Nuvens pesadas se reuniam sobre Brooklyn, obscurecendo o céu com um tom cinza escuro enquanto a chuva caía suavemente, como lágrimas derramadas por uma perda.
As gotas batiam nos telhados de metal e escorriam pelas calçadas desertas, criando pequenos riachos que refletiam a luz das poucas lâmpadas acesas nas ruas.
O bairro estava envolto em um silêncio pesado e solene, interrompido apenas pelo som momentâneo de um carro passando lentamente pelas ruas molhadas.
As janelas das casas estavam fechadas. Cortinas puxadas. Era como se os moradores estivessem enlatados e buscando refúgio do mundo.
Nas proximidades da academia - onde Flash Sentry treinava - um pequeno memorial improvisado havia sido organizado.
O chão tinha flores frescas e velas acesas em homenagem ao adolescente cheio de vida que agora estava perdido para sempre.
No ar, pairava um sentimento de tristeza e descrença, como se a comunidade ainda estivesse tentando entender como algo desse tipo poderia ter acontecido assim, tão de repente.
Brooklyn se unia num só luto. E ela, Anny Beckman, estava entre os mais abalados pela tragédia.
A ruiva, soluçando sem parar enquanto suas lágrimas também escorriam sem controle algum, se via incapaz de conter aquela dor.
E se entregando... Anny caiu de joelhos no chão. Suas mãos tremiam enquanto ela segurava uma fotografia de papel brilhante deles juntos.
Era uma foto linda. Eles estavam lado a lado, formando um grande coração com os braços. Dois amigos, ex-namorados, colegas de classe, ah, tantos títulos, porém... todos descartados dessa história.
Seus soluços rasgavam o silêncio da noite. Ela sentia como se seu coração tivesse sido arrancado do peito, deixando um vazio insuportável no lugar. Flash, seu amigo e amor perdido, era agora apenas uma memória distante... um eco de risos, beijos e sonhos futuros que nunca se realizaram...
Seus amigos se reuniram ao seu redor, incapazes de encontrar palavras para consolar a ruiva. Mas não a deixariam sozinha. Anny se viu envolta pelo abraço reconfortante deles. Mas mesmo aquele calor ainda não era suficiente para dissipar a dor que a consumiu.
Entre soluços e lágrimas, Anny dirigiu-se a Spike com a voz trêmula:
- N-Não era ele, Spike... ele n-não era o a-assassino!.... - Essas palavras ecoaram na chuva.
Spike sentiu um peso de culpa despencar sobre seus ombros, pois ele e Anny haviam criado teorias sobre confiança, até mesmo dos interesses amorosos.
Os olhos de Stuart se encheram de tristeza e remorso ao perceber o fardo que sua suspeita havia colocado sobre Flash e Anny.
Do outro lado do pequeno velório, os professores e diretores do colégio também estavam presentes. A vice-diretora Luna e a diretora Celestia, de rostos sérios e olhos marejados, ofereciam um apoio silencioso aos amigos mais próximos de Flash.
Entre os estudantes presentes, estavam até mesmo aqueles que não tinham proximidade com Flash, como Maxwell Holmes.
Todos compartilhavam o mesmo sentimento diante da morte prematura do atleta cheio de vida pela frente que agora descansava em paz...
...
Com o coração acelerado e as mãos ainda trêmulas, Anny se afastou discretamente dos demais, buscando um momento de solidão para processar suas emoções.
Encontrando um canto afastado, ela respirou fundo, fechando os olhos por um instante enquanto fazia o máximo esforço possível para acalmar sua mente.
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Páginas da Morte
Terror"Em Brooklyn, oito amigos leitores são aterrorizados por um assassino mascarado que usa um livro para planejar seus ataques, tendo cada capítulo representando a morte de sua próxima vítima."