto colocava a roupa que a equipe havia escolhido para mim, uma calça de cintura baixa preta, uma blusa branca colada e um tênis branco.
Não tinha o que reclamar, até porque usaria esta roupa no meu dia a dia.
Só adicionei uns acessórios e eu estava pronta. Também coloquei meu óculos e segui ao local da entrevista.
౨ৎ kisses, lala! ౨ৎ
primeiro capítulo, ai q emoção!
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𝗚𝗔𝗥𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗘 𝗜𝗣𝗔𝗡𝗘𝗠𝗔' 𝗥𝗮𝘆𝘀𝘀𝗮 𝗟𝗲𝗮𝗹
Fanfic❛ Às vezes, a distração que te tira do jogo é a mesma que te coloca na rota do amor. ❜