Capítulo 1_ Demérito

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" Atelofobia: é o medo de ser imperfeito, de não fazer algo corretamente, de não ser suficientemente bom"
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Caso você estivesse com o ouvido bem encostado na porta da diretoria do colégio interno Rosa dos Ventos ouviria sons de estalos, como os de bombinha e logo chegaria à conclusão de que era mente de alguém pipocando. Ouviria também um choro escandaloso e amargurado e descobriria, naturalmente, que só podia ser Lavínia, prestes a ganhar um demérito.

 Ouviria também um choro escandaloso e amargurado e descobriria, naturalmente, que só podia ser Lavínia, prestes a ganhar um demérito

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_ Por favor, tudo menos um demérito. Acredita em mim, por favor, eu fui enganada.- ela dizia enquanto lágrimas enormes escoriam pelo seu rosto.

_ Se eu não te der esse demérito amanhã vai ter uma fila de alunos naquela porta chorando que nem você pra deixar a ficha limpa.
_ Mas foi a Anna, diretora. Ela falou que era pra gente brincar... mas no final era tudo mentira!!!!!
Lavínia estava ofegante e seus olhos vermelhos e inchados.

_ Bem, nesse ponto você tem razão- admitiu a diretora- Ela passou dos limites, até fugiu do colégio para brincar dessa brincadeira idiota.

A menina secou as lágrimas um tanto surpresa.

_ "Idiota"? Você nunca brincou de esconde-esconde?

_ Eu tenho cara de quem brinca de alguma coisa, minha filha?

As olheiras debaixo daqueles olhos pareciam estar derretendo e aqueles lábios pareciam duros demais para exprimir qualquer sorriso. "Com certeza, não"-Lavínia pensou.

_ É pra responder mesmo?

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_ É pra responder mesmo?

A diretora fez uma careta ainda mais feia para ela.

_ Enfim, você devia ser grata a mim, porque no seu caso- ela disse, estendendo o carimbo vermelho- um demérito ainda é muito pouco.

Tac!

O Som daquele carimbo vermelho na sua ficha doía mais em lavínia do que se um raio a tivesse atingido

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O Som daquele carimbo vermelho na sua ficha doía mais em lavínia do que se um raio a tivesse atingido.

_ Não... Não...não...

Ela foi se virando lentamente, de cabeça baixa e saiu da diretoria

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Ela foi se virando lentamente, de cabeça baixa e saiu da diretoria. Todo o seu futuro estava fadado ao fracasso.

_Lavínia?

Era André, um dos garotos mais insuportáveis da sala.

_ O que foi, veio ver minha desgraça? Pois bem- ela ajeitou a postura- aprecie o que sua amiga Anna fez comigo

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_ O que foi, veio ver minha desgraça? Pois bem- ela ajeitou a postura- aprecie o que sua amiga Anna fez comigo.

_ Não Lavínia, eu vim atrás dela, o pessoal da sala queria fazer uma surpresa pra ela. Olha, não tô te entendo, o que ela te fez? Anna parece ser bem legal.

A menina não aguentou, começou a chorar com uma louca novamente.

_ Meu futuro em Carvard está arruinado!

_ Carvard? A faculdade? Mas a gente tá só no terceiro ano.

Lavínia ignorou completamente o ignorou completamente. Sua voz estava carregada de ódio, angústia e dor. Era uma figura de dar pena e sentir medo ao mesmo tempo.

_ Eu não sou nada e nunca serei e é tudo culpa da Anna!!!!

André abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas foi interrompido pelo som de passos no corredor.

Era Anna e seu pai. A menina encarou Lavínia chorando e simplesmente lançou a ela a sua melhor cara de "eu não me importo" já existente.

 A menina encarou Lavínia chorando e simplesmente lançou a ela a sua melhor cara de "eu não me importo" já existente

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Lavínia segurou o choro.

_ É impressão minha ou aquela garota tava brava com você?- indagou o pai de Anna.

André viu Anna balançando a cabeça com uma cara de desinteresse e então a porta da diretoria se fechou atrás dela.

_ Eu sinto muito Lavi...

_ Me deixa em paz, garoto!

Lavínia saiu correndo e acabou esbarrando no ombro de André no processo. Nunca em sua vida havia se sentido tão miserável.

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NOTAS DA AUTORA: História feita com muito carinho, então se tiver gostado deixa um voto

Lavínia e André: o bom moço e a menina má Onde histórias criam vida. Descubra agora