Quando os destinos de Amábile e Joaquín se entrelaçam, a catástrofe iminente se torna inevitável.
Dois universos opostos que colidem em uma atração magnética, dançando no limite da tensão que os envolve.
Em um duelo de interesses, quem se renderá pr...
"Ouvir o zumbido de silêncio cada vez mais perto Sentir cada respiração Nada é feito para durar para sempre É só você e eu lá, até que as chamadas escuridão" — HOLD ME, The Sweeplings
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu tusso descontroladamente, tentando expelir a água que sufoca meus pulmões e me impede de respirar. Joaquín me tira da piscina com apenas um braço como se eu pesasse o mesmo que nada. Deito na borda, curvando o tronco para cuspir o líquido, enquanto meus olhos se enchem de lágrimas pela falta de ar.
Quando finalmente consigo respirar, abro os olhos e dou de cara com o semblante assombrado de Joaquín. Ele está completamente encharcado, com o uniforme grudado ao corpo, e acho que estou louca, pois sua expressão revela uma preocupação genuína. Ele parece prestes a falar, mas hesita.
Eu não estava sofrendo um afogamento, droga!
— Você é maluco?! Por que fez isso? — digo de forma exasperada — Quase me matou, caramba.
A expressão no rosto de Joaquín muda ao notar minha irritação, e seus olhos lançam chamas sobre mim.
— Eu sou maluco?! Você é quem parecia estar morta dentro da piscina. Por acaso está te faltando alguns neurônios? — ele dispara, a voz carregada de indignação.
Fico sem palavras por um momento, a raiva e a incredulidade se misturando em meu peito. A adrenalina ainda corre nas minhas veias e o que deveria ser um momento de alívio se transforma em um confronto.
A tensão no ar é quase palpável enquanto nos encaramos. O silêncio que se segue é pesado, cada um tentando processar as emoções à flor da pele. Joaquín parece querer se defender mais uma vez, mas hesita diante da intensidade do momento.
Eu respiro fundo, tentando acalmar o coração acelerado e as palavras que fervilham na ponta da língua.
— Eu não estava me afogando. Não precisava bancar o herói, especialmente quando sei que não gosta de mim.
Ele ri com escárnio, como se eu tivesse dito algo engraçado, e isso só aumenta minha irritação.
— Então da próxima vez deixe um aviso antes de ficar submersa na água por quase um minuto inteiro — responde, os olhos desafiadores.
Sinto um calor subir pela minha face, misturando raiva e vergonha. A verdade é que eu não tinha percebido que minha capacidade de ficar debaixo d'água por tanto tempo não é comum para todos e que essa é uma mania estranha.
— Não devo explicações a você — exclamo — Eu só estava relaxando, nem sabia que estava aí para início de conversa.
Joaquín cruza os braços, ainda cético, mas juro que vejo uma centelha de preocupação em seu olhar.
— Relaxando? — ele rebate, a intensidade da situação começando a tocar um ponto mais profundo — Eu estava aqui esse tempo todo e não posso simplesmente ficar parado de braços cruzados enquanto penso que pode estar morrendo.
