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Depois de voltarmos ao Polar Tang para que Law trocasse de roupa e fizesse curativos em minhas mãos, retornamos à cidade para procurar por vestimentas apropriadas ao grande Baile Periódico Anual, um título engraçadinho para uma das reuniões mais influentes da Grand Line. Não eram apenas fabricantes e fornecedores de insumos químicos que frequentavam aquele evento, mas toda a comunidade de farmacêuticos mandachuvas também, e isso incluía os traficantes de drogas ilícitas. Portanto, o capitão dos Piratas de Copas e eu tínhamos um compromisso importantíssimo ao qual comparecer, e não poderíamos simplesmente nos infiltrar vestindo qualquer coisa. Precisávamos de trajes de gala apropriados.
A primeira coisa que fiz ao descobrir que o Cirurgião da Morte não tinha um smoking foi arrastá-lo para o interior da primeira loja de ternos que avistei pelas ruas, dispensando-o com uma careta toda vez que ele aparecia com um modelo esdrúxulo, de estampas cada vez mais cafonas e cores ridículas. Também ignorei o gerente, que atenciosamente nos ofereceu seu auxílio, já que eu não podia falar, jamais deixaria que Law falasse por mim naquela situação e sabia, sem sombra de dúvidas, escolher um bom paletó.
Quando percebeu que eu não o deixaria participar, o capitão simplesmente aceitou seu destino, cruzando os braços e sentando-se em uma das poltronas da loja, carrancudo e impaciente. Com isso, prossegui com minha tarefa, procurando por um terno bonito confeccionado com tecido de qualidade, mas que não fosse absurdamente caro. Passei longos minutos vasculhando as araras, analisando texturas e costuras, não porque as opções eram escassas, mas porque meus pensamentos não poderiam estar mais distantes daquela loja, das roupas e de Law.
Então era verdade. Hunter estava vivo. E estava procurando por mim.
As baboseiras suplicantes de Jackboot — nosso primeiro alvo — eram reais e, naquele exato momento, o melhor e mais experiente caçador de recompensas do planeta estava mobilizando sua legião de lacaios mal-pagos para me capturar. Conhecendo Hunter, provavelmente foi dada a ordem de me levar viva até o QG da Organização, para que ele pudesse me fazer pagar com as próprias mãos. Um arrepio me desceu a espinha apenas com o mero pensamento de ficar cara a cara com ele outra vez. Hunter sempre fora excepcionalmente cruel com aqueles que o enfureciam.
Um suspiro pesado escapou de meus lábios e senti o estômago afundar até os pés. Estava começando a me cansar de ser uma fugitiva, apesar de nunca ter agido ou pensado como uma até então. Quando deixei a Organização, pensei que poderia me manter nas sombras por tempo o suficiente para que desistissem de mim, assim finalmente seria livre para começar minha verdadeira caçada. Mas era óbvio que nada seria tão simples. Hunter tinha que voltar dos mortos e trazer todo o sindicato consigo para me atormentar.
Bem, talvez, continuar consultando os informantes dele mesmo depois de ter fugido não tivesse sido a melhor das ideias. Não que fizesse muita diferença, no fim das contas. Acho que nunca havia passado de uma questão de tempo até que ele resolvesse partir para cima de mim com unhas e dentes. Agora, só me restava lidar com as consequências e tentar convencer Law de que tudo estava sob controle.
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Violet Hill - Trafalgar Law
أدب الهواةEm meio às dificuldades e frustrações para executar seu plano de se tornar Corsário, Law definitivamente não esperava encontrar um novo usuário da Nagi Nagi no Mi, a Fruta do Silêncio. Tampouco imaginava que a Caçadora Silenciosa, herdeira dos poder...