Capítulo Treze: O Adeus de um Carpenter

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Suas pernas moviam-se como máquinas a todo vapor que, a qualquer momento, de tanto trabalho, ameaçam parar. Rayna lutava para escapar da praga maldita que a perseguia. No segundo em que olhou para trás, ela o viu... aquela Peste Negra emergindo da porta do ateliê e alcançando a rua!

– Mas que MERDA! – Rayna esbravejou, seu rosto fervendo de raiva. O psicopata não desistiria tão fácil assim.

Dando um suspiro para encontrar coragem, ela não desistiu; continuou a correr. Sobreviveria a esta noite mesmo que, no fim, fosse mais fácil morrer do coração do que pelas mãos do assassino; seu peito parecia ameaçar explodir com as batidas descontroladas.

Astuta, a designer se escondeu atrás de uma fileira de carros estacionados, um esconderijo temporário para a presa de um carniceiro. Ela olhava nervosamente ao redor, procurando por qualquer sinal de movimento entre as sombras da rua deserta.

O silêncio ao redor era mortalmente ensurdecedor.

Carpenter prendeu a respiração, deixando seus ouvidos atentos a qualquer ruído – por mais mínimo que fosse – que pudesse indicar a presença do ceifador.

Mas durante aquele momento agonizante, tudo o que Rayna ouvia era o bater de seu próprio coração acelerado. Ela se perguntava mentalmente se o pior tinha passado ou se o assassino estava apenas esperando em algum lugar nas sombras, pronto para atacar a qualquer momento.

Com as carnes trêmulas, ela arriscou se aventurar, esticando a cabeça e parte do corpo para espreitar a rua fora de seu esconderijo. Observando ambos os lados da rua, ela procurou por qualquer sinal de movimento suspeito..., mas nada. Ainda.

E quando não viu nenhum sinal do Médico da Peste, um suspiro de alívio escapou de seus lábios trêmulos. Se arriscando mais do que deveria, a estilista saiu de trás da fileira de carros e correu silenciosamente até a porta da casa mais próxima. Desesperada, ela começou a bater, esperando que seu salvador ou salvadora atendesse-a, mas nenhum som veio de dentro.

– Vizinhança imprestável! – ela murmurou.

Frustrada, ela voltou a olhar ao redor, seus olhos vasculhando freneticamente a escuridão em busca de movimentação. Sem nenhum sinal do lunático, ela pegou seu celular do bolso, pensando para quem ligaria.

– Anny? Flash? Trixie? Qual deles também não morreria junto comigo? – ela tirou sarro enquanto entrava na lista de contatos. – Ah! A Brice! – um sorriso genuíno de esperança contornou seus lábios.

No entanto, no breve segundo em que Rayna desviou a atenção para o celular, um vulto surgiu das sombras com algo grande e reluzente nas mãos!

– AAAAHHHH! – num grito estrangulado, Rayna lançou-se para o lado, o celular escapando de suas mãos e caindo no chão! A foice cravou-se com um estrondo na porta de madeira atrás, fazendo com que as lascas voassem pelo ar!

Sem pensar duas vezes, aproveitando o impasse do maníaco com sua foice presa a porta, Carpenter catou seu celular do chão antes de correr o mais rápido possível, recebendo forças do medo que a impulsionava adiante.

“O ateliê, eu preciso voltar!”, ela pensou.

Não demorou muito para que Rayna escutasse os passos rápidos e pesados atrás de si cada vez mais próximos. O medo parecia enrolá-la como faixas sombrias que ameaçavam restringir os movimentos de seu corpo e paralisar suas pernas.

Mas não foram faixas que a pararam. Então, algo cortante cravou-se em suas costas, arrancando-lhe um grito estridente de dor!

– AAAAAAAAHHHHHHHH!

Foi a foice do assassino perfurando sua pele e rasgando sua carne! Sangue jorrou da ferida, tingindo o asfalto de vermelho enquanto a lâmina ainda se encontrava cravada em suas costas.

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