Cap 6:Inverno

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(Grécia Antiga, pôs morte de Jacinto, 1000° inverno após sua morte.
Feat.: Zéfiro
Ζέφυρος/Zephyros - nome Zéfiro em sua língua original.
Pov Apolo.)

  É tarde, mas eu continuo aqui, deitado no seu colo no meio da noite. Estou aqui para nos confortar.

  O inverno está para chegar e não estou preparado para você sumir e só reaparecer na primavera.

  Isso só me lembra de como o perdi e como só voltei a lhe ver na primavera como estas belas flores na qual eu estou coberto.

  Todo ano que isso acontece é um golpe no meu coração. Todos notam como eu fico quando o inverno chega.

  Fico menos como o habitual deus animado, musical, poético, positivo e dramático.

  Eu me isolo em meu templo nesses tempos gelados e deixo meus cavalos irem sozinhos fazerem o caminho do sol.

  Todas as tentativas de me animarem acabam não funcionando, porque eu simplismente não consigo tirar de minha cabeça a chegada do inverno.

  Então eu venho, próximo ao final do outono, e fico aqui, me confortando de que logo, este campo que você se tornou, irá sumir por três meses.

  __Não quero que te vaias...__ Sussurro para suas flores.__ Quero que fiques...__ Lágrimas se acumulam em meus olhos.__ Porém sei que não podes...__ Limpei as lágrimas antes que caíssem.

  O vento sopra, vindo do oeste, do maldito oeste, eu olho o céu noturno, como se de algum jeito pudesse espantar este maldito vento deste local.

  __Deixe de me atormentar.__ falei para o vento enquanto me sentava.__ Já basta que o inverno está a chegar, não quero saber de ti.

  A minha frente um pequeno e leve redemoinho de vento se forma, revelando este maldito deus do vento oeste, Zéfiro.

  Sinto as flores se aproximarem de mim e se afastar dele, Hyacinthus não gosta dele.

  Este maldito que pode ser facilmente levado pelo vento, tem sua pele clara, seus cabelos e olhos cinza é que nem as nuvems no céu, seu quíton era da cor marrom.

  __Não vim atormentar-lo, por mais que gostaria.__ havia sussurrado a última parte, mas eu o ouvi por conta de minha audição aguçada.

  __Então por que estás aqui?__ perguntei.__Sabes que não és bem vindo em este campo.__ aponto então para as flores de Jacinto se afastando do outro divino.__ Até Hyacinthus lhe repudia.

  Zephyros franze sua face e olha as flores, as mesmas haviam aberto um círculo onde ele estava isolado lá no meio.

  __Desejo apenas me despedir de Hyacinthus antes do inverno.__ as flores se distanciaram mais ainda dele e se aproximaram de mim.

  __Não és claro que Hyacinthus não queres saber de ti?__ questionei, as plantas se enrroscaram em mim.__ Depois do que fizeste no passado, deverias nem chegar perto deste campo.

  A expressão de Zéfiro pareceu endurecer naquele franzo, sabia que estava irritado.

  __Mesmo assim.__ ele começou.__ Devo me despedir de meu amado.

  Senti a raiva borbulhar ao ouvir ele chamar Jacinto de seu amado, todos que sabiam que o príncipe era meu amor e eu o amor dele.

  As flores de todo o campo agora estavam amontoadas ao meu redor, algumas enrroscadas meus membros e em meu pescoço, as outras  faziam um círculo ao meu redor.

  Sabia que ele estava com medo, afinal, este campo é onde sua alma reside.

  Hyacinthus é este campo de flores e este campo de flores é Hyacinthus, elas respondem a como ele se sente, mesmo neste estado semi consciente.

  __Despeça-se e vaias embora.__ Eu disse, minha raiva notável em minha voz.__ Ou eu mesmo lhe expulsarei daqui para sempre.

  Zephyros se aproxima e as flores se afastam, ele solta um suspiro irritado com isto, mas sabes que é o máximo que conseguirá.

  O vento se ajoelha e se despede, fora uma longa despedida, tão longa que minha paciência se afinou tão rápida quanto eu posso afinar minha lira.

  Contudo ele se foi sem muito trabalho, as flores parecem ter soltado um suspiro aliviadas e então todas se rearranjam no campo.

  Eu volto a me deitar e fecho meus olhos, sinto que as flores ainda enrroscadas em mim se arrumaram para me cobrirem para que eu não passe frio nesta noite gelada.

  Não demora para que eu caia no sono, ali mesmo no campo onde eu e Jacinto dividimos tantas memórias.

























《...》

  Quem estás a acariciar meu cabelo? Me perguntei em pensamento, lentamente abri meus olhos.

  Sorrindo gentilmente para mim lá estava ti, meu amado Hyacinthus. Eu parecia estar deitado com minha cabeça em seu colo.

  "Apollon." Você me chamou. "Sinto tanto sua falta." Eu vejo as lágrimas em seus olhos.

  __Eu também.__ eu disse movendo minha mão para limpar suas lágrima.__ Eu também.__ confirmei novamente agora deixando minha mão em seu rosto.

  "Já se passou tanto tempo." Falou se inclinando em minha mão. "Mas só agora consegui energia o suficiente para falar contigo."

  __Não há porque se lamentar.__ acariciei seu rosto.__ Independentemente de quanto tempo passar eu sempre estarei aqui, lhe visitando todos os dias se possível.

  Você pegou minha mão e deu um selinho em minha palma, um leve corar apareceu em nossos rostos.

  "Eu te amo." Meu amor disse. "Voltarei a ti na primavera, prometo." Eu sorriou.

  __Esperarei ansiosamente.__ falei e me levantei levemente enquanto você se curvava para me encontrar.

  Com um suave beijo nos despedimos, junto da promessa de voltarmos a ficar juntos na primavera.

Palavras:915

Próximo é pra ser a primeira vez dos dois, mas peço que tenham paciência, é um processo lento pra mim escrever sobre.

Espero q tenham gostado do cap e até!

Amarei você e as flores que nasceram de tiOnde histórias criam vida. Descubra agora