As suas mãos se juntaram e o toque era puro, uma sensação boa... Os seus olhos estavam fechando,mas olhar mesmo que com dificuldade para aquele rosto era bom, talvez um sentimento de lar. De ser lembrada por alguém, ela tinha a poucos segundos caído na água,mas já estava afundando na vida a muito tempo. Dia após dia,cada vez mais fundo. Era doloroso, então seria por isso que era tão bom sentir o toque daquela mão a puxando para fora da água? Para fora daquele tormento. A mesma sensação daquele abraço, seria a mesma pessoa?
Tudo escuro novamente. Inconsciente dentro da própria mente.
— Olá, você acordou!
Sim,era o mesmo homem de dias atrás. O que ele está fazendo aqui? Por que eu estou aqui?
— O..Olá? O que aconteceu comigo?... — A voz de Ella estava fraca, sua vista estava embasada. Mas ouvir aquela voz e ver aquele rosto refletido na luz da janela de hospital lhe dava uma sensação boa...algo que não dá para explicar...a final de contas ele é um desconhecido...mas então porque essa sensação de abrigo, porque ao olhar naqueles olhos tinha vontade de o abraçar e chorar? Porque aquele abraço na sacada tirou boa parte da vontade de morrer?
— Você caiu na água, que por sinal estava muito gelada...mas o principal motivo de estar aqui é por que você está desnutrida. Qual a última vez que você comeu,ein?
Ella parou como se estivesse tentando lembrar de quando foi sua última refeição. Mas ela sempre ia para o trabalho sem comer e não tinha tempo de comer lá ou em casa
— Q...quando eu posso ir para casa?
— Você está desacordada há dois dias. Acha mesmo que vai poder ir para casa no exato momento que acordou?
— DOIS DIAS?! eu...eu... não posso ficar aqui..— Ella tentou se levantar da cama de hospital.
— Ei,onde pensa que vai? Você tem ficar aqui ainda. — falou enquanto fazia com que ela voltasse a ficar deitada.
Ella se deu por vencida e continuou deitada até os médicos chegarem, eles a examinaram e depois do meio dia, onde ela já havia comido uma refeição digna de um ser humano comer. Deram-lhe alta
— Preciso ir... Você ...você não me disse o seu nome.
— Matheus Coller. E o seu ?
— Ella Couter
— Coller e Couter kkk combinam ein — Um jovem de aparentemente quinze anos entrou no quarto sem os dois perceberem.
— Quem é você?
— Ah,desculpe não ter dito antes. Esse é o meu irmão mais novo, Jhon. Seja educado da próxima vez que entrar em algum lugar e bata antes de abrir a porta. — Ele olhou tão profundamente nos olhos de Jhon,que parecia que podia ver-lhe a alma
— Desculpe... irmão. Desculpe senhorita. — fez uma breve reverência — Estou saindo. Com licença.
Quando Jhon saiu, Matheus voltou ao normal.
— Desculpe por ele. Eu tento o educar da melhor forma,mas você sabe como são os adolescentes. Mais uma vez, sinto muito.
— Ah...tudo bem, não precisa pedir desculpas. Eu já vou indo. Até mais senhor Coller.
— Quer que eu a acompanhe? E... acho que nós temos a mesma idade. Pode me chamar de Matheus.
— Não precisa. Obrigada por tudo, Matheus.
— 20..
— Hm?
— Eu tenho vinte anos.
— Ah...certo. Eu também tenho vinte anos. —Ella nunca mais tinha tido uma conversa tão normal como essa. Geralmente as pessoas falavam com ela ou para brigar ou para mostrar que ela era o erro em tudo. Era estranho, como ele consegue me ver? Achei que eu era um completo "ninguém"...
Ella saiu do hospital e pegou o táxi mais próximo. Ela estava finalmente indo para casa. Depois de dois dias...O chefe deveria estar furioso, e com certeza ela estaria sem trabalho no dia seguinte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
✨ 🫧Além Da Escuridão 🫧✨
Romans❝Como a lua devemos brilhar mesmo em meio a escuridão❠ Ella Couter enfrenta os desafios diários, enquanto tenta se curar das cicatrizes da vida e enxergar a luz além da escuridão. Atenção: contém assuntos considerados sensíveis