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Eveline

26 anos

Saí do carro acionando o alarme e entrei na empresa onde trabalho, mais especificamente na administração, cuidando das finanças. Vai fazer três anos que trabalho aqui, e ganho muito bem, nunca tive o que reclamar. Corri atrás pra conseguir entrar na faculdade, passei na pública, minha família não tinha condições não, era uó! Sempre corri atrás do meu, desde menorzinha, até chegar onde eu estou, me orgulho de cada passo que dei, de cada coisa que conquistei. Enfim, agora estou colhendo o que plantei.

Entrei no local e a Yara me encarou feio, ela tá aqui desde que eu entrei e nunca foi com a minha cara, tranquilo, cada uma no seu canto, para mim não faz diferença mesmo... Não mexendo comigo tá ótimo, já basta as caretas que a gata faz.

Subi para o terceiro andar e fui direto para a minha sala, coloquei a bolsa na mesa e peguei um papel dando uma lida rápida, logo me sentando, vendo informações que eu recebi no computador. Joguei meu cabelo para trás e passei a língua nos lábios soltando um suspiro, percebendo que ia ter muito trabalho pela frente hoje. De repente escutei meu celular tocando e abri a bolsa vendo o nome da babá do meu filho na tela, logo atendi claro, fico preocupada.

Liam tem dois aninhos, foi simplesmente largado na rua pela louca da mãe. Não estava nos meus planos ter filho tão cedo, imaginava lá pelos trinta, mas vendo a situação dele de perto, fui acompanhando tudo, me apaixonei pela criança e adotei, na verdade nós, eu e Emerson, foi um processo demorado mas eu consegui. Quando adotamos ele, já estava trabalhando aqui na empresa, estava mais tranquila, tinha acabado de me mudar, ido morar com Emerson, tinha condições, então eu decidi que iria fazer isso, e foi minha melhor decisão, ele é simplesmente minha paixão todinha, eu amo muito. Sim, eu queria ter filho quando estivesse com uma condição melhor ainda, quando me sentisse mais preparada, e de acordo com que fui convivendo com a criança eu senti uma conexão, meu coração se encheu de alegria, e eu sentia que era o momento.

Adotei ele com seis meses, quase morri de ódio daquela infeliz da "mãe" dele, que por outros crimes está atrás das grades, inconsequente do caralho. Quero sim ter mais um filho, pelo menos, não sei quando, não sei se irei adotar ou gerar um, isso só Deus sabe, mas estou feliz com meu piticulico.

Me encontro solteira, tem mais ou menos três meses que saí de um relacionamento. Eu estava com o Emerson já tinha cinco anos,  conversamos sobre o Liam, sobre toda a situação e ele me apoiou muito, então resolvemos adotar o neneco, ele ficou todo bobo. Não me arrependo de nada que fiz, meu ex é um ótimo pai para o meu filho, ele sempre me passou confiança, nossa relação era boa, fomos nos separar recentemente, eu pedi a separação porque já não estava dando, eu não nos enxergava como um casal, cada um queria uma coisa e nada estava fazendo sentindo mais, eu estava infeliz.

Ele continua vendo o Liam com frequência, super presente, contribui financeiramente e tá tudo certo, não demos certo mas vida que segue... ao total ficamos quase sete anos juntos. Enfim, agora moro sozinha com o Liam em um apartamento. 

Atendi a babá dele que disse que ele estava chorando querendo falar comigo, conversei um pouco com o pequeno e tive que desligar. Mãos a obra, fui trabalhar e só parei pra almoçar, depois voltei com tudo. Final do dia minha cabeça estava doendo horrores, saí da empresa trombando a Natalie no elevador.

  Oi, como você tá? — disse virando a cabeça olhando para o espelho.


— Tranquila, e você?

—  Mais ou menos, anda tendo alguns problemas aí e o Rui tá peidando na farofa — se referiu ao dono da empresa.

— Problemas?

— Sim, algo entre ele e um moço e ele não quer que ninguém se intrometa, nem investidores nem outras pessoas que também estão em um cargo alto, apenas ele e esse homem, diz ser algo pessoal. Mas acho que tem algo relacionado a empresa sim viu, quase certeza, e é estranho ele querer resolver sozinho, nesses problemas os grandes sempre se reúnem para tomar decisões, resolver problemas, trabalho da equipe né? Tem b.o, o cara tava aí hoje.

— Será que foi alguma aposta algo assim? Rui adora essas coisas e pra ter colocado a empresa pra jogo eu não duvido não.

— Convenhamos que ele é burro, pode ser sim, e o moço não tava parecendo nada amigável, mas é lindo.

—Ah entendi — sorri negando com a cabeça, Nati joga cada aleatoriedade no meio da conversa do nada.

— Tô te falando — quando o elevador se abriu nós saímos e ele veio caminhando ao meu lado. — Vamos jantar em algum lugar?

— Outro dia, agora vou pra casa tô com uma dor de cabeça do caralho, vou jantar com meu pequenino.

— Como o Lili tá?

—Bem, cada dia mais esperto. Vou lá agora, beijo — me aproximei do meu carro destravando o alarme.

— Beijo — entrei no carro e logo dei partida saindo dali, pegando o caminho direto para o apê.

Assim que entrei tive aquela recepção e o abraço caloroso do Liam que não queria nem desgrudar. Deixei ele com a babá e fui tomar um banho, depois de já estar vestida, fui cuidar dele e a babá foi embora, no mesmo horário de sempre.

—Fica aqui, tu já comeu agora brinca com o homem aranha, mamãe vai preparar algo pra comer — coloquei ele no chão com alguns brinquedinhos, dando um beijo em sua bochecha.

— Alanha, alanha — disse batendo o boneco no chão, e eu preparei algo rápido, uma saladinha, peito de frango e mais algumas verduras, não gosto de ficar fugindo da dieta.

Eu dou a vida na academia, inclusive era pra ter ido hoje, mas com a dor de cabeça não rola. Gosto muito de me cuidar, por esses tempos mais ainda, unhas, cabelo, cílios, fiz preenchimento labial tem um tempinho, tô amando dar essa atenção para mim mesma.

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Nova história, por favor deixem o votinho de vocês, esse é só o começo e vem muuito por aí. Beijos amigas.

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