Pelos corredores do hospital, as luzes fluorescentes vez ou outra piscavam, falhando, projetando as sombras de Trixie e Brice nas paredes brancas.
Elas corriam de mãos dadas e com os corações disparados pela adrenalina. Atrás delas, sons de passos apressados indicavam que estavam sendo perseguidas por alguém.
- Acho que ele está vindo, Trixie! - Brice alertou, surpreendida com a insistência do maníaco mesmo depois dela quase ter o matado.
- Droga! - Trixie olhou de relance para trás, ainda não tendo vislumbre do assassino. - Por aqui! - ela sussurrou, puxando Brice pela mão em uma curva fechada à esquerda, levando-as a entrar num corredor estreito.
Elas estavam se aproximando da área de armazenamento do hospital, onde esperavam encontrar uma saída alternativa, mas...
... de repente, ao virar mais uma vez, elas colidiram com duas figuras vindo na direção oposta!
O impacto foi forte, fazendo todos cambalearem e quase caírem. Trixie estava prestes a gritar, mas reconheceu os rostos de Anny e Spike a tempo.
- Ah! Vocês! - exclamou Spike, recuperando o equilíbrio. - O que está acontecendo?!
- Está acontecendo que estamos fugindo! - respondeu Brice, ainda ofegante. - O maluco está vindo atrás de nós!
- E a Brice não pode mais usar o Alakazam! - disse Trixie, olhando para trás a cada segundo, certificando se eles estavam sozinhos.
- "Alakazam"?... - Spike franziu o cenho.
- É, você sabe... - Trixie encenou alguns movimentos com as mãos, como se lançasse magia. - Os poderes dela. Ela está meio que esgotada e precisa se recuperar.
- Wow, calma aí, calma aí, galerinha. - Spike gesticulou um "pare" com as palmas das mãos. Não fazia ideia de que eles contavam com uma amiga superpoderosa no grupo.
- Que "calma" o que, Spike?! - Trixie lutou para não gritar, seu nervosismo era cada vez maior. - Podemos ter tudo agora, menos calma!
- Então quer dizer que Brice tem poderes?! - Stuart perguntou, ainda sem acreditar na novidade. - Como nós nunca soubemos disso? E que tipo de poderes? Cinéticos? Elementais? Psiônicos? Psíquicos?
O olhar de Trixie murchou como uma rosa sem cuidados. Para ela, Spike estava falando em outro idioma. Não entendia nada sobre tais.
- Eu não sou a Rayna, e ela nem está aqui, mas... a Grande e Poderosa Trixie não entende nada sobre isso, "querido"!
Anny, que também não estava por dentro de nada da "magia", foi a única a intervir nos sussurros agonizantes entre Trixie e Spike:
- Podemos discutir sobre o mundo mágico uma outra hora? Temos que sair daqui agora! Ele está nos perseguindo ainda, esqueceram?!
- Aí, Cristo! - Trixie enfim se deu conta de que eles estavam perdendo muito tempo parados no mesmo lugar. - Vamos sair logo daqui!
E sem perder mais tempo, os quatros voltaram à realidade e começaram a correr juntos. Spike liderou o caminho, descobrindo um atalho através de uma ala - com entrada permitida somente para funcionários - do hospital.
Eles atravessaram portas rangentes e corredores longos que pareciam um labirinto sem saída, notando os passos do médico se tornando mais distantes.
Ou, pelo menos, era o que parecia...
- Olhem, ali! - gritou Anny, apontando para uma escada de emergência. Seria aquele o caminho que os levaria para a luz no fim do túnel?
Mas antes que eles pudessem alcançar essa luz, a pestilência surgiu ao fim do corredor... brandindo sua foice de caça e se aproximando rapidamente!
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Páginas da Morte
Horor"Em Brooklyn, oito amigos leitores são aterrorizados por um assassino mascarado que usa um livro para planejar seus ataques, tendo cada capítulo representando a morte de sua próxima vítima."