Capítulo 29

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Dia com o Noah.


Pov: Noah.

Balançava a minha cabeça enquanto olhava para o bolo de maracujá que a tia Duce preparava. Mexia os meus pezinhos animadamente. Não era muito fã de bolo de maracujá. Mas pedi especial para a minha mãe. Ela estava estressada ultimamente e o médico disse que ela não podia ficar assim. E então vou ajudar ela a se acalmar. Com maracujá.

— Noah. — ouvi a voz de Julia, minha babá, ela está em todo o canto em que eu também estou, era um pouco chato, nem dava para eu aprontar direito. — Noah... Aí está você.

Não me virei para ver. Eu até podia gostar dela, mas eu gosto mais de ficar brincando e de passar um tempo com a minha mamãe e o meu papai.

— Você ainda não está pronto?. — neguei com a cabeça, hoje a gente iria para a casa da minha vovó, tudo culpa daquela chata. — Noah?

Finalmente olhei para ela, e dei um sorriso, não gostava de deixar mulheres tristes, só se merecessem. Ela retribui o sorriso e chegou perto de mim.

— Eu não quero ir. — fiz biquinho, sabia que isso deixava o coração delas mole. — Por favor Ju, eu não quero ir. — tentei novamente, mesmo que ela não decidisse nada, pelo menos poderia conversar com o meu pai.

— Oh meu querido, o seu pai deixou ordens claras que você deveria ir para a casa da sua vó. — passou a mão em meus cabelos. — Desculpa. — eu apenas me dei por vencido.

Já que era uma criança e não podia fazer nada, eu odiava. Por assim dizer, ter qualquer contando com pessoas chatas. E parece que o meu pai não entendia isso, ou parou de entender.

— Eu posso pelo menos esperar a minha tia acordar? — juntei as minhas mãozinhas e fiz carinha de santo, coisa que eu não era nem um pouco. Julia lutava contra os meus pedidos, ela dizia que eu era o senhor encrenca, e que não podia ceder aos meus desejos. Ela fez uma cara de quem lutava para não dizer um sim. — Por favor Ju, prometo me comportar.

Bati os cílios de um jeitinho meigo. E ela finalmente concordou, o que me fez ficar super feliz. Abracei o seu pescoço.

— Você é a melhor babá. — dei um beijo em sua bochecha.

— Eu ainda vou perder o meu emprego por conta de você. — se levantou.

— Não vai não. — pisquei para ela. Eu tinha os meus truques. Aprendi a maioria deles com a Clara, a sombrinha da minha mamãe. Ela é a minha melhor amiga, divido tudo com ela, até merenda. — Julia. — ela se virou para com as sobrancelhas levantadas. — Será que algum dia eu vou ter um irmãozinho ?

Ela levantou os ombros como sinal que não sabia. Suspirei, eu queria um irmãozinho, era chato ficar sozinho. Aí eu tive a brilhante ideia. Vou pedir ajuda para a Clara, ela tinha uma irmãzinha, e deve saber o que fazer para conseguir.

Levantei da cadeira, ignorando os chamados e as risadas de Julia e Duce. Saí da cozinha e andei em passos ligeiros. O máximo que minhas pernas conseguiam. Subi as escadas tentando ser rápido. Mas com bastante cuidado, não queria me machucar.

Quando cheguei ao topo da escada, estava um pouco cansado. Segui o corredor até o quarto do meu papai. Dei duas batidas, mesmo que ele não estivesse ali, minha mãe estava, já que os dois tem dormido no mesmo quarto esses dias. Meu papai dizia que era para a segurança da minha mãe. E eu dormia com eles de vez em quando.

Ouvi um "entre."  E assim fiz, fiquei na ponta dos pés e puxei a maçaneta, abri de vagar e coloquei o rosto. Quarto estava iluminado, minha mãe Mirelle estava sentada olhando uns papéis. E se eu não me engano era o mesmo que o meu papai escondeu.

Um Coração Perdido ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora