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"Precisa se perder para achar lugares que não se acham, se não todos saberiam onde fica."
-Capitão Barbossa

Ontem foi um dia puxado. Finalmente meus irmãos chegaram, e isso não era ruim, mas eles passaram o dia inteiro arrumando suas coisas, escolhendo os seus quartos, conhecendo a casa e esse tipo de coisa. Ou seja, eles mal tiveram tempo de aproveitar o ar livre que vem como brinde neste lugar, apreciar as varias flores do nosso jardim, ver o quão belo é este lugar. E principalmente passar um tempo com sua irmãzinha querida. Pode ate parecer que a gente ficou apenas algumas horas sem se ver mas não foi exatamente isso.

Meu pai faleceu há quatro anos e desde então meus irmãos se afastaram de uma forma discreta.

Eu não os culpo, mas eu acho que eles não deveriam ter fingido que eu não existia por um tempo. Principalmente Joseph, que se excluiu de tudo durante esse tempo, e passa a ter mais encontros com garotas do que o normal. Não que isso seja um problema para
mim mas, ele não era de fazer isso.

Sai da cama. Fiquei de frente ao espelho que tinha em meu quarto, meu cabelo estava uma bagunça, meu rosto então nem se fala. Mas tinha uma coisa que nessas horas eu podia fazer sem gastar o meu precioso tempo. Coloquei uma blusa verde água, uma calça moletom branca e um casaco marrom, que era bem maior que o meu tamanho. Peguei o meu par de sandálias, prendi meu cabelo em um coque desajeitado e fui correndo ao banheiro jogar uma água no rosto, pra ver se melhorava a situação do meu rosto. Por sorte ninguém me viu, até porque eu era a única da família que acordava cedo, e provavelmente além de mim só a Rosa deve está acordada. Sai do banheiro e esbarrei em alguém.

Era alto e este estava apenas com a calça xadrez vermelha de seu pijama. Era musculoso na medida certa, olhei para cima e vi o rosto do loiro. Joseph estava me encarando como se quisesse uma explicação sobre algo.

___ Oque foi?- perguntei para ele com uma cara confusa. Mas ainda assim eu admito que meu é engraçado quando está fazendo essa sua cara de só Deus sabe...

___ Essa blusa é minha?- o loiro arqueou a sobrancelha direita enquanto olhava para a blusa marrom que eu usava. Eu sabia a resposta, assim como ele também sabia.- Eu não já falei pra você parar de mexer nas minhas coisas?- Essa já era a quinquagésima vez em que ele me dizia mesma coisa, mas eu decidi jogar o seu jogo favorito.

___e isso no seu rosto, são olheiras??- Eu disse a ele que logo entende oque eu quero fazer- Eu não já falei pra você parar de sair com uma menina diferente a cada 3 dias??

O mesmo deu de ombros começou a andar em rumo ao seu quarto enquanto dizia:

____ Fazer oque se eu sou lindo .-E ele realmente era. E eu não estou falando isso só porque ele é meu irmão, mas sim porque ele realmente era lindo, e o seu jeito de falar, andar e olhar eram apenas um bônus pela beleza surreal que o meu querido irmão possuía. Mas para a minha infelicidade ele usava sua beleza para outra coisa...

Ele estava prestes a fechar a porta do quarto, quando eu pus o pé entre a porta e o portal na parede, fazendo com que o mais alto virasse o rosto para mim.

— Oque que você quer hermanita?- Disse ele com um olhar de tedio para mim. O cansaço era evidente em seu rosto, então eu apenas afastei a porta de leve e entrei no seu quarto, e ele não impediu. Como sempre.

Seu quarto era totalmente diferente do meu. Em todos os quesitos. As paredes de seu quarto eram totalmente brancas, porem os moveis se destacavam com o seu tom de madeira semi-queimada. A cama estava intacta, sem nenhum canto bagunçado, e o fato dele nunca acordar cedo só indica que ele não dormiu em casa essa noite, ou melhor o seu rosto grita que ele nem dormiu ontem.

— Se era pra admirar meu quarto, você poderia muito bem ter vindo em outra hora.- Disse ele encostado na porta que agora se encontrava fechada.

Olhei para o meu irmão, revirei os olhos e me joguei em sua cama. O mesmo observou tudo enquanto sorria.

𝕮𝖆𝖗𝖙𝖆𝖘 𝖉𝖊 𝕲𝖊𝖔𝖗𝖌𝖎𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora